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Damião Fernandes

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Limites Paralisantes

02/07/2012 às 17h35

Ontologicamente somos seres permeados de limites. Só conseguimos caminhar por um pré-fixado tempo e espaço. Não podemos caminhar por tantos quantos quilômetros quisermos. Temos limites. Não podemos e não conseguremos passar vários dias sem beber água, pois corremos o risco de morrermos por desidratação. Temos limites. As estes limites, os chamamos naturais.

Quando passamos a viver em sociedade, não nos é permitido fazermos tudo aquilo que queremos ou tudo aquilo que desejamos. Existem inúmeras convenções e regras que nos limitam. Não podemos estacionar nosso carro em vagas destinadas á pessoas com necessidades especiais. Não podemos, em nossa casa, ouvirmos som no mais alto decibéis, porque podemos incomodar o nosso vizinho. Não podemos estacionar o nosso carro na porta da frente da casa do vizinho sem que ele tenha lhe dado uma prévia permissão. Temos limites. A estes chamamos de sociais.

Somos seres, que naturais, sociais, religiosos ou políticos temos limites que nos podam, que nos disciplinam e/ou nos educam em vista de uma sociabilidade sadia. Os limites são salutares, quando existem para o homem e estão direcionados para fazer que este homem seja cada vez mais, humano. Mas quando não cumprem essa finalidade, eles – os limites – são nocivos e paralisantes.

E quais são estes? Que limites se apresentam para nós como nocivos e paralisantes?

Limites nocivos e paralisantes sempre são exteriores ao indivíduo, portanto, são realidades externas que tem como origem pessoas, lugares ou estruturas que fazem uso de uma ideia ou de uma doutrina qualquer para manipular, controlar ou domesticar a Outros. E existem pessoas, lugares e estruturas que, objetiva ou subjetivamente constroem em torno de sí e a favor de sí mesmos, mecanismos e estruturas de controle, propondo ou impondo "limites" aos demais. Repito: muitas vezes, é de forma velada que tudo acontece. Não sendo muitas vezes percetível.

Existem pessoas, lugares ou estruturas que por terem mentalidades rígidas, portanto não abertas ao que é novo, ao que é dinâmico ou ao que se apresenta como inspiração pneumatológica, julgam que todas as coisas e realidades devam ser medidas pela sua "medida" de leitura e compreenssão da realidade, das coisas, do mundo e , pelo seu tempo ou disposição interior. Essas pessoas ou estruturas se postam como se fossem " A medida protagórica", quando "O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."

Existem pessoas, lugares ou estruturas que somente se preocupam em preservar, pastorear apenas aquilo ou aqueles que estão no seu redil, no metro quadrado de sua visão – e acreditam piamente que foram chamados para isso: Para criar "Uma cultura de manutenção". Com Isso vai-se construindo uma mentalidade restrita, uma evangelização limitada, um anuncio apenas "mantenedor da estrutura"; Seria como que manter o "status quo" espiritual.

Há pessoas, lugares ou estruturas que tem medo de perderem o "descontrole da situação". Pois crescer, avançar e ousar são de certa forma abrir-se ao novo: é perder o controle. Para estes – pessoas ou estruturas – o espírito é bom quando é possível mantê-lo sob seus domínios.

Por isso, saia do lugar que te limita, mergulhe em águas profundas! Deus não te criou para o engaiolamento em idéias frívolas, doutrinas ou mentalidades rígidas e paralisantes. Deus te criou para sejas e vivas desengaiolado de toda e qualquer pessoa ou estrutura que te limita e te aprisiona.

Saia do Lugar que te limita!

"Se, pois, o Filho vos libertar,  sereis realmente livres" . [João 8:36]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

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