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Médico tira as dúvidas sobre o uso do Viagra e como ele age no pênis, os riscos e quando pode ser usado

Médico explica detalhes do medicamento que é um dos mais consumidos no mundo pelos homens que querem se livrar da temida disfunção erétil

Por Campelo Sousa

26/12/2017 às 08h51

Saiba quais são os riscos de tomar o Viagra sem necessidade (Foto: shutterstock)

No Brasil e em alguns países, o Viagra pode ser adquirido por qualquer homem maior de 18 anos sem receita médica. A pequena pílula azul se tornou uma das principais soluções para os homens que sofrem de disfunção erétil, um problema que era associado apenas aos mais velhos, mas um recente estudo revela que os jovens também podem desenvolvê-lo. Por isso, é preciso ter certeza sobre quando é realmente necessário o uso desse medicamento.

Um estudo publicado no “The Journal of Sexual Medicine” indica que um em cada quatro homens já sofreram com disfunção erétil em algum momento da vida e, conforme os problemas de ereção aumentam, consequentemente o uso abusivo de Viagra também. Entretanto, muitos homens esquecem que o uso irresponsável pode gerar consequências sérias à saúde e afetar o pênis permanentemente.

Para comentar e esclarecer as principais dúvidas sobre o popular azulzinho, o Deles bateu um papo com o diretor médico da Pfizer Brasil, Eurico Correia.

O medicamento é seguro?
De forma geral, o medicamento é seguro, sim, e, desde que você não esteja tomando apenas por “diversão”, as chances de causar algum problema são mínimas. Milhões de homens e até algumas mulheres curiosas já fizeram uso da pílula e ainda não foi constado riscos significativos para a saúde.

Mesmo havendo poucos riscos e estando disponível nas farmácias para ser comprado sem receita, o ideal é sempre consultar um especialista, porque se você tiver uma doença cardíaca, por exemplo, o uso do remédio pode resultar em um ataque cardíaco, pois para deixar o pênis ereto, o remédio atua na circulação deixando os batimentos do coração irregulares.

“A principal contraindicação está relacionada ao tratamento com medicamentos à base de nitratos, que são utilizados por pessoas que tiveram enfarte ou angina”, afirma Eurico. “Portadores de insuficiência cardíaca, pressão alta e outras enfermidades relacionadas ao coração, bem como pessoas que fazem uso moderado de bebidas alcóolicas, podem tomar o medicamento, sempre com prescrição médica e leitura da bula”, completa.

O que acontece com seu corpo se você tomar muito?
Supondo que você tenha uma ereção saudável e, mesmo assim, tome a dose recomendada, provavelmente o efeito não será prazeroso e o risco de dar tudo errado é grande. Lembre-se que tudo o que é demais não é bom. O medicamento é apenas indicado para o tratamento da disfunção erétil (DE).

“A DE se entende como sendo a incapacidade de atingir e/ou manter uma ereção suficiente para um desempenho sexual satisfatório. Problemas de ereção também podem ocorrer nos jovens, em menor grau, por razões diversas, sejam físicas e/ou psicológicas”, explica o diretor médico. “Para jovens e maduros saudáveis, sem problemas de ereção, o medicamento para DE não traz benefícios”, acrescenta.

Se você tomar sem necessidade, poderá sofre de priapismo, uma ereção persistente e dolorosa que muitas vezes dura horas e horas. O priapismo é uma emergência médica, ou seja, caso o pênis fique ereto e não volte ao normal, você precisa correr para o hospital, porque se não for tratado dentro de 24 horas, o tecido do membro será danificado permanentemente, já que o sangue não circula.

Que consequência tem para a saúde?
A maioria dos homens que faz uso do azulzinho apresenta um pouco de rubor facial e congestão nasal e muitos também sofrem com dor de cabeça e com uma sensação de tontura. Todos esses sintomas são considerados “suaves” e são bem tolerados, pois quem toma o comprimido só está preocupado em resolver de uma vez por todas a questão da impotência.

Correia diz que esses sintomas estão descritos na bula do rémedio, mas que apenas 2% dos usuários deixam de usar o azulzinho por conta disso, algo justificável, visto que a falta de ereção é um problema afeta e muito a autoestima do homem.

Por que é tão usado?
O citrato de sildenafila (medicação mais comumente conhecida pela marca Viagra) é um dos medicamentos mais utilizados no mundo e por uma boa razão. De modo geral, mais de 50% dos homens de 40 a 70 anos têm dificuldade em manter uma ereção e, entre os homens mais jovens, isso também é muito comum, uma prova é que 25% dos homens estão indo ao médico pela primeira vez antes dos 40 anos apresentando um quadro de disfunção erétil. No Brasil, a incidência de DE na população masculina brasileira acima de 40 anos é de 48%, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia.

“O mercado de medicamentos para disfunção erétil inclui vários produtos no Brasil. Mas, por ser o pioneiro, o Viagra é o mais estudado em sua classe. Assim, com um perfil de segurança bem estabelecido, inclusive cardiovascular, pois já passou por mais de 130 estudos clínicos, envolvendo mais de 23 mil homens com disfunção erétil”, conta o diretor médico. Antes de comprar, é indicado que você consulte um médico para saber qual medicamento é o mais indicado para seu caso de DE e também para seu bolso.

O que é recomendado para homens com disfunção erétil?
Em primeiro lugar, médicos indicam parar de consumir bebida alcoólica, de fumar e de consumir qual quer tipo de droga ilícita. Também é aconselhável procurar um profissional para verificar se está tudo bem com a saúde. Há casos em que o problema está envolvido com o estilo de vida e, às vezes, é um problema de autoconfiança. Em outros casos, pode ser um sinal de doença cardíaca, diabetes, baixa testosterona ou muitas outras coisas, por isso, vale a pena investigar. Muitas vezes não há nenhuma causa física, mas é melhor ter certeza.

O sexo envolve o corpo e a mente, então, se não há nada a ser encontrado, o Viagra – ou as outras versões do medicamento – pode funcionar como algo “mágico”, pois essa é uma maneira comum de ajudar um homem a restaurar um pouco da confiança que lhe falta. “A ajuda de psicólogos também pode ser uma ferramenta importante, considerando o impacto que a DE tem na autoestima, na qualidade de vida e no relacionamento afetivo do paciente”, finaliza Correia.

IG

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