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Damião Fernandes

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FAFIC forma profissionais para a Paraíba

21/03/2009 às 08h25

A grande tarefa da educação – segundo Platão – era formar o homem, segundo o critério da racionalidade, para que assim fosse possível responder ás questões do homem grego. A educação teria um alcance universal seja qual fosse a realidade ou o campo de atividade humana, despertando no homem um amor pelo conhecimento, pelo saber e, sobretudo instingando-o a buscá-lo, saindo da caverna.

Platão procurou expor o seu interesse mais imediato: investigar a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua falta. O filósofo se mostrava inclinado em estabelecer premissas que definem o percurso pedagógico que eleva a condição do homem da opinião e do senso comum ao conhecimento fundado em certezas racionais. Com efeito, a alegoria quer demonstrar um processo de descoberta do conhecimento e de transformação do homem por meio da educação.

Transformação esta que é conseqüência efetiva de um saber que se manifesta como aquele que está em busca do conhecimento em suas causas primeiras, ou seja, aquele saber que gera outros saberes ou que na pior da hipótese, serve como matéria prima para os demais. È parte essencial do saber filosófico, a indagação do mundo e das coisas. O porquê de tudo, enquanto realidade construída pelo homem ou até mesmo modificada por ele.

Poderíamos dizer que a prática do filosofar, concomitantemente com a prática do filósofo, estaria fundamentada numa metafórica do corpo-a-corpo com o mundo, aproximação do homem que pensa as realidades e estruturas humanas, sociais, políticas, numa tentativa de contemplá-las, compreende-las e explicá-las, sempre a partir de categorias racionais e indutivas, em busca de uma análise conceitual das configurações próximas ou distantes que satisfaçam ás indagações previamente elaboradas.

As antigas e recentes configurações nacionais e internacionais que são visivelmente percebidas em níveis econômicos, políticos, social, religiosos e culturais são responsáveis pela geração das sociedades que conhecemos como pós-moderna e pós-industrial. Nessas sociedades são estabelecidas profundas metanóias, que exigem novos paradigmas didáticopedagógicos para um aperfeiçoamento e uma educação de profissionais que sejam portadores da missão de apartir de categorias racionais e indutivas pensarem o mundo e suas realidades, questionar criticamente os fatos, as coisas, as pessoas e o ser no mundo. Para a filosofia, a prática do filosofar é exigente. O filósofo precisa estar imbuído da mais genuína capacidade de ver além da visão parcial e comprometida dos outros homens, interpretarem a vida e seus fenômenos por meio de outras categorias cognitivas.

Por causa disso, não podemos eximir as mais diversas instituições de ensino superior, da grande responsabilidade de formar tais profissionais, pensadores, e filósofos. Até porque a qualidade profissional destes é em grande parte, mérito da competência e da qualidade das metodologias de ensino destas mesmas instituições e dos profissionais que a compõe. O profissional em educação torna-se competente e habilidoso, em parte pela sua dedicação pessoal e seu estimulo contínuo e também graças á credibilidade dos valores, confiabilidade do ensino e segurança dos métodos que a instituição lança mão em suas práticas pedagógicas diárias.

A questão da formação ou a profissionalização de docente sempre se constituiu uma polêmica nas esferas educacionais no mundo. Seja como expressão de uma aspiração, como característica do ofício de ensinar ou como discussão sobre as especificidades ou limitações com que tal condição se dá nos docentes. O tema do profissionalismo está presente nas expressões dos próprios docentes e das instituições acadêmicas responsáveis pela formação destes neo-profissionais.

A FAFIC – Faculdade de Filosofia de Cajazeiras entra na fileira destas grandes instituições que assumem com esmero e competência a responsabilidade de formar profissionais em educação tendo sempre como fundamento a íntima ligação entre teoria e pratica, valores morais e competência profissional, sempre privilegiando efetivamente, como eixo formativo a prática de ensino como caminho de profissionalização do neo-docente. A Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras, traz em sua trajetória a marca de uma bravura heróica em ser uma das primeiras instituições de ensino a dedicar-se por vocação e por missão à formação de novos profissionais em educação.

Ousaríamos em afirmar, que a FAFIC está para Cajazeiras e para a Paraíba como o Liceu de Aristóteles estava para a Atenas, no que refere à profunda importância cultural desta escola – o Liceu – para os cidadãos de Atenienses. Era uma das mais importantes Escolas de Filosofia da Antiguidade e que contribuía profundamente para a formação intelectual em seus mais diversos ramos de estudos: Política, Literatura, Retórica, Lógica, Física e Metafísica.

Semelhante ao que nos referimos acima, Cajazeiras e a Paraíba tem se tornado nestes últimos dias celeiro de novos profissionais-filósofos em educação. É sabido por todos que a Secretaria de Estado da Educação e Cultura da Paraíba atendendo a uma determinação do Conselho Nacional de Educação que tornou obrigatória a oferta das disciplinas de Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, realizou um concurso público para professores das duas disciplinas. Daqueles candidatos que foram aprovados e classificados, 26 foram Graduados e/ou Pós-graduados pela FESC-FAFIC de Cajazeiras.

Homens e Mulheres que tiveram a sua vida acadêmica gerada pelo útero fecundo da FAFIC, que construíram caminho a caminho e passo a passo, a história de suas conquistas acadêmicas e profissionais sob o olhar maternal desta Instituição. Profissionais que trazem em si os mais diversos ecos daqueles professores, mestres, doutores, que com suas presenças e habilidades nos ensinaram muitos mais do que os livros ofereciam: Ensinaram-nos a arte de pensar.

Efetivamente, podemos afirmar que a FAFIC em toda a sua história como Instituição de Ensino Superior tem formado profissionais para o mercado de trabalho paraibano. Têm gerado novos pensadores, novos filósofos de competência e qualidade inquestionáveis.

A FAFIC que sempre buscou enredar um elenco daquelas exigências necessárias á formação destes profissionais, exigindo que estes tenham uma competência polivalente, revela-se nesta ocasião como aquela instituição que forma profissional não para si mesmo, mas para um mercado de trabalho que a cada dia revela-se exigente, criterioso e competitivo.

Vinte e seis “filhos” da FAFIC que de ora em diante levarão pela Paraíba a fora o legado desta instituição, o legado de homens e mulheres que ao preço de suas vidas contribuíram para que essa Faculdade fosse maior que eles mesmos, sobretudo, desvelando a todos o magnífico ato de pensar e de educar como processo de vida, de cidadania e cristianização, sobretudo levando-os a percorrer um caminho para a livre expressão do pensar humano. 

Obs.: Dentre os 26 "Filhos da FAFIC" que foram aprovados no Concurso Público do Estado da Paraíba,  eu sou um destes. Aprovado em 2° lugar para Professor de Filosofia no Ensino Médio.

Para saber mais
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. 12ª ed. Rio de Janeiro: BB, 2006.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

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Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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