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Polícia Federal encontra grampo telefônico na Assembléia Legislativa da PB

A pedido do presidente da ALPB, os peritos analisaram um microfone de dimensões reduzidas encontrado sob a mesa utilizada pelo deputado.

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08/06/2011 às 17h06

O Departamento da Polícia Federal na Paraíba identificou a existência de um grampo ambiental e telefônico no gabinete do presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ricardo Marcelo (PSDB). Peritos da PF estiveram no gabinete da Presidência no último dia 9 de maio. A pedido do próprio Ricardo Marcelo, os peritos analisaram um microfone de dimensões reduzidas encontrado sob a mesa utilizada pelo deputado.

Ricardo Marcelo decidiu convocar a perícia da PF depois de determinar a realização de uma varredura eletrônica em todos os ambientes da Assembleia Legislativa. Foi essa varredura que detectou a existência do grampo no gabinete da Presidência.

Perícia
Segundo o laudo pericial nº 233/2011, o equipamento, medindo cerca de 23 por 7 milímetros, estava encapsulado em material plástico termocontrátil de cor preta, ligado a três fios de cores preto, branco e vermelho. Esse equipamento de espionagem se encontrava conectado, ainda segundo o laudo da PF, nos fios de telefone, ocultado no interior de uma das caixas de telefonia.

Laudo
O laudo pericial revela ainda que, durante os trabalhos de investigação, foi realizado acompanhamento do cabo telefônico pelo forro do imóvel desde a sala da Presidência da Assembleia Legislativa, onde o equipamento estava ligado. Os peritos constaram que os fios estavam conectados a uma central telefônica.

Atendendo à uma solicitação do presidente Ricardo Marcelo, a Polícia Federal recolheu todo o equipamento eletrônico que foi instalado ilegalmente em seu gabinete e que, comprovadamente, estariam servindo para escutas telefônicas e ambientais. O equipamento não possuía circuito de transmissão por radiofrequência.

Investigação
A análise do circuito permitiu que os peritos da Polícia Federal concluíssem que se tratava de um amplificador de áudio de um estágio, do tipo emissor comum, onde o fio vermelho fornece a alimentação, o fio preto é o terra e o fio branco a saída de áudio.

A PF realizou testes com o equipamento e comprovou seu perfeito funcionamento, amplificando conversas dentro da sala da Presidência, onde foi testado.

Nos testes realizados no gabinete do presidente Ricardo Marcelo, os peritos comprovaram que o aparelho funcionaria perfeitamente, mas, quando ele foi detectado, os fios vermelho e branco se encontravam em curto-circuito, o que cancelava naquele momento os sinais de áudio que poderiam ser captados e amplificados.

denúncia ao MP
O presidente Ricardo Marcelo (PSDB) avisou que vai pedir ao Ministério Público Estadual a apuração completa dos fatos. Ele diz que cumpriu o seu dever como presidente do Poder Legislativo, pedindo a investigação imediata da denúncia. Assim, após o laudo pericial, ouvirá o Ministério Público e só então solicitará a abertura do inquérito policial.

“Diante da minha responsabilidade como presidente do Poder Legislativo, jamais me permitiria levantar qualquer suspeita ou a mínima insinuação de quem estaria por trás disso ou mesmo quem teria interesse de escutar ilegalmente o que se passava no meu gabinete. Mas é preciso que esse fato, que considero de extrema gravidade, seja completamente apurado”, disse.

O presidente da Assembleia Legislativa frisou que o princípio da privacidade é assegurado constitucionalmente e não pode ser desrespeitado. “Queremos apenas a investigação completa dos fatos. Temos que ter muita prudência e cautela nesse momento, para que não haja qualquer tipo de insinuação, seja ela no campo político ou pessoal. Somente com a conclusão do inquérito que estamos solicitando, após ouvido o Ministério Público, é que vamos saber realmente o que se passava”, afirmou.

Da assessoria

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