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Heron Cid

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Carnaval: com nosso dinheiro, não

08/03/2011 às 19h03

Não sou hipócrita de recorrer ao velho e sussurrado arrodeio“não tenho nada contra”. Digo na bucha e vou direto ao assunto: tenho tudo contra o carnaval. Me abstenho, entretanto, de escrever uma lista de argumentos contrários ao modelo atual que tornou grotesca a folia de momo. Mas essa é uma questão de gosto. O carnaval, cada vez menos original, está aí e ponto.

Sou da opinião, amplamente minoritária, que um país como o nosso não se pode dar ao luxo de torrar milhões com festas e ao mesmo tempo ignorar a miséria e ultrajantes condições de habitação de seus milhares de filhos, cujos gritos são abafados pelo som do batuque pago com o dinheiro público. É um tapa na cara da cidadania e um deboche com o mais pobre.

Em Aracati, vizinho Estado do Ceará, a juíza Simone Bulcão enfrentou essa distorção. Mandou suspender no começo do mês os gastos com o carnaval, até que o prefeito botasse o hospital municipal para funcionar. A Prefeitura gastaria mais de R$ 2 milhões com a folia, mas não depositava um real para deixar a unidade em condições de socorrer a população.

A Paraíba, dona de absurdos índices de desenvolvimento humano, deveria baixar um decreto proibindo a gastança com carnaval e quaisquer outras festas. Blocos, associações, clubes e os amantes da folia deveriam se bancar ou captar recursos da iniciativa privada. E o povão? O povo brinca com ou sem carnaval institucional. Afinal, essa é uma festa espontânea, não é?

E não me venham dizer que Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco investem montanhas de verbas públicas nesse período. Para eles, a época é um filão. Pra gente, poderia ser tempo de poupar. Não é questão de complexo de inferioridade. É questão de prioridade. Antes de trazer trios e bandas de axé, vençamos nosso humilhante subdesenvolvimento. Primeiro o dever, depois a diversão.

Exemplo 1 – Nessa época, Lucena, litoral norte, fica pequena e a Prefeitura gasta tubos. Quem visita os arredores do lugar vê sem dificuldade que nenhum centavo gasto esses anos diminuiu a pobreza no município.

Exemplo II – Em João Pessoa, conta-se nos dedos os blocos de verdade do Folia de Rua. A maioria deveria assumir sua natureza: festa privada de gatos pingados patrocinada pelo poder público. Eu vi!

Ainda o Aeroclube, os interesses e a opinião do leitor – O leitor Patrick Dansk (patrickdansk@hotmail.com) lembra que há muitos empresários “casca grossa” na espreita da desapropriação do Aeroclube. Fala também na especulação imobiliária, mas guarda uma crítica ao prefeito. “Chama a atenção de todos esse afã do senhor Agra em criar um parque no Aeroclube, quando se sabe que existem muitas áreas disponíveis em todo o bairro”.

Rugindo contra a imprensa paraibana – Já a leitora Ana Maria Leão (nitaleão_1@hotmail) manda o recado. “Mirem-se no jornalismo de países europeus Assistam tvs desses países. Faz-se o comentário do acontecimento e nunca fofoca. Sugerem soluções e não agitações, pois, esse povo sabe o que é patriotismo…”

E continua o desabafo – “…O bem maior é o que importa. Estamos muito longe de sairmos dessa mesmice que só leva ao atraso. Por favor não subestimem a inteligência das pessoas”. Ana Leão se refere ao que chama de jornalismo de picuinhas e sugere o uso das letras na construção de uma Paraíba maior.

Mosca na sopa – O deputado Toinho do Sopão (PTN) promete esquentar a Assembléia depois do carnaval. Ele vai apresentar um projeto de lei para proibir a nomeação de parentes de prefeitos nas Prefeituras.

Maldade… – Pelo discurso moralista e propositura vanguardista, deve ser mais uma mentira dos adversários a história que Toinho teria emplacado a mulher num bom cargo na Secretaria de Desenvolvimento.

Transferência – O deputado Branco Mendes (DEM) tem como irreversível sua candidatura a prefeito do Conde em 2012. “Fui o deputado majoritário com 1.700 votos, mesmo sem apoio de um vereador”, argumenta.

Foro íntimo – Depois de gerar muito ciúme por ter sido a única política presente ao casamento do governador, a vereadora pessoense Raíssa Lacerda (DEM) explica à coluna. “Fui como amiga de Pâmela Bório”.

Afinadas – A propósito, a primeira-dama visitou a vereadora ontem, em pleno carnaval, num dos bangalôs de um condomínio privado do litoral norte. As duas comungam de preferências pessoais e políticas.

Sac de gatos – O vereador Sérgio da Sac fica no PRP, mas revelou convite do PT. Na ausência de afinidade ideológica, pelo menos uma característica aproxima o parlamentar do partido: a barbicha.

Carnaval carioca – O deputado federal Efraim Filho (DEM) não quis este ano descansar em terras tabajaras. Preferiu repousar da jornada parlamentar no Rio de Janeiro. Os eleitores de Cajazeiras sentiram falta.

Pitimbu – Tá explicado porque Marquinhos é Dez já impetrou cinco pedido de liminares para ficar na presidência da Câmara. Em um mês, emitiu 20 cheques sem fundos. Quer bater o próprio recorde.

PINGO QUENTE “Ninguém esperava que o girassol picasse os servidores estaduais”. Do ex-candidato ao Governo pelo PSOL, Nelson Júnior, que conclui tese de doutorado, mas não esquece das dissertações políticas.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Heron Cid

Heron Cid

Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba, jornalista desde 2007 pela UFPB, tendo enveredado na comunicação aos 13 anos de idade. Apresentador de rádio e televisão, entrevistador, articulista político, fundador e diretor do Portal MaisPB e da Rede Mais Conteúdo. No Blog, traz a análise da política nossa de cada dia e o debate dos grandes temas sociais.

Contato: heroncid@maispb.com.br
Heron Cid

Heron Cid

Filho de Marizópolis, Sertão da Paraíba, jornalista desde 2007 pela UFPB, tendo enveredado na comunicação aos 13 anos de idade. Apresentador de rádio e televisão, entrevistador, articulista político, fundador e diretor do Portal MaisPB e da Rede Mais Conteúdo. No Blog, traz a análise da política nossa de cada dia e o debate dos grandes temas sociais.

Contato: heroncid@maispb.com.br

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