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Vasco da Gama, campeão da Copa do Brasil!

Depois de oito anos, clube volta a ficar no topo do futebol brasileiro e é o primeiro a assegurar vaga na Taça Libertadores de 2012

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08/06/2011 às 23h57

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Alecsandro voltou a marcar pelo Vasco e ajudou na conquista do título
Foto: Agência Lance

Com mais uma boa atuação fora de casa e um falha improvável do goleiro Edson Bastos, o Vasco conquistou, nesta quarta-feira, o título da Copa do Brasil. No Estádio Couto Pereira, a equipe foi derrotada por por 3 a 2 mas, com a vitória por 1 a 0 obtida em São Januário, garantiu o título inédito, confirmando a reação de uma equipe que, no começo do ano, não dava qualquer indício de sucesso para 2011.

O Vasco está de novo no topo, depois de ser humilhado por times de menor expressão no Campeonato Carioca e viver grave crise. Mais: o time volta ao topo depois de disputar a Série B de 2009. Desde então, a torcida esperava esse engrandecimento que parecia jamais chegar. Trata-se do primeiro título de primeira divisão desde 2003, quando foi campeão carioca.

Depois de dez anos, o Vasco garante vaga para a Copa de Libertadores ¿ a última disputada foi em 2001, por conta do título da Copa João Havelange em 2000. Isso só foi possível pelo desempenho como visitante: longe de São Januário, o time garantiu a classificação contra Comercial-MS, Náutico e Avaí, além de encaminhar a vaga contra o Atlético-PR. Já o Coritiba, perde chance de encerrar jejum de 26 anos em 1985, venceu o Brasileiro, seu último título nacional.

O Vasco tem batido na trave na Copa do Brasil desde 2006, quando ficou com o vice-campeonato ao perder a decisão para o Vasco. Fez boas campanhas em 2008 e 2009, mas acabou eliminado na semifinal. A conquista também é relevante para o técnico Ricardo Gomes, que chegou ao clube depois de passagem sem brilho pelo São Paulo e acrescenta ao currículo sua primeira taça nacional.

O jogo

O Vasco começou melhor o confronto e se impôs no gramado do Estádio Couto Pereira durante a maior parte do primeiro tempo. Levou o primeiro susto do segundo jogo da final, quando Marcos Paulo cobrou falta aos 7min e Fernando Prass espalmou. Por outro lado, abalou o rival ao abrir o placar aos 11min. Diego Souza lançou Eder Luís pela direita, que tocou para o meio da área, onde Alecsandro bateu com força para marcar.

Como o Coritiba não conseguia reagir – falhava na marcação e não se encontrava no ataque -, Marcelo Oliveira mudou ainda no primeiro tempo. Aos 27min, Marcos Paulo saiu para a entrada de Leonardo. Dois minutos depois, o time começou a melhorar ao arrancar o empate, ganhando fôlego. Jonas recebeu cruzamento na segunda trave e escorou para o meio da área. Bill aproveitou e completou para as redes.

O Vasco não mudou sua postura e continuou pressionando, mas deu cada vez mais brecha para a virada do Coritiba, o que aconteceu no final da primeira etapa. Aos 43min, a zaga cruzmaltina se atrapalhou de novo em jogada de cruzamento e deixou Rafinha dominar e bater. Fernando Prass fez grande defesa, mas Davi ficou com o rebote e fuzilou, estufando as redes no segundo gol do time anfitrião.

O segundo tempo começou com os times mais tensos, dividindo com força nas disputas de meio-campo. Por duas vezes, entradas fortes do atacante Bill quase iniciaram brigas no gramado. Aos 12min, no entanto, uma falha de Edson Bastos complicou o Coritiba. Éder Luís bateu de fora da área. Encoberto pela zaga, o goleiro errou o tempo da bola e aceitou o gol de empate dos visitantes.

O abalo do time alviverde foi vencido também com um chute certeiro, de longe: aos 20min, Willian pegou rebote após corte da zaga vascaína, dominou e acertou um petardo no ângulo esquerdo de Fernando Prass. O gol reascendeu a disputa e jogou o Coritiba para cima do rival, reclamando de pênalti de Dedé aos 25min e lamentando boa jogada desperdiçada por Bill aos 28min – foi travado na hora do chute.

Enquanto Marcelo Oliveira colocou o time para frente com as entradas de Marcos Aurélio e Eltinho, o Vasco recuou de vez com as saídas de Diego Souza e Felipe, substituídos por Jumar e Bernardo. Os minutos finais foram de pressão do Coritiba, que quase marcou com Bill aos 39min, após Fernando Prass se atrapalhar, mas se recuperar. O atacante perdeu outra grande chance aos 44min.

Os quatro minutos de acréscimos assinalados pelo árbitro Sálvio Spinola Fagundes Filho foram dramáticos. O Coritiba tentou finalizar de longe, cruzou bolas na área e quase perdeu a paciência diante da enrolação dos jogadores vascaínos. Só não conseguiu marcar o gol que quebraria o jejum de 26 anos sem conquistas nacionais de primeira divisão. O título inédito ficou com o Vasco, que fez a festa em Curitiba.

 

Vamos todos cantar assim:

O grito preso na garganta

Foram oito anos, dois meses e 18 dias de uma angustiante espera. A conquista do Campeonato Carioca em 23 de março de 2003 tinha sido a última do Vasco em competições no grupo de elite. Tão logo o árbitro Sálvio Spinola ergueu os braços no Couto Pereira, na gélida noite desta quarta-feira, depois de sofrimento intenso nos 90 minutos, a imensa torcida cruz-maltina era "bem feliz, norte e sul, norte e sul deste país", conforme o hino do genial Lamartine Babo. O frio de 10 graus no palco da decisão já não importava mais: o calor da festa aqueceu dentro e fora do estádio. A Copa do Brasil 2011 tem como dono, pela primeira vez, clube cujo nome é de navegante português, mas que marca a fase do atual Trem-Bala. Num jogo sensacional, nunca uma derrota foi tão comemorada: os 3 a 2 sofridos diante do Coritiba, que como o Vasco se refez após o inferno de um ano pela Série B, repete uma sina de conquistas longe de São Januário que começou com o Expresso da Vitória, em 1948.

No Chile, Ademir de Menezes era o craque daquele Sul-Americano, que o time ganhou em cima do argentino River Plate. Depois, em 1989, o Vasco de Bebeto levaria fora do Rio, no Morumbi, o poderoso São Paulo na final do Brasileiro de 1989. Nove anos depois, em 1998, o clube voltou a mandar na América do Sul ao levantar a Libertadores em Guayaquil após bater o Barcelona colombiano. E finalmente, em 2000, a catarse no título da Copa Mercosul em pleno Palestra Itália, numa virada histórica por 4 a 3 sobre o Palmeiras comandada por Romário. A história desse clube era um aviso ao Coritiba: fora de casa, é tão ou mais perigoso do que em seu domínios. Alecsandro e Eder Luis escrevem o nome na sala de troféus do clube com os gols marcados – Bill, Davi e Willian fizeram os da vitória do Coxa – e garantem o clube de volta à Libertadores em 2012 pelo critério de desempate de gols marcados fora.

TERRA com globoesporte.com

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