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VÍDEO: Manutenção de obras públicas evita prejuízos aos cofres públicos, alerta engenheiro civil

Engenheiro Fernando Figueiredo detalha no Olho Vivo como falta de manutenção em prédios, pontes e barragens pode custar até 125 vezes mais aos cofres públicos e gerar riscos à população

Por Luiz Adriano

08/07/2025 às 19h26 • atualizado em 08/07/2025 às 19h30

Em sua participação nesta terça-feira (8) na coluna Diário de Obras, do programa Olho Vivo, da Rede Diário do Sertão, o engenheiro civil Fernando Figueiredo falou sobre a importância da manutenção e conservação de obras públicas, destacando que a falta de manutenção gera inúmeros problemas para a sociedade e causa gastos muito maiores no futuro.

Fernando exemplificou que prédios onde funcionam áreas de saúde e educação, imóveis que são utilizados cotidianamente, com frequência exibem placas com valores exorbitantes de reformas. Ele disse que tais despesas poderiam ser evitadas se os espaços físicos fossem mantidos sob cuidados: “esse valor seria diminuído pelo menos dois terços se tivesse manutenção preventiva”.

O profissional explicou que a sociedade, de forma geral, evita fazer manutenção por considerar como gasto e isso acaba gerando prejuízos. O colunista destacou que sua área de atuação é justamente inspeção, perícia e avaliação de imóveis. “Vejo a todo momento o que a falta de manutenção causa nos imóveis das cidades que são problemas crônicos de falta de prevenção e manutenção, e os gastos evoluindo cada vez mais”, pontuou.

EXEMPLO DE OUTROS PAÍSES – Fernando citou também a falta de manutenção em pontes, destacando que em alguns países, ao entregar uma obra, já é entregue também o plano de manutenção ao longo da vida útil que aquele objeto vai ter, como no caso de praças, onde ao serem inauguradas, já possuem um plano de manutenção para os próximos 20 anos. “Aqui no Brasil é negligenciado essa parte, muito negligenciado”, frisou.

O POVO QUEM PAGA A CONTA – Sobre o impacto financeiro, Fernando explicou que “o peso recai nos impostos porque o dinheiro para essa manutenção vem do dinheiro público”, enfatizando que a reforma pesa mais do que a manutenção no tempo certo e que, segundo dados técnicos, o custo pode ser “125 vezes a mais”.

TROCA DE GESTÕES PÚBLICAS TAMBÉM É UM PROBLEMA – O engenheiro também criticou a politicagem e a troca de cargos comissionados, que substituem profissionais experientes por pessoas inexperientes, gerando grandes problemas. Ele disse que “isso acontece em hidrelétricas de grande porte, em empresas estatais também de grande porte e acontece em empresas municipais, por exemplo: aterro sanitário que muitas vezes é convertido em lixões, justamente por conta desses cargos, que falta a manutenção periódica que tem que ter diuturnamente. Troca-se os funcionários de cargos comissionados e o pessoal que entra novo não consegue fazer o serviço porque não têm a experiência necessária”, detalhou.

EXEMPLOS – Entre os exemplos citados, Fernando mencionou a preocupação de moradores de Nova Olinda, no Sertão da Paraíba, que em março deste ano, enfrentaram o medo de um possível colapso da estrutura da Barragem do Saco, responsável pelo abastecimento de água da cidade e de várias localidades da região do Vale do Piancó. O receio da população era justamente pela falta de manutenção no manancial que há 15 anos não acontecia.

Ele também lembrou sobre a necessidade de manutenção em pontes no Brasil, citando a repercussão do desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, na BR-226, sobre o Rio Tocantins, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA), em dezembro do ano passado, enfatizando a necessidade de manutenção corretiva em todas as etapas após a entrega de obras federais, estaduais e municipais.

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