O campo e a pandemia
Por José Antonio
Existe uma máxima que diz: enquanto a cidade dorme, o campo trabalha. Imagine se os produtores deste imenso Brasil tivessem batido as porteiras de seus currais e silenciassem os seus equipamentos que preparam a terra, plantam e colhem? Quanto, então, estaria custando um quilo de carne, de feijão e arroz?
Mas se tomarmos como exemplo o município de Cajazeiras ao longo de sua história ainda não mereceu de seus governantes uma atenção mais especial para a sua agricultura, muito embora tenha, em toda a Paraíba, uma riqueza inigualável e que são poucos os municípios que possuem: água em abundância.
A partir do Distrito de Engenheiro Ávidos as águas do Rio Piranhas cruzam toda a região leste do município como que se oferecendo para produzir riqueza, riqueza que o município de Sousa transforma em água de coco, banana e leite e ainda as águas que sobram serpenteiam até o vizinho Estado do Rio Grande do Norte e em vários municípios ela se transforma em frutas que são exportadas para vários estados do Brasil e Europa.
Desde a semana passada que o leito do Rio Piranhas está transbordando e por onde vão passar 14 milhões de metros cúbicos de água para serem armazenadas no Açude de São Gonçalo e dali servirem para irrigação de centenas de hectares, onde se produz desde a ração para o gado, frutas, legumes e hortaliças. Protestar para que, se nós não temos a capacidade e o empreendedorismo de transformar água em riqueza?
Contam-se nos dedos os produtores rurais que têm suas propriedades às margens do Rio Piranhas que utilizam as suas águas para produzir frutas e legumes.
Até a década de 60 o município de Cajazeiras possuía mais de 14 engenhos de rapadura e em alguns deles também se fabricava cachaça e as mais famosas eram de Amélio Estrela (Várzea de Roça) e Dr. Celso Matos (Carrancudo). Poucos destes engenhos sobreviveram e os que gostam de rapadura têm que se contentar com as produzidas no Cariri Cearense e nos municípios de Nazarezinho e Uiraúna.
Por que não incentivar a construção de novos engenhos e a instalação de alambiques? Por que não produzir frutas e legumes com as águas abundantes e abençoadas do Piranhas que poderão em breve ser mais abundantes ainda com a transposição do São Francisco, cujas águas brevemente irão beijar as terras paraibanas?
Precisamos repensar a política agrícola do município de Cajazeiras, porque poderá ser, a partir do campo, uma das saídas para geração de emprego e renda e que os nossos jovens não precisem todos os anos abandonar suas glebas para irem cortar cana em outros estados da federação.
Por que Cajazeiras não segue o exemplo da cidade de Areia e não promove seminários para discutir as saídas para um desenvolvimento sustentável também a partir da agricultura? Não deixemos que as águas armazenadas em nosso município serpenteiem pelo nosso território para produzir riquezas em outras regiões.
Depois da Pandemia bem que podíamos realizar seminários e discutir com a comunidade ribeirinha, técnicos, engenheiros agrônomos e florestais e a parir daí traçar planos e rumos de nossa tão pobre agricultura?
Selma Pires: uma estrela que brilha e orgulha São João
Sempre, em cada cidade encravada neste pedaço do Oeste Paraibano, existe uma pessoa que se destaca pela paixão e pelo amor que devota ao seu torrão natal, principalmente pela preservação do seu Patrimônio Histórico, representado por seus filhos mais ilustres. Na cidade de São João do Rio do Peixe, ex Antenor Navarro, esta pessoa é a professora Maria Selma Pires Cartaxo.
A sua grande e saudosa amiga Rosilda Cartaxo, em seu livro “Mulheres do Oeste”, traçou de forma incomum e inigualável o seu perfil: “Selma tem fascínio pelo passado, cria museus, entra na imprensa falada e escrita, transpõe fronteiras, chegando aos distantes recantos do Brasil com mensagens, fazendo os outros felizes”.
E Rosilda diz ainda sobre Selma: “é uma mulher que promove, ajuda os outros, de presença constante ao lado dos que precisam. Mãe abnegada, sua vida é de renúncia e de prece. Sai de seu silêncio para fazer os outros felizes”.
Selma, sinto prazer e orgulho em tê-la como amiga e leitora do Gazeta.
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