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Belfort comenta falta de “chama” no octógono: “Não é hora de ser poeta”

Lutador se sente sem agressividade nos combates e descarta que revanche contra Anderson Silva possa reavivar sua vontade no octógono: "É uma coisa interna"

Por Campelo Sousa

21/10/2016 às 07h59

Vitor Belfort antes do UFC 204: lutador sente que precisa se motivar e ser mais agressivo no octógono (Foto: Getty Images)

Uma publicação de Vitor Belfort nas redes sociais no último sábado deixou a internet em polvorosa, cheia de especulações de que, após 20 anos de carreira no MMA, o lutador estaria se aposentando. Pouco depois, sua equipe esclareceu que se tratava de um desabafo, e que o veterano de 39 anos de idade seguia na ativa.

Belfort, no entanto, vive fase de baixa no esporte, com duas derrotas consecutivas – apenas a segunda vez na carreira que ele sofre derrotas em sequência e a primeira desde 2005. O outrora dominante “Fenômeno”, conhecido por ataques explosivos e nocautes fulminantes, esteve irreconhecível nas lutas contra Ronaldo Jacaré e Gegard Mousasi, e sabe disso.

– É uma coisa que não tenho tido muito desde a minha luta contra o Jacaré, que é a motivação da competição. De agressividade, de entender que ali não é hora de ser poeta. Acho que falta essa chama da competição, de estar no “game”. Eu preciso sempre dela. Lógico que estou perto de encerrar minha jornada como atleta, e quero finalizá-la com essa chama, não só por mim, mas pelos meus filhos, pela minha esposa, pelos meus fãs, pelos meus treinadores, meus amigos, até os meus patrocinadores precisam disso, que eu seja da maneira como sempre fui. Nada melhor do que você reconhecer seu erro, não acho vergonha nenhuma, acho que é uma grande virtude reconhecer onde está errando. Acho que não tenho proporcionado o que eu sou, e eu tenho sofrido com isso. Tenho certeza que vou conseguir acender essa chama, conto com o apoio dos meus fãs, da minha família, dos meus treinadores, e tenho certeza que os meus melhores dias estão por vir – disse Vitor Belfort, em entrevista ao Combate.com via Skype, direto de sua residência na Flórida.

O que desperta essa “chama”, contudo, ainda é um mistério até para o próprio lutador. Uma revanche contra Anderson Silva, que o derrotou de forma marcante em 2011, por exemplo, soa como um desafio que faria sentido para a atual fase de Belfort, mas o próprio reconhece que, sem a motivação necessária, o adversário é irrelevante.

– Acho que de repente, no momento atual, pra falar o que faz sentido, tanta coisa pode fazer sentido… Meu foco agora é achar essa chama. Essa é uma das lutas que fazem sentido nesse momento, mas tem muitas lutas que fazem sentido. O importante agora é que eu não posso estar pensando nisso, porque minha chama não está de acordo com meu adversário. Tenho que achar essa chama interna, é uma coisa interna. A gente está literalmente começando a acender essa tocha – explicou o “Fenômeno”.

Belfort admite que o momento é de preparar o “gran finale” de sua carreira. Contudo, quando perguntado se sua trajetória ficaria em 21 anos – ou seja, se encerraria em 2017 – o veterano novamente deixou em aberto seu futuro como atleta.

– Quem sabe não vira 22, 23, 24, a gente consegue terminar até nos 30 (anos de carreira)! Se eles criarem a divisão das “legends”, os masters. Eu tenho certeza que é possível – concluiu.

GE

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