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Após ameaça terrorista a Bolsonaro, Abin, GSI e PF se unem para caçar suspeitos

“Hoje, a PF abriu inquérito para apurar se o caso tem relação com postagens feitas na internet por grupo que reivindica a autoria do crime”

Por Metrópoles

28/12/2018 às 08h34

Brasília(DF), 04/09/2018 O Candidato Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Local: Jair Bolsonaro. Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Os principais órgãos de inteligência do país formaram uma força-tarefa para identificar os autores das ameaças de um suposto grupo terrorista a Jair Bolsonaro (PSL). A mobilização ocorre no dia em que o Metrópoles revelou a existência de um site no qual uma organização que assumiu a autoria de atentado a bomba em Brazlândia na madrugada do Natal (25/12) anunciar que planejava um ato durante a posse do presidente eleito.

Integrantes do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), da Polícia Federal (PF) e da Subsecretaria de Inteligência (SI) da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP) estiveram em Brazlândia, nesta quinta-feira (27/12), para colher informações na 18ª Delegacia de Polícia, que iniciou as apurações. A segurança envolvendo a posse presidencial foi reforçada.

Ainda nesta quinta (27), a PF confirmou, em nota, que abriu inquérito e acompanha o andamento da investigação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) sobre o artefato deixado ao lado da Igreja Santuário Menino Jesus, em Brazlândia, na madrugada de terça-feira (25).

“Hoje, a PF abriu inquérito para apurar se o caso tem relação com postagens feitas na internet por grupo que reivindica a autoria do crime”, afirmou a PF. Também procurados pela reportagem, a Abin e o GSI não quiseram se manifestar.

Investigadores da 18ª DP coletaram uma série de imagens gravadas por câmeras de segurança instaladas nas cercanias da igreja e as repassaram à PF. O objetivo é chegar a quem deixou a bomba na igreja.

No site Maldição Ancestral, o suposto grupo extremista diz que foi o responsável pelo artefato. Na página há, inclusive, fotos do artefato antes de ser levado ao templo religioso e reclamações pelo fato de o Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar ter desarmado o dispositivo.

Como na mesma página havia uma série de ameaças a Bolsonaro, inclusive com referências a um atentado na posse, foram acionadas as forças federais.

As forças de segurança trabalham juntas de modo que não haja choque entre as investigações. Nosso objetivo é evitar que uma tragédia ocorra no dia 1° de janeiro de 2019. A ameaça é real e estamos investigando”
Adval Cardoso, delegado-chefe da 18ª DP (Brazlândia)

Coleta de imagens
Todas as imagens gravadas desde 20 de dezembro na área próxima à igreja estão sendo minuciosamente analisadas para identificar o momento exato em que integrantes da suposta organização abandonaram a mochila preta contendo uma bomba caseira nos arredores do templo.

Informações repassadas pela perícia da Polícia Civil aos investigadores apontam que a bomba teria pelo menos 5kg de pólvora. “A perícia acredita que o acionamento falhou. Ela tinha até mesmo um relógio com data e hora certa para detonação”, afirmou uma fonte ao Metrópoles. Peritos reconheceram similaridades entre esse artefato e outro encontrado nas proximidades da Rodoviária do Plano Piloto recentemente.

Ainda de acordo com o delegado Adval Cardoso, a escolha do santuário para o atentado não foi aleatória. “Essa igreja é uma das três maiores do país. No momento em que acreditamos que seria acionada, havia em torno de 1 mil pessoas celebrando a Missa do Galo”, disse.

O caso
A suposta organização, chamada de Maldição Ancestral, mantém um site no qual diz estar “em tocaia terrorística contra o progresso humano”. Na página da internet, são disseminadas diversas mensagens de ódio e são pregados “o caos e o terror no seio da civilização”. O grupo teria integrantes, inclusive, nos Estados Unidos, segundo as investigações.

Em trechos de um texto publicado na internet, a suposta organização criminosa diz o seguinte: “Se a facada não foi suficiente para matar Bolsonaro, talvez ele venha a ter mais surpresas em algum outro momento, já que não somos os únicos a querer a sua cabeça”.

O caso ocorre quase quatro meses após Bolsonaro, ainda candidato, ser esfaqueado durante agenda de campanha em Juiz de Fora (MG). Até hoje, o futuro mandatário do país faz uso de uma bolsa de colostomia para a retirada de fezes devido à gravidade do ferimento na região abdominal.

Adolescente cria perfil fake
Na tarde desta quinta (27), o grupo de investigadores chegou a um endereço em Brazlândia onde mora um adolescente de 15 anos. A suspeita era de que o rapaz pudesse ter alguma relação com a organização extremista. No entanto, as apurações apontaram que o jovem quis apenas aproveitar o momento de pânico provocado pela presença da bomba na igreja para causar mais medo aos moradores locais.

O adolescente criou, na terça (25), um perfil em uma rede social para ameaçar detonar pelo menos seis bombas em diferentes pontos do DF e ainda teria assumido, de forma mentirosa, a autoria pela bomba detonada pela Polícia Militar ao lado da igreja. A localização do jovem contou com a ajuda de policiais da Divisão de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC) da Polícia Civil.

Ouvido na delegacia, o adolescente negou em um primeiro momento ter criado o perfil “Terrorista Brazlândia” no Instagram, mas teve o computador e o celular apreendidos pela polícia Em seguida, o jovem resolveu contar a verdade e assumiu ser o dono do perfil falso. Os dispositivos serão encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC) para serem periciados.

Veja imagem da página criada pelo jovem

Fonte: Metrópoles - https://www.metropoles.com/distrito-federal/apos-ameaca-terrorista-a-bolsonaro-abin-gsi-e-pf-se-unem-para-cacar-suspeitos

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