Orações para Rafael
Por José Antonio
Fui surpreendido, neste inicio de semana, com a notícia de que meu colega de estudos, Rafael Holanda, estava com covid e mais chocado ainda ao saber, logo no dia seguinte, que se fez necessário, provocado por um infarto, ser intubado.
Fico a imaginar o triste quadro do meu velho e querido amigo num leito de uma UTI, local de um hospital onde sempre esteve, mas de prontidão na condição de médico para salvar vidas.
Preocupa-nos também, que mesmo tendo sido vacinado por duas vezes e sabedor de que sempre cumpriu os protocolos exigidos pela ciência para não contrair o vírus, é objeto de uma reflexão sobre o poder de imunização destas vacinas que estamos tomando.
Rafael tem uma legião de amigos em Cajazeiras e com uma imensa folha de serviços prestados na área de saúde, no Hospital Antonio Targino, da cidade de Campina Grande. Quem passou os umbrais daquele nosocômio e foi de Cajazeiras, Rafael sempre fez questão de se desdobrar em atenção, cuidado e zelo para com todos. O seu amor por Cajazeiras, fazia-o agir assim.
Quantas vezes já recorri à sua pessoa para observar um doente, e ele chegava ao hospital antes da ambulância, para logo em seguida já me informar da situação do mesmo. Assim tem sido o procedimento de Rafael, que tem um coração imenso e traz consigo o ideal de servir e de ajudar a curar e sarar feridas.
Desde os idos de 1960 que conheço Rafael e me sinto privilegiado em tê-lo como amigo. Passamos quatro anos juntos, sempre na mesma sala, fazendo o Curso Ginasial, no Diocesano Padre Rolim, sob a direção do inesquecível Monsenhor Vicente Freitas, que ao fim de cada mês, quando eram entregues os boletins com as notas, assinados por ele, para no dia seguinte mostrar na secretaria a assinatura do pai ou da mãe, em seu verso, havia sempre um “suspense”, entre ele e eu, para ver quem tinha tirado a melhor média do mês.
Havia um revezamento: às vezes o primeiro lugar era dele e eu ficava em segundo, mas no mês seguinte eu ficava em primeiro e assim era o ano todo. Mas Rafael sempre foi um brilhante aluno, além de se destacar por suas “peraltices”, ao lado de seu primo Ferreirinha. Foram quatro anos de momentos vividos com muitas alegrias e felicidades. Nós éramos como uma família. Ainda hoje, os melhores amigos que tenho, nasceu dos bancos escolares do velho e tradicional Colégio Diocesano Padre Rolim. Nos reencontros tem direito a beijos e fortes abraços.
Em 1964, ano da Revolução, lá estávamos juntos de novo, em João Pessoa, no primeiro ano cientifico, no Colégio Lins de Vasconcelos, sofrendo muito nas provas de Física, mas logo em seguida, tomei a decisão, sem avisar aos meus pais, fui estudar no Recife, passei no Vestibular, em 1967, concluindo História, na Universidade Católica e Bacharelado em Ciências Sociais, na Universidade Federal de Pernambuco. Segui o meu caminho como professor e Rafael fez Medicina, se tornando um grande profissional.
Rafael passou a residir em Campina Grande, eu continuei com minhas raízes fincadas no solo abençoado de Cajazeiras, mas sempre nos comunicando e mantendo os laços de amizade.
Rememoro alguns belos momentos, porque são inúmeros, que passei ao lado do Rafael, mas muito preocupado e rezando para Nossa Senhora Auxiliadora e São João Bosco, santos, que durante quatro anos, tirando apenas os períodos de férias, rezávamos todos os dias, ajoelhados e pedindo suas bençãos, na Capela do Colégio.
Rafael espero e tenho fé em Deus, que brevemente estarei beijando mais uma vez sua face e dando-lhe um forte abraço.
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