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José Antonio

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Cajazeiras precisa de um banho de beleza

01/03/2019 às 07h27

Coluna de José Ronildo

Quando Cajazeiras, em 1863, ganhou a sua Independência Política, tem-se noticia que a única praça existente era a da Matriz, à época denominada de Nossa Senhora da Piedade, sempre conhecida como Praça da Igreja.

Eu imagino como seria a minha urbe nos idos de 1863: meia dúzia de ruas estreitas e sem calçamentos, calçadas altas, iluminação a luz de candeeiro, prédios com adereços em suas fachadas com algumas árvores nativas e pés de oiticicas e cajás.

Para a Vila de Cajazeiras conquistar o predicado de cidade foi treze anos de luta porque todas as vezes que o projeto era encaminhado para votação, no plenário da Assembléia, era rejeitado. Faltavam-lhe alguns predicados.

Hoje a vejo e curvo-me diante de sua beleza, muito embora com sinais na face que demonstram as rugas do envelhecimento, rugas que simbolizam os buracos das suas ruas, com o lixo e o entulho de suas novas edificações, das calçadas mal cuidadas, da impiedosa ação dos vândalos que destroem as praças e os nossos poucos jardins.

Esta cidade vive em constante ebulição, não é um projeto acabado, findo. Não cuidamos da preservação do que já existe em pelo menos no que poderíamos chamar de original, histórico e antigo. Existem cidades onde não se tem o direito de alterar mais coisa nenhuma em determinadas ruas. São “imexíveis”.

Um administrador cresce e se avulta, não pelo que é, mas pelo que deve fazer, pelo que faz e a glória sua sobe da poeira de suas obras e descansa debaixo da sombra de suas árvores.
Em Cajazeiras, ao longo destes anos, alguns administradores enfeitaram o corpo bonito desta jovem cidade, com novas avenidas, com praças e jardins, mas foram poucas as tatuagens para torná-la mais bela e atraente. Eu só acredito em prefeito que seja muito vaidoso, porque a sua vaidade ele consegue transferir para a cidade que administra.

Como eu gostaria de ver a minha cidade? Imaginemos uma noiva no altar ou uma jovem de 15 anos num baile de debutantes o que diriam os convidados para a festa? Que belo! E para completar a beleza da festa muita luz. O saudoso Monsenhor Vicente Freitas costumava dizer: festa só é bonita com muita luz e recordo-me do prefeito Chico Rolim que se orgulhava de ostentar o titulo de que Cajazeiras era a cidade mais bem iluminada da Paraíba e a que tinha muitas ruas asfaltadas. Por que perdemos este titulo e esta honraria?

Quando era aluno do Colégio Salesiano Padre Rolim morávamos na Rua Cel. Peba, que foi calçada no governo de Antonio Rolim, e todos os dias fazia uma caminhada, até a colina de Nossa Senhora Auxiliadora e tenho guardado na memória, casa por casa e rua por rua e outro dia para matar as saudades e relembrar os meus tempos de estudante fiz o mesmo percurso e os nomes e traçados das ruas pouco mudaram, desde o ano de 1958.

O que tem de novo além de terem sido todas as ruas calçadas e asfaltadas? A Praça Mãe Aninha foi dividida em duas e a nova ganhou o nome de Major Galdino; construíram a Praça Dr. José Rolim Guimarães, conhecida como Praça do Pirulito e a Ponte Costa e Silva e o Canal do Sangradouro. Neste trajeto plantaram algumas árvores.

Novos caminhos se abrem nesta cidade e as esperanças se renovam na gestão do prefeito Zé Aldemir, que tem demonstrado uma preocupação com as rugas desta bela e jovem cidade sertaneja, que todos nós a queremos desfilando igual a uma rainha na Avenida João Pessoa: bela e fogosa.

Infelizmente arrancaram de nossas ruas centrais quase 80% de suas árvores e no lugar dos jardins implantaram bancos e blocos de concreto, diminuíram a largura das calçadas para dar lugar aos automóveis e começaram a faltar espaços para arborização.

A prefeitura poderia incentivar o cumprimento de Lei Municipal, da lavra de Chico Rolim, de isentar do IPTU, todo o imóvel que na frente dele fosse plantada uma árvore e ela fosse bem cuidada.
Tenho conhecimento de uma Emenda Parlamentar, que o prefeito Zé Aldemir já deu mais de uma viagem a Brasília atrás dela para reurbanizar a Praça Nossa Senhora de Fátima, só esperamos que as belas árvores que existem nela não sejam arrancadas.

Estive em Brasília na semana passada e fiquei encantado com a quantidade de árvores existentes em suas avenidas e vi também como tem jardins e todos muito bem cuidados e belíssimos e fiquei imaginando como seria bela a minha cidade se todas as suas ruas e avenidas fossem arborizadas, até o clima melhoraria consideravelmente. Por que não fazer? Até porque não custa muito e esta campanha poderia ser iniciada através das escolas, que tanto quanto é válido se ensinar cantar o Hino Nacional, ensinar plantar uma árvore é também um gesto patriótico.
Plantemos mais árvores e construamos mais jardins em Cajazeiras, para quem sabe ficar igual a Paris ou João Pessoa, que são as mais bem arborizadas do mundo.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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