Empresários embolsam redução de impostos da cesta básica e prejudicam consumidores
A medida visa a segurar a inflação e reduzir o preço final destas mercadorias aos consumidores em cerca de 9%.
No último dia 08 de março, a presidenta da República Dilma Rousseff anunciou em cadeia nacional de televisão que o Governo, a partir do dia seguinte, deixaria de cobrar por completo os impostos federais que incidiam sobre a cesta básica, o PIS-Cofins e o IPI. Além disso, aumentou de 13 para 16 o número de artigos da cesta. São eles: carnes (bovina, suína, aves, peixes, ovinos e caprinos), café, óleo, manteiga, açúcar, papel higiênico, pasta de dentes, sabonete, leite essencial, feijão, arroz, farinha de trigo ou massa, batata, legumes, pão e frutas.
A medida visa a segurar a inflação e reduzir o preço final destas mercadorias aos consumidores em cerca de 9%. Só com alimentação, um trabalhador que mora em João Pessoa e recebe um salário mínimo (R$ 678) gasta, por mês, quase 40% com a cesta básica (R$ 270), que, por sinal, teve a terceira maior alta do País entre 18 capitais pesquisadas pelo Dieese: 7,11% (fevereiro/março).
O Governo Federal renuncia, assim, a R$ 5,5 bilhões em receitas para 2013. As grandes indústrias de alimentos e de produtos de higiene, assim como as grandes redes de supermercados, não pretendem, no entanto, abrir mão de seus gigantescos lucros. Dizem que não repassarão por completo ao consumidor a isenção dos impostos.
Desta forma, iremos chamar o presidente da Associação de Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo da Silva, e o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep), Francisco Benevides Gadelha, a comparecer à Assembleia Legislativa para tratarmos sobre as medidas concretas a serem tomadas para garantir que a redução de preços da cesta básica chegue integralmente aos paraibanos.
Um mês já se passou do anúncio da presidenta Dilma e, até agora, o que vimos foram aumentos nos preços, mais inflação e desrespeito à população por parte dos grandes empresários, pois são eles que controlam as grandes redes atacadistas.
Vamos cobrar a quem temos que cobrar, inclusive acionando os órgãos de defesa do consumidor e o Ministério Público para fazer valer este direito.
ASCOM
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