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Damião Fernandes

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As falácias da Ideologia de Gênero

21/06/2015 às 21h20

Nas últimas semanas, em várias cidades do Brasil, tem se acalorado a discussão sobre um negócio chamado ideologia de gênero. O que é isso? O que significa? Tentarei neste espaço de conhecimento, esclarecer a cada leitor e leitora sobre esse conceito e suas falácias enrustidas. Mas antes, é importante que compreendamos o seguinte contexto: Em junho de 2014, foi provado pelas câmaras dos deputados e pelo senado Federal o PNE – Plano Nacional de Educação. Tal plano estabelece dez diretrizes objetivas e 20 metas a serem cumpridas nos próximos 10 anos para elevar os índices educacionais brasileiros.  Entre tantas outras, o PNE apresenta importantes diretrizes, tais como: A erradicação do analfabetismo, o aumento de vagas em creches, no ensino médio, no profissionalizante e nas universidades públicas, A universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

Além disso, o PNE propõe estratégias específicas para a inclusão de minorias, como alunos com deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade assistida. O que em si são propostas profundamente dignas e que se apresenta no campo de uma democracia cidadã.  Porém, “aproveitando o embalo” do discurso das “minorias” e do fim das desigualdades, um grupo político, conhecido como ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais), tiveram a ideia de que o Estado, através da escola, era quem tinha a prerrogativa de promover “orientação sexual” para todos os alunos a partir dos 6 anos de idade de todos os Sistemas de Ensino do País. Isso deveria estar como meta nacional no PNE. Para frustação desta militância, o PNE foi aprovado e sancionado em Junho de 2014, sem que tivesse nenhuma referência a tais proposituras acerca da Ideologia de Gênero.

Não satisfeito, tanto a militância da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT),  quanto vários setores do governo petista, tentaram e ainda estão tentando empurrar “goela abaixo” a responsabilidade de inclusão desta ideologia como meta nos Planos Municipais de Educação. A lógica é: já que “não conseguimos lá, conseguiremos aqui”. Importante destacar, que o PNE foi aprovado e sancionado, sem que fosse citado no interior do seu texto, expressões tais como "gênero" ou "orientação sexual". Portanto, os 5.570 municípios brasileiros tornaram-se as novas arenas de embates: De um lado a militância da ABGLT, apoiados e/ou assessorados por uma gama de políticos que defendem e/ou financiam a causa Gay a favor da Ideologia de Gênero e do outro lado a Igreja Católica do Brasil, representada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil e outras Igrejas Cristãs representantes do Protestantismo, juntos com suas respectivas bancadas na Câmara e no Senado Federal contra tal ideologia, que se expressa na defesa da obrigatoriedade do ensino de gênero, identidade de gênero e da orientação sexual como meta nacional de Educação para alunos a partir dos 6 anos de idade.

Mas que tipo de ensino ou identidade de gênero seriam estes? Que orientação sexual seria está? Em que modelo teórico estaria fundamentada? Tentarei ser bem pedagógico, apresentando duas grandes falácias principais de tal devaneio ideológico. Vejamos:

1ª FALÁCIA: Trata-se de um movimento perigoso ANTI-Religioso, ANTI-Católico que defende que o homem e a mulher nascem sem um sexo definido e portanto não trazem uma identidade sexual e que somente farão isso no transcorrer da sua vida em sociedade, ou seja, de acordo com ideologia de gênero, primeiro nasce a pessoa somente depois ela escolhe que sexo quer ter. A ideologia de gênero joga a biologia no lixo. Absurdo!

2ª FALÁCIA: A Ideologia de Género defende a ideia segundo a qual não existem apenas o Homem e Mulher, mas que existem também “outros gêneros”; e que qualquer pessoa pode escolher um desses “outros gêneros”, ou mesmo alguns desses “outros gêneros” em simultâneo.

De acordo com a socióloga alemã, Gabriele Kuby, “A Ideologia de Género é a mais radical rebelião contra Deus que é possível: o ser humano não aceita que é criado homem e mulher, e por isso diz: 'Eu decido! Esta é a minha liberdade!' — contra a experiência, contra a Natureza, contra a Razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo: rouba ao ser humano o que lhe resta da sua identidade, ou seja, o de ser homem ou mulher, depois de se ter perdido a fé, a família e a nação.

Segundo o Papa Bento XVI, na ocasião em que proferia discurso à Cúria Romana em Dezembro de 2012, afirmou que “para esta filosofia – Ideologia de Gênero – o sexo já não é considerado um elemento dado pela Natureza e que o ser humano deve aceitar e estabelecer um sentido pessoal para a sua vida. Em vez disso, o sexo é considerado pela Ideologia de Género como um papel social escolhido pelo indivíduo, enquanto que no passado, o sexo era escolhido para nós pela sociedade. A profunda falsidade desta teoria e a tentativa de uma revolução antropológica que ela contém, são óbvias".

A Ideologia de Gênero é diabólica, visto que pisoteia em uma das principais e fundamentais bases do Cristianismo, onde de acordo com as narrativas bíblicas da criação, a essência da criatura humana é de ter sido criada com uma dualidade: Homem e Mulher. E tal dualidade é um aspecto necessário à ordem da criação. Esta dualidade bíblica é frontalmente contetada e negada por tal ideologia. Embora se apresente com a máscara dos "bons sentimentos" e em nome de um "alegado progresso", "alegados direitos democráticos ou defensor do humanismo", tal ideologia é a negação da Família como originada de uma aliança matrimonial entre um Homem e uma Mulher.

Por isso, a Igreja Católica reafirma o seu assentimento em relação à dignidade e à beleza do casamento como uma expressão da aliança fiel e generosa entre uma Mulher e um Homem, e recusa e refuta as filosofias de gênero, porque a reciprocidade entre o homem e a mulher é a expressão da beleza da Natureza pretendida por Deus-Criador.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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