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Damião Fernandes

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Por que sofremos?

17/01/2008 às 18h22

Diante dos atordoados fatos trágicos vivenciados por nossa sociedade nesses últimos dias, fatos que repercutiram em todo o Estado e que contribuíam pra que pudéssemos pensar um pouco na vida e no seu valor. Não há nenhuma originalidade em dizer que me nossa cidade, muitas famílias experimentaram agudos sentimentos de dor , de perda , de padecimento e por não dizer: de um sofrimento dilacerante. Diante de tantas as reflexões, consideração em tantos e diferentes níveis e modalidades do fato, a saber, do acidente trágico que vitimou fatalmente a Jovem Jandira, que julgo não ser necessário explorá-los os por menores do ocorrido.

Gostaria de aqui neste breve e oportuno artigo, no qual me proponho como colaborador junto à esta redação, refletir-mos sobre o mesmo fato, mas buscando encontrar uma outra hermenêutica, uma nova contemplação da realidade. Como nós dissemos no início, todos nós vivenciamos, direta ou indiretamente, momentos de profundos padecimentos, sofrimentos dilacerantes. Mas o que é o sofrimento? Por que sofremos? Qual a razão da dor? Há algum sentido no sofrimento? Qual? Por que sofremos, mesmo que nós não o busquemos? Sofremos por que fomos de uma forma castigados ou por que é próprio de nossa natureza sofre? É possível dar algum sentido ao sofrimento? E aqui vem aquela pergunta crucial que todos nós, com raríssimas exceções, já não tenha feito: por que comigo?

Acredito que perguntas existências como estas ou muitas outras, tenham tomado o coração e a mente daqueles parentes e/ou amigo das vitimas. Perguntas que merecem de nós – de mim e voce – uma importante reflexão. O sofrimento foi um dos temas muito bem refletido e vivenciado na vida e durante todo o pontificado do “Santo Súbito”, o nosso Papa João Paulo II, que na sua Carta Apostólica Salvifici Doloris assim se refere ao sofrimento humano: “O tema do sofrimento — precisamente sob este ponto de vista do sentido salvífico — parece estar integrado profundamente no contexto do Ano da Redenção, o Jubileu extraordinário da Igreja; e também esta circunstância se apresenta de molde a favorecer diretamente uma maior atenção a dispensar a tal tema exatamente durante este período. Mas, prescindindo deste fato, trata-se de um tema universal, que acompanha o homem em todos os quadrantes da longitude e da latitude terrestre; num certo sentido, coexiste com ele no mundo; e por isso, exige ser constantemente retomado.”(Grifos meus)

João Paulo II logo depois vai dizer que o sofrimento existe com que para nos impulsionar a transcendência, ou seja, existe para nos levar a realidade de valores maiores ,nos impulsiona á buscar as coisas do alto, nos levando á compreender que só Deus é o inicio e o fim de todas as coisas: “O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem; é um daqueles pontos em que o homem está, em certo sentido, "destinado" a superar-se a si mesmo; e é chamado de modo misterioso a fazê-lo”.

Tal é o sentido do sofrimento: verdadeiramente sobrenatural e, ao mesmo tempo, humano; é sobrenatural, porque se radica no mistério divino da Redenção do mundo; e é também profundamente humano, porque nele o homem se aceita a si mesmo, com a sua própria humanidade, com a própria dignidade e a própria missão. O sofrimento faz parte, certamente, do mistério do homem.

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

Contato: [email protected]

Damião Fernandes

Damião Fernandes

Damião Fernandes. Poeta. Escritor e Professor Universitário. Graduado em Filosofia. Pós Graduado em Filosofia da Educação. Mestre e Doutorando em Educação pela (UFPB). Autor do livro: COISAS COMUNS: o sagrado que abriga dentro. (Penalux, 2014).

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