Muricy resgata esquecidos em melhor momento do Tricolor no ano
Com Ganso como maestro e Antônio Carlos na liderança, Maicon, Aloisio, Ademilson e Denílson se firmam como titulares e tiram time do sufoco
Tirar o São Paulo das últimas colocações do Campeonato Brasileiro e avançar na Copa Sul-Americana foram apenas dois dos feitos de Muricy Ramalho em seu retorno ao Morumbi.
Com um elenco desacreditado e em baixa pelos fracassos na temporada, o treinador conseguiu recuperar jogadores que até então pouco brilharam e transformá-los em decisivos para a reação do Tricolor.
O fechamento da janela de transferências obrigou o técnico a recorrer às opções no próprio grupo para fazer o time reagir. Funcionou tão bem que o São Paulo pulou da 18ª colocação quando o comandante assumiu, na 20ª rodada, para o nono lugar 12 confrontos depois. O time ainda está a um empate de chegar às semifinais do torneio sul-americano.
A maior transformação de rendimento aconteceu com Paulo Henrique Ganso. Desde que pisou no CT da Barra Funda, Muricy já dava demonstrações de que apostava tudo no meio-campista. Mais empenhado, o camisa 8 venceu a disputa com Jadson pela vaga e subiu de produção, resgatando parte do belo futebol que o levou à seleção brasileira defendendo o Santos.
O treinador, aliás, faz questão de lembrar: para que Ganso melhorasse, outros jogadores do meio de campo também precisaram evoluir. Maicon é um deles. Reserva em praticamente todo o ano com Ney Franco e Paulo Autuori, virou titular absoluto com Muricy jogando como um segundo volante e abastecendo o armador com passes precisos.
– A equipe toda está se ajudando. Todo mundo que entra está correspondendo. Quem ganha com isso é o São Paulo – disse Maicon.
Na marcação, foi a vez de Denilson evoluir. Muito questionado como segundo volante, ele passou a atuar mais fixo na proteção à defesa e cresceu. Por conta disso, superou jogadores de origem da função, como Wellington, reserva imediato, e Fabrício, pouco aproveitado com o treinador e um dos que provavelmente deixarão o clube ao fim da temporada.
A defesa também ganhou uma peça importante. Antônio Carlos vem exercendo a liderança que a diretoria confiou a Lúcio, afastado no meio do ano. O zagueiro, contratado do Botafogo já com o Brasileiro em andamento, rapidamente ganhou a vaga e virou um dos líderes do grupo. Só com Muricy, fez cinco gols em 12 partidas, perdendo apenas para Aloísio.
O Boi Bandido, aliás, é a sensação da boa fase são-paulina. Apesar de ser o jogador que mais atuou pelo clube em 2013 (63 jogos), ele nunca se firmou. No entanto, aproveitou a ausência de Luis Fabiano por lesão para brilhar: fez seis gols em quatro partidas, ganhou status de ídolo com as voadoras nas comemorações e tem tudo para desbancar o Fabuloso até o fim do ano.
O companheiro de ataque de Aloísio é outro renegado de antes. Ademilson atuava apenas em jogos esporádicos, mas, com a má fase de Osvaldo, Welliton e Silvinho, entrou para ser a opção de velocidade do setor. Foram apenas dois gols com Muricy. Porém, caiu nas graças da torcida. Na última quarta, os 22 mil torcedores presentes ao Morumbi pediram insistentemente a entrada do garoto de apenas 19 anos.
A cada entrevista, o treinador gosta de destacar que encontrou uma maneira de jogar e fazer o time render. Por isso, antigos titulares, como Rafael Toloi, Jadson, Wellington, Osvaldo e possivelmente Luis Fabiano, terão de se desdobrar para participar mais do fim do ano em alta do Tricolor.
GE
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