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Em audiência, mãe de estudante assassinada em escola fica de frente com assassino da filha

Depois de 32 minutos de audiência, juiz do Fórum da Comarca de Alexânia decidiu que Misael e Davi ficarão presos preventivamente.

Por Diário do Sertão

08/11/2017 às 08h48

Presos em flagrante pelo brutal assassinato de Raphaela Noviski, 16 anos, Misael Pereira, 19, e Davi José de Souza, 49, ficarão presos preventivamente. A decisão foi tomada na tarde desta terça-feira (7/11), durante audiência de custódia no Fórum da Comarca de Alexânia (GO).

A mãe de Raphaella, Rosângela Cristina Afonso Silva, acompanhou a audiência. Durante 32 minutos, ficou frente a frente com o assassino da filha. Ela deu uma breve declaração para a imprensa, antes de Misael ser ouvido. “Ele premeditou. Passou um ano planejando (a morte de Raphaella). Se a lei e a Justiça não existem nesse país, eu não sei o que fazer”, disse.

Ela justificou sua ida à audiência. “Quero olhar para ele. Ver o que tem para me dizer. Ele não pode sair. Se sair, vai fazer com outras o que fez com minha filha”, ressaltou. Raphaella foi assassinada com 11 tiros no começo da manhã desta segunda-feira (6), enquanto assistia à primeira aula no Colégio Estadual 13 de Maio, em Alexânia, cidade goiana a quase 90km de Brasília.
Na saída do fórum, disse que não perdoa o assassino de sua filha. “Ele destruiu a mim e a minha família. Merece prisão perpétua, se possível”, disse Rosângela. Ela disse ainda que sentiu muito ódio do rapaz, quando ele entrou para a audiência.

Os tiros que mataram a adolescente foram disparados por Misael, que não se conformava com o fato de Raphaella não corresponder ao seu assédio. Davi deu cobertura ao assassino confesso da menina considerada meiga e estudiosa.

Advogado dos acusados, Joel Pires avaliou a decisão do juiz como “correta”, considerando a segurança dos acusados. Mas ele discordou da prisão preventiva de Davi. “Ele não sabia que o Misael cometeria o crime”, disse.

Nova oitiva
A delegada Rafaela Azzi, que cuida do caso, quer ouvir o autor da violência novamente para tentar descobrir como ele obteve o revólver calibre .32 utilizado no crime. Além disso, a investigadora vai interrogar familiares da vítima. O inquérito ainda será concluído e depois remetido ao Ministério Público.

A audiência foi comandada pelo juiz Leonardo Lopes dos Santos Bordini. Ao lado dele, ficaram a promotora, a delegada Rafaela Azzi, dois agentes penitenciários armados, a mãe, a irmã mais velha da vítima, Isabella, uma tia e dois primos de Raphaella.

Nos primeiros minutos, Misael, que usava colete à prova de balas, respondeu às perguntas do juiz. Disse que não sofreu violência desde a prisão e recebeu visita de advogado e de familiares. Com o olho esquerdo roxo, garantiu, ao ser perguntado pelo magistrado, que tinha caído no banheiro.

Em seguida, entrou Davi, que também respondeu às perguntas do juiz. Do lado de fora do fórum, um grupo de aproximadamente 90 populares gritava “justiça”. Quando Misael e o comparsa saíram no camburão de volta para a Unidade Prisional de Alexânia, eles tentaram conter o carro. Foi preciso a intervenção da Polícia Militar para que o carro seguisse.

Ambos, inicialmente, vão ficar presos preventivamente por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.

Terror na escola
O crime chocou Alexânia, uma cidade com 26 mil habitantes. Na manhã de segunda, alunos e funcionários do Colégio Estadual 13 de Maio viveram momentos de terror. A correria após Misael pular o muro da escola e matar Raphaella com tiros à queima roupa foi capturada por câmeras de segurança.

No vídeo, é possível ver o momento em que colegas saem correndo da sala onde estudava a vítima, após um estampido. Por conta dos gritos e do barulho dos tiros, pessoas que estavam em outras classes também se apressaram para entender o que acontecia. No fim da gravação, as câmeras mostram o assassino confesso fugindo do local.

Metrópoles

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