Seu João: não tem como esquecer
Por José Antonio
Neste dia 24 de abril completa um ano que Seu João Claudino partiu para a eternidade. Devido à pandemia seus inúmeros amigos, espalhados brasis afora, não puderam prestar as merecidas homenagens e lhe dar um último adeus.
Hoje resta-nos a saudade e lamentar o quanto tem feito falta a sua presença entre nós, principalmente dos belos encontros culturais que realizava nas cidades de Luís Gomes e Uiraúna.
Quem teve o privilégio de conhecer e privar de sua amizade, além de ter o prazer de ouvi-lo e de bater longos papos com Ele, sabe que é impossível esquecer aquela saudável e gostosa convivência.
Ouvi, ao longo de décadas, que Seu João era um “poço de sabedoria”, que tudo em que botava a mão “virava ouro”, mas além deste imenso saber e desta capacidade de amealhar, existia por trás um cidadão que amava o que fazia e que a sua vida, ao longo de quase 90 anos, foi dedicada ao trabalho.
Uma das qualidades que eu admirava em Seu João, além de sua grande humildade, era a de ter o prazer em transmitir tudo que aprendeu, mas tudo mesmo, aos que o cercavam. Não tinha medo da “concorrência” e muito menos de confiar e acreditar, sob seus atentos olhares, nos seus auxiliares mais próximos.
Ouvi dele também: “ninguém faz nada sozinho”. É preciso trabalhar em conjunto e com afinco para se obter o sucesso esperado. Dava prazer ouvir suas aulas sobre seus negócios e os novos empreendimentos: falava com a alma e o coração e como estivesse realizando seu primeiro negócio.
Era preciso ter argumentos fortes para demovê-lo de uma ideia ou de uma tese que defendia e com voz forte dizia: ah não! Não é assim! E com mais informações sobre o que defendia, pouco a pouco ia “derrotando” os seus interlocutores.
Ele partia do principio de que quem tem a informação, também possuía o poder. Poucos tinham trânsito em todas as correntes partidárias aqui da Região do Alto Piranhas como Seu João. Não adiantava tentar passar informações “erradas”, porque o que ele queria saber sobre um determinado fato ou candidato, antes ela já havia “bebido nas inúmeras fontes” que tinha. Perguntava muito e sobre as respostas só as questionava quando era para complementar o que queria saber. Sabia ouvir como ninguém. Descartava com a maior simplicidade e jeito uma conversa que não lhe interessava muito.
Seu João era como um destas baraúnas que encontramos raramente no meio dos sertões nordestinos, que se destacava com exuberância dentre as outras árvores, sempre frondosa, resistente e dando sombra e guarida aos que dela se encostava.
Seu João deixou muitas saudades e está fazendo uma falta danada os seus gostosos papos e o ronco de seu jatinho cortando os céus dos sertões.
Neste sábado, dia 24, às cinco horas da tarde, na Catedral de Nossa Senhora da Piedade, vamos rezar por sua alma para que tenha sempre muitas luzes e paz nas alamedas da eternidade.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br/colunistas, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário