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Flamengo versão 2019 começa a ganhar cara e se enche de moral para primeira “decisão”

Com dois dos quatro reforços no time principal, Rubro-Negro tem a melhor atuação do ano nos 4 a 0 sobre a Cabofriense, e Abel reforça conceitos com o esquema tático em goleada no Maracanã

Por GE

04/02/2019 às 07h11

Atuação de Arão reforça conceito de Abel Braga em manter dupla de volantes (Foto: Delmiro Junior / Estadão Conteúdo)

Ainda não é a versão final do Flamengo 2019, mas o Rubro-Negro à la Abel Braga começou a apresentar suas credenciais. No sétimo jogo da temporada – incluindo os amistosos da Flórida Cup –, a equipe mostrou maior evolução, teve uma atuação segura e convincente contra a Cabofriense e deixou o Maracanã no último domingo com uma goleada por 4 a 0 e sua melhor exibição sob o comando do treinador. Um combustível e tanto para o Fla-Flu da semifinal da Taça Guanabara.

Foi o primeiro jogo do time considerado principal, em meio ao revezamento deste início de ano, com dois dos quatro reforços entre os titulares: Rodrigo Caio e Bruno Henrique. E ambos se encaixaram como luvas. O zagueiro foi muito seguro nas poucas vezes em que foi exigido na defesa, enquanto o rápido atacante sempre criava perigo quando acionado e voltou a estufar a rede. Os outros dois quando entraram no segundo tempo também mostraram serviço: Gabigol deu uma assistência, e Arrascaeta fez seu primeiro gol com a camisa rubro-negra.

E o quatro do placar foi pouco para o volume de jogo que o Flamengo impôs desde o início, com 53% de posse de bola, 20 finalizações e 12 chances claras de gol. Ou seja, aproveitou só um terço delas. Se tivesse sido perfeito, teria igualado o time de 1956 que aplicou 12 no São Cristóvão, na maior goleada até hoje do Maracanã. A confiança era tanta que multiplicou bicicletas e voleios em campo: Bruno Henrique, Everton Ribeiro, Diego duas vezes… Mas só uma do camisa 10 entrou e virou pintura – será que foi mais bonita do que aquela do Henrique Dourado?

Infiltrações e tabelas perto da área adversária, o que não vinha acontecendo nos primeiros jogos da temporada, foram aos montes. Jogadas bonitas de se ver. Mas será que o Flamengo encaixou de vez? Há que tirar o peso da avaliação pela fragilidade adversária. A marcação da Cabofriense ofereceu muitos espaços e foi a mais frouxa que o Rubro-Negro pegou pela frente neste Carioca. Na frente, o Tricolor Praiano também foi inofensivo e só atacou três vezes, com apenas um perigo de gol. Serão necessários outros testes para provar esse maior entrosamento dos comandados de Abel.

Por falar no treinador, a primeira goleada do ano serviu para ele reforçar conceitos envolvendo o esquema tático. Um deles é de que Willian Arão é peça chave para a equipe e seu homem de confiança em campo, mesmo perseguido pela torcida. E o “time que a torcida pediu”, com só um volante e todos os reforços em campo – chamado de “time de índio” por Abel porque só ataca –, não terá vez. Ele chegou a colocar Arrascaeta no lugar de Arão e incendiou o Maracanã, mas deixou a formação apenas sete minutos até sacar Everton Ribeiro para colocar Ronaldo.

Outras observações:
Das vaias aos aplausos: assim como Vitinho, Arão enfrenta certa resistência por parte da torcida e foi o único do time vaiado pelo público no Maracanã durante o anúncio de sua escalação no telão do estádio. Mas o volante não se abateu e mostrou personalidade para transformar as críticas em aplausos quando saiu da partida com um gol e uma assistência para Diego. Em um jogo com pouco trabalho defensivo, ele teve espaço para atacar;

Defesa zerada: foi o primeiro jogo oficial do Flamengo sem sofrer gols em 2019. Feito que só tinha conseguido na vitória por 1 a 0 sobre o Eintracht Frankfurt, da Alemanha, em um amistoso da Flórida Cup nos Estados Unidos. A defesa vinha sendo alvo de críticas por causa da média de um gol sofrido por partida no Carioca antes desta rodada, mas parece estar se firmando com a dupla de zaga Rhodolfo e Rodrigo Caio.

A fase dos homens-gol: não é das melhores. Titular, Uribe perdeu três chances claras diante da Cabofriense e tem só um gol na Taça Guanabara. Gabigol, que deu assistência para Bruno Henrique, também teve uma oportunidade cristalina na pequena área, mas errou a cabeçada e segue sem conseguir desencantar com a camisa rubro-negra. Enquanto isso, Dourado, que já fez dois, vê do banco que a titularidade ainda está em aberto.

Tem espaço para o Arrascaeta? Uma contratação do nível do uruguaio não é para ser reserva. Mas se Abel bate o pé por dois volantes, e o trio Bruno Henrique, Diego e Everton Ribeiro vai muito bem, obrigado, como encaixar o meia nesse time? Agora, com o fim do revezamento, vai ser a pergunta sem resposta, pelo menos por enquanto. O técnico deu a entender na partida que pode até deixar Bruno Henrique na direita para jogar com o camisa 14 na esquerda. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos…

Com a vitória, o Flamengo terminou em primeiro lugar do grupo e vai enfrentar o Fluminense no próximo sábado, às 18h30 (de Brasília) no Maracanã, com a vantagem do empate para ir à final da Taça Guanabara. Será o primeiro jogo eliminatório do Rubro-Negro em 2019 e o primeiro momento de maior pressão em cima de uma equipe que investiu pesado e tem o favoritismo. Os jogadores ganharam folga nesta segunda-feira e se reapresentam na tarde de terça, no Ninho do Urubu.

Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/analise-flamengo-versao-2019-comeca-a-ganhar-cara-e-se-enche-de-moral-para-primeira-decisao.ghtml

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