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Coutinho “atualiza” o jogo de posição do Barcelona – mas não é o substituto de Iniesta

Coutinho, Paulinho e Mina fazem parte de uma nova era no Barcelona, que precisa de adaptações para funcionar em plena capacidade

Por GE

12/02/2018 às 07h44

Coutinho, Paulinho e Mina fazem parte de uma nova era no Barcelona,

A bombástica contratação de Philippe Coutinho pelo Barcelona, junto com a saída de Neymar e a chegada de Paulinho, abriu diversos questionamentos: seria o ex-Liverpool o substituto de Iniesta? Seria o ex-Corinthians uma espécie de ‘box-to-box” para substituir os tradicionais passadores e controladores de tempo que La Masia gerou, como Xavi?

A chegada de Ernesto Valverde também ajudou a ampliar as dúvidas. O Barcelona se viu em decadência com a diminuição de espaços no jogo, que vem desde 2012. Era preciso adaptar e “atualizar” o tão característico jogo de posição – o jogo onde cada pedaço de campo tem uma determinada importância para gerar desequilíbrio nos adversários e chegar ao objetivo final, o controle da partida – e tornar a construção mais ágil e direta. Em resumo, chegar na área em condições de finalizar a gol com muita gente e poucos passes. Os toques para trás ou a tão famosa “posse de bola” se tornou ineficiente frente à adversários inteligentes e fechados.

Mas engana-se quem pensa que Coutinho é um substituto de Iniesta. Primeiro porque o jogo e inteligência do espanhol é incomparável. Segundo, porque Coutinho, pelo menos nas primeiras mostras e em seu primeiro jogo com titular, empate de 0x0 com o Getafe, funcionou como um acelerador, um “explorador” de espaços perto do gol. Um jogador que pode finalizar de longa distância ou arrastar a defesa para que Messi e Suárez entrem na área. Mais um meia-atacante, menos um armador.

Até porque o Barcelona vem cada vez mais pensando sua construção a partir dos zagueiros e volantes, não a partir de Messi. A chegada de Mina no Palmeiras deixa isso muito claro, além da bela partida de Digne: o primeiro passe da construção vem do avanço dos zagueiros, em associação com Messi ou Coutinho. Isso torna o jogo mais rápido, pois os volantes ficam “soltos” para preencher o miolo – e possibilita ter mais gente na área – algo que Paulinho faz muito bem. É diferente de Xavi e Iniesta, que controlavam a bola e trabalhavam mais o jogo. Com Coutinho, o Barça é mais intenso e procura sempre a infiltração.

Veja na imagem abaixo: Mina avança, controla a bola e olha suas opções de jogo. Em amarelo, a tradicional amplitude gerada pelos laterais. Em vermelho, Coutinho e Messi. Eles não estão recuando para armar, mas sim explorando o espaço “entrelinhas” do Getafe. Perceba que tudo isso acontece a 40m do gol adversário. Se Messi ou Coutinho recebem, atraem a linha defensiva do Getafe e Suárez e Paco infiltram para receber e fazer o gol. Tudo em poucos segundos e pouquíssimos metros, como o ambiente de La Liga oferece.

O plano de Valverde também inclui um Messi menos móvel e mais perto do gol. E a adaptação de Coutinho no tipo de jogador que o Barça precisa vai levar um tempo – no Liverpool, ele estava acostumado a recuar menos e oferecer menos suporte para zagueiros e volantes, o que pode ser um problema com defesas mais inteligentes como o ambiente de Champions League oferece. Nesse sentido, Busquets e Rakitic se complementam, mas fica difícil pensar numa equipe que saiba acelerar e construir com Coutinho, Paulinho e Busquets no tripé de meio-campo.

GE

Fonte: GE - https://globoesporte.globo.com/blogs/painel-tatico/post/2018/02/11/coutinho-atualiza-o-jogo-de-posicao-do-barcelona-mas-nao-e-o-substituto-de-iniesta.ghtml

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