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Saulo Péricles

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A enchente do Rio Grande do Sul e o show do demônio

08/05/2024 às 18h15

Coluna de Saulo Péricles - Foto: reprodução/Prefeitura de Canoas-RS

Por: Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Caros leitores: vou tentar tratar de dois assuntos que vêm sido discutidos ”ad nauseaum” em todo o nosso país e tentar fazer um paralelo, se é que é possível, entre essas situações: as enchentes do Rio Grande do Sul e o Show de Madonna no Rio. O primeiro, apesar de ser meteorologicamente previsível e o foi, apareceu “um expert” que deu uma entrevista tranquilizando a população. Fazendo um paralelo, quando eu morei nos Estados Unidos há exatos 50 anos e havia um aviso de “snow storm”- tempestade de neve, as aulas eram suspensas, ou canceladas, os alunos deixados em casa, e se tomavam medidas para que ninguém fosse apanhado desprevenido. Eu, que como todo brasileiro é chegado a infringir as regras, resolvi sair de casa para dar um passeio e saber o que danado era isso, quando saí de uma rua para outra, fui numa esquina próxima a casa que eu morava, colhido por um vento que me jogou para fora da calçada, e eu voltei me arrastando para casa e minha família me repreendeu por essa pequena incursão. Lá eles obedecem. Nunca ví um tornado nem um furacão nos tempo em que passei por lá, mas sei que esses avisos e cuidados são antecipados e obedecidos à risca. O furacão Katrina matou 500 americanos, e o então presidente foi culpado e responsabilizado por não dar a devida atenção para esse feito, mas ele mandou equipes e foi para New Orleans. Apenas com certo atraso e pagou seu preço. Aqui, se negaram verbas para fazer as obras de contenção há vários anos, e essas não são tratadas como se deveriam ser, e o aparecem as tragédias que poderiam ser evitadas, para se evitar uma em Santa Catarina (o morro do Baú), os deslizamentos em Petrópolis, e inúmeras outras. Na outra gestão, se é que houve gestão, se ignorava a COVID e as enchentes da Bahia eram tratadas com uma insensibilidade beirando (ou afundando) à insanidade. Passeando de jet sky em Santa Catarina. Debochando das 700.000 vítimas da maior pandemia da história de nosso país. Dessa vez, nosso atual presidente fez o que se espera que se faça um presidente: nada de heroísmo ou de falar que esse cara seria o tal, mas foi acompanhar a tragédia, mandou homens, helicópteros, ministros para verem e se inteirarem da situação, ou seja, fez o dever de casa, nada além do que deveria ter feito, juntamente com o governador de forma, digamos republicana. Herói, nada disso. Poderia fazer mais? Talvez. Mas não se omitiu.

Enquanto isso, o outro lado, além de criticar as falhas que essa operação possa ter e teve; algo natural, diante de uma catástrofe dessa magnitude, a oposição vem a púbico criticar um show da Cantora Madonna no Rio de Janeiro, eu não fui porque não tive condições, nem financeiras nem mentais, mas eu fui para o primeiro dela no Maracanã, e não me decepcionei ir para um show de Madonna e não ver algo escandaloso; é alguma coisa como ir a uma missa e não ver uma Eucaristia, ou ir a um culto evangélico e não assistir a uma pregação. Você vai sabendo o que vai ver, a opção é sua. Então ficam aqueles vendilhões do templo modernos a apontar demônios e sacrilégios. Eles têm a opção de não irem e de não levar as crianças. Eu não levaria minha neta. Mas ví a gravação do evento e achei de extremo bom gosto para nós, velhos cheios de pensamentos pecaminosos. Me despertou o “tarado”, no bom sentido, mas não saí por aí beijando homens  nem querendo Ver espetáculos de lesbianismo, achei o exagero  de bom gosto, ao contrário daquele pastor que beijou a filha na boca em público. Vi: achei exótico, mas não pratiquei. E um milhão e seiscentas mil pessoas também viram e voltaram para casa, e como é praxe no Rio de Janeiro, alguns subtraídos de suas respectivas carteiras.

O Brasil é um pais enorme, enquanto alguns no Rio Grande do Sul combatem as enchentes, outros há milhares de quilômetros assistem a um show. Uma coisa nada tem a ver com a outra. Não foi por causa do Show de Madonna que ocorreram as enchentes do RS. Infelizmente, a gente é obrigado a dizer o óbvio…

Recife, 04 de maio de 2024

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Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Saulo Péricles

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

Contato: [email protected]

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Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira (Pepe): Engenheiro Mecânico, especializado em engenharia de segurança do trabalho, Advogado, Perito em segurança do Trabalho e Assessoria Jurídica, membro fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras.

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