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José Antonio

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A miséria é aqui, no Oeste, onde o vento faz a curva

17/12/2016 às 14h27

A seca colocou de joelhos uma região inteira. Além do sertão, o agreste e até o brejo paraibano se quedaram diante da falta de água. Os cinco anos consecutivos sem chuvas vêm ganhando a dimensão de uma tragédia.

As chuvas que caíram neste longo período, num piscar de olhos, a terra bebeu e o pouco que sobrou evaporou silenciosamente. Grandiosas áreas não têm água para matar a sede de um beija-flor.

A estiagem impôs a milhares de nordestinos a humilhação de não ter água nas torneiras. Na Região do Alto Piranhas a maioria das cidades e o campo dependem exclusivamente do carro-pipa para sobreviver. Que tristeza: mendigar por água, numa fila para alcançar o carro-pipa, para não morrer de sede.

Nesta mesma situação estão os bichos. E é neste mesmo sertão, seco e esturricado, que nichos-chave da nossa economia, como a bacia leiteira, a produção de macaxeira, milho e feijão, de banana e coco pedem socorro e outros sequer têm este direito, porque já tudo morreu.

Neste recanto, no extremo Oeste, onde o vento faz a curva, sentimos as dores e ausências de um estado forte e de uma Nação que pudesse olhar para seus filhos, com os olhos do coração.

A principal economia, baseada na pecuária, está praticamente extinta. O grande número de bovinos só existe nas estatísticas do governo e nos cadastros dos bancos para se tomar empréstimos e para comprovar é só ter a coragem de percorrer os sertões quentes e esturricados da região para se contar com os dedos das mãos a quantidade do rebanho que sobrou.

Quais as perspectivas? O que fazer? Resta-nos a esperança, esperanças de chuvas abundantes. Os estudiosos do assunto dizem que: mesmo atuando na faixa equatorial do oceano Pacífico, La Niña está fraca. E, se for concretizada a previsão meteorológica de neutralização do fenômeno entre os meses de fevereiro e março de 2017, parte de nossa região não terá como se beneficiar das chuvas comumente causadas por ele.

Afirmam ainda que a situação difere dos últimos anos, “quando a influência do El Niño era intensa e direcionava as ações de convivência com a seca, portanto, projeta-se a gestão da água em clima de indefinição.

Prospectando o pior cenário, de que em 2017, seja novamente seco, apenas teremos a certeza de que desta vez, se confirmada previsão de chuvas abaixo da média, vamos viver uma grande tragédia. Esta resposta, segundo os estudiosos, a teremos até o inicio de fevereiro.

El Niño é uma das principais causas da seca que se prolonga a cinco anos consecutivos no Nordeste. Ele consiste no aquecimento das águas do oceano Pacífico.

La Niña é o contrário do El Niño. É um dos fenômenos meteorológicos que podem repercutir em chuvas no Nordeste. Consiste no esfriamento das águas do oceano Pacífico. Para o ano de 2017 a situação é favorável para o fenômeno de La Niña atuar no Nordeste.

Conforme o Monitor de Secas do Nordeste no Brasil, “toda a região está em situação de seca excepcional, extrema ou grave. Somente o sul da Bahia encontra-se em situação de seca moderada ou fraca”.

Rezemos para não vermos, se escaparmos, uma tragédia.

Os Profetas de Quixadá

Em 2017, o evento dos profetas da chuva chega a sua 21ª edição, que será realizado na cidade de Quixadá, Ceará. Matéria publicada no Diário do Nordeste, sobre estes profetas, foi feito o seguinte relato: “nos últimos anos, não houve um consenso entre os profetas sobre os invernos que se seguiram. Muitos opinaram que o inverno seria bom, e acabaram tendo que aceitar em meio ao mato seco e a reservatórios em volume morto, que as previsões que fizeram não condiziam com a realidade. Ainda também é cedo para tentar dar a certeza de algo. Mas para alguns, já há o que se comemorar.

“Vamos ter um inverno bom para o ano”, é o que afirma Maria de Lourdes Lemos, 79. Ela garante ser a única mulher entre os profetas cearenses e diz que 2017 será um ano de terra molhada. Mas ela pondera: “Isso é apenas uma previsão, meu filho. Muita coisa pode mudar. Meu pai era um analfabeto, mas era muito sábio. Ele dizia que, quando chegasse o tempo em que o homem quisesse saber mais do que Deus, ele mudava os tempos”, pontua Lourdes”

Vamos aguardar a voz dos profetas e que desta vez eles acertem em suas previsões.

José Antonio

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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