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Edivan Rodrigues

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Atitude do prefeito Carlos Rafael

18/11/2011 às 20h26

 Carlos Rafael assumiu a prefeitura no meio do caminho com a enorme responsabilidade de governar Cajazeiras. E legitimar-se no cargo para o qual não foi eleito. Após a euforia inicial, já com os pés no chão, ajudado por uma equipe jovem tenta encarar a gravidade dos problemas do município, meio espantado com a crise, o cobertor das receitas muito curto e, o que é pior, impedido de receber recursos extras da União. Tudo isso pesa sobre seus ombros, na corrida contra o tempo, exigindo esforço, paciência, senso de oportunidade. Como postulante a novo mandato Carlos Rafael não pode errar. E precisa demonstrar firmeza e dinamismo. Convenhamos, é carga pesada para um moço de vinte e poucos anos. Ainda por cima, adversário do governador e tendo forte oposição local.

Vendo de longe, a mim me parece que Carlos Rafael deveria fazer uma reflexão profunda, longe do foguetório. Solitária. Distante dos áulicos, eternos amigos do poder. E tão somente do poder. Um retiro de fim de semana lhe faria bem. Para quê? Para repassar os objetivos políticos imediatos. E os de longo prazo, também. Objetivos político-partidários, porém, sem perder de vista os problemas de Cajazeiras, cujo equacionamento poderá lhe dar créditos futuros como gestor público. Quem sabe, começando a afastar Cajazeiras da mesmice política.

Conselho não se dá nem a quem pede. Então ouso sugerir. O maior problema da prefeitura hoje é, sem dúvida, a impossibilidade de captar recursos extras da União, em virtude de pendências legais que a deixam numa espécie de purgatório. Pendências vindas de longe, algumas até já solucionadas, mas que ainda amarram as mãos do prefeito. Isso a gente ouve nas ruas. Sabe-se, também, que Carlos Rafael tem-se empenhado em resolver essa questão, aliás, de vida e morte para quem exerce curto mandato. Mas falta algo fundamental: explicar à população, didaticamente, sem subterfúgio, com clareza e dados técnicos corretos, a real situação, os passos adotados até agora e os encaminhamentos futuros.

Não tenha pressa, jovem prefeito, em convocar entrevista coletiva. Avance por partes. Primeiro, mande o secretário de finanças e assessores jurídicos elaborarem documento técnico circunstanciado, sem adjetivos, com fatos e atos, historiando desde a origem dos problemas até o estágio atual das pendências. Segundo passo, leia com calma e, em seguida, discuta com todos os auxiliares o conteúdo e a forma do documento, preparado pela jovem e inteligente equipe, para que todos, sem exceção, conheçam a verdade nua e crua do município. Só após esse procedimento, traga o assunto ao debate público.

E as conseqüências? Mesmo que o prefeito use de diplomacia, a divulgação ora sugerida pode ferir suscetibilidades, dificultando a viabilidade da sua candidatura a prefeito. E daí? Talvez seja mais estratégico Carlos Rafael permanecer na prefeitura para legitimar-se como gestor sério, transparente, preocupado com as questões fundamentais da população, sem o açodamento de caçador de votos para si próprio. No feixe de partidos que lhe dão apoio existem outros nomes. Não custa lembrar: em política, uma atitude pode mudar o curso da história. Se estiver em sintonia com o interesse coletivo, então muda para melhor.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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