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Maria do Carmo

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Alguns ângulos das redes sociais e o cuidado com a saúde mental

28/02/2024 às 19h00 • atualizado em 28/02/2024 às 19h01

Coluna de Maria do Carmo - Foto ilustrativa - reprodução/Pixabay

Por Maria do Carmo – No início do século XX, não se imaginava que uma grande novidade no campo da informação surgiria uma ferramenta tecnológica que se tornara útil e intrínseca à vida das pessoas. A rede mundial de computadores, a tecnologia avançada dos celulares, a internet e a expansão do wifi popularizaram as famosas redes sociais caracterizando numa nova era digital da comunicação, porém os usos indevidos e ilimitados das mesmas podem causar sérios danos à saúde do usuário.

Foi um salto de evolução enorme, o que antes era inusitado, o universo da informação digital e a acessibilidade dos usuários às redes sociais aconteceram numa grande velocidade. O longo espaço de permanência do antigo telefone fixo cujas conexões visíveis através de fios e cabos possibilitavam se ouvir a voz de quem estava do outro lado da linha, rapidamente foi substituído pelo avanço das novas tecnologias da comunicação, rompendo barreiras geográficas tornando o distante bem próximo de nós com uma gama de ilustrações, imagens para a facilidade eficácia na informação. Na história sobre a origem e avanços quanto o aparecimento das redes sociais se percebe o quanto que as mesmas se tornaram cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas devido a versatilidade que as mesmas possibilitam para o usuário

Relatos revelam que pelos anos de 1990 surgiu a primeira rede social: Classmates uma plataforma usada para reunir estudantes nas escolas dos Estados Unidos; depois Friendster lançada em 2002 desenvolvida na Califórnia, Myspace e Linkedin (2003); Orkut foi o 1º site de relacionamento com o foco nos Estados Unidos sendo popularizado nos países da Índia e no Brasil. Aparece o Facebook com diversas funcionalidades e o You Tube (2005) principal rede social extensiva a vídeos, o Twitter entre 2006 e 2008 comum em países de economia mais frágil, o Whatsapp em 2009, o Instagram em 2010 e o Tik tok em 2014 tendo o mesmo a monetização do usuário.

De início, dar um click para abrir a tela de um computador ou celular para acessar essas redes sócias parecia apenas uma brincadeira, mas virou realidade até certo ponto uma necessidade. As mídias sociais têm grande riqueza de opções, além da comunicação instantânea e entretenimento, um vasto ambiente para a pesquisa e informações sobre os acontecimentos do mundo em tempo real. A comunicação virtual oferece condições para o compartilhamento de eventos, é propício para fazer amizades, encontrar emprego, estabelecer relações profissionais, e divulgação de editais de concursos públicos, trabalhos escritos como também muito bom para   realização de leituras de artigos, crônicas e livros além de uma série de vídeos e fotografias para o divertimento.

Se de um lado a comunicação através das redes sociais oferecem comodidade, e outras vantagens, a mesma requer do usuário aplicar a inteligência e com sabedoria selecionar o útil para seu crescimento e descartando o que é prejudicial ao mesmo. Sendo estas redes o lugar onde “cabe tudo” em ralação à expressividade e exposição: o “bom e o ruim estão lá”, contudo, merece a devida atenção, por existir um grande número de novidades no elenco de informações  o usuário perde tempo que poderia ser utilizado em outras atividades causando um desvio do foco no que está sendo pesquisado. São sérias consequências do uso desregrado das redes sociais prejudicando os aspectos da sociabilidade ficando o usuário muito sociável nos meios digitais e fechados para as pessoas do convívio no dia a dia e a percepção sobre a própria vida fica complicada com relação à autoestima, qualidade dos relacionamentos interpessoais, comportamento alimentar, produtividade da rotina a até no ciclo do sono.

No site Unimed-saúde emocional aponta que o uso constante das redes sociais pode contribuir para os disparos de gatilhos na saúde mental: um deles é a construção de um padrão ideal inalcançável, a incapacidade de gerar prazer ou motivação para o mundo real, a impressão de que a vida de todos é melhor do que a nossa através de palavras ou acontecimentos marcantes, geralmente bons, quando são apenas um recorte da realidade.  O fenômeno da dependência, pode ser outro disparo na saúde mental com o uso excessivo das redes acontecendo nos neurotransmissores causando dependência no sistema de recompensa cerebral. Os estímulos e os reforços positivos (curtidas, comentários e validações disparam a produção de dopamina (molécula responsável pelo prazer) em ritmo acelerado há uma perca do cérebro de gerar estas respectivas moléculas.

Além dos outros o cyberbulying consiste um dos disparos muito perigoso cometido por pessoas mal-intencionadas que abusam da liberdade para propagar comentários prejudiciais a terceiros. É a violência psicológica e a perseguição a alguém por meio da internet, uma vez que as redes sociais propiciam terreno fértil para esta prática de agressão virtual causando doenças mentais nas vítimas destes ataques. E o quarto disparo são os danos ao sono, uma vez sendo utilizado  muito tempo com rolagem na tela elevam as chances de insônia e ao mesmo tempo, o alto grau de iluminação faz com que o cérebro não entenda que é noite inibindo a produção de melatonina, hormônio responsável pela indução e manutenção do sono.

Estamos na era da influência tecnológica digital e as redes sociais se usadas de forma moderada não causam prejuízos nos usuários e principalmente nos jovens. Muitos passatempos saudáveis podem ser incorporados novamente à rotina, hobbies que proporcionam satisfação e melhoram a autoestima, o autocuidado com a prática de exercícios, boa alimentação, sono adequado promovem o bem-estar físico e mental. Outras sugestões no artigo do site GZH saúde apontam que as pessoas precisam focarem na vida presencial, ficar 100% de atenção sem se distrair com redes e valorizar o momento off-line. Ter também o censo crítico na capacidade de selecionar contas e perfis, removendo ou bloqueando postagens que causam sentimentos negativos e aceitar apenas conteúdos que promovam a positividade.

O tempo utilizado nas redes sociais precisa ser enriquecedor com algo que contribua para o desenvolvimento de habilidades na busca de conteúdos que venha contribuir para uma boa qualidade vida. Ao mesmo tempo, o despertar do usuário para os efeitos maléficos causado pelo uso desenfreado da internet, que não pode ser instintivo, mas controlado evitando o isolamento, a depressão, a ansiedade como também nem tudo deve ser compartilhado, essa pressão precisa ser combatida mantendo algumas experiências privadas. Para reforçar, um trecho de um artigo do site amil one, adverte que evitar a exposição desenfreada “reduz as preocupações com o julgamento alheio, não se comparar com o outro ajuda a prevenir contra a distorção de imagem e se render à cobrança por produtividade excessiva ajuda a combater o esgotamento mental”.

A conscientização sobre o que é mostrado nas redes é uma parte da realidade onde há apenas um recorte da vida pessoal. O que há no mundo real: o feio e o belo; alegrias e tristezas; as dificuldades e conquistas; esta diversidade fazem parte da vida sendo necessário compreender essas realidades de cabeça erguida e viver na perspectiva de uma vida em plenitude buscando o equilíbrio na administração dos espaços online evitando os impactos nocivos da internet.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras, 28 de Fevereiro de 2024


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

Maria do Carmo

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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