Senador Vital do Rêgo lamenta violência crescente na Paraíba e propõe novas ações para melhorar situação
O estudo mostra ainda que a violência ultrapassa os grandes centros e atingiu o interior. Estudo coloca João Pessoa como a 4ª capital em crimes contra vida
Em comunicação inadiável na manhã desta sexta-feira (19), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) lamentou o crescimento da violência na Paraíba, tanto em assaltos a bancos, a postos de combustíveis e o aumento no número de homicídios nós últimos anos apresentados pelo Mapa da Violência 2013, divulgado ontem pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos, que coloca ainda João Pessoa como a quarta capital no país em número de crimes letais contra a vida.
Segundo Vital, apesar de a Paraíba não ter guerra civil ou conflito armado, a taxa se aproxima de países como Sudão (8,8), Afeganistão (9,9), Somália (24,4) e Sri Lanka (10,8). Para ele, a violência que gera o assassinato dos jovens amedronta a população e, segundo informações da Secretaria de Segurança e Defesa Social da Paraíba (Seds), acontece principalmente nas comunidades e bairros periféricos do Estado.
O estudo mostra ainda que a violência ultrapassa os grandes centros e atingiu o interior. Na Paraíba, seis municípios estão entre os 100 mais violentos do Brasil. Por registrar uma das maiores taxas no crescimento de assassinatos, a Paraíba está em segundo lugar no Brasil e perde somente para a Bahia, cujo aumento no número de crimes desta natureza atingiu 245,2%.
Vital revelou que, segundo o diagnóstico do ministério da Justiça, a insegurança na Paraíba decorre de fatores como inexistência de uma política de segurança pública, falta de dados precisos sobre violência, unidades policiais sem estrutura e treinamento, falta de integração das polícias e defasagem nos efetivos policiais, entre outros pontos.
Os números alarmantes, informou Vital, fizeram com o que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, implantasse de forma “diligente, rápida e eficaz” na Paraíba o programa Brasil Mais Seguro. O programa irá investir recursos na prevenção e redução dos índices de crimes letais intencionais, melhorando a atuação das instituições de segurança pública do estado e a execução da política local de enfrentamento à violência.
“Urge, portanto, que o Ministério da Justiça empreenda com afinco as ações do programa Brasil Mais Seguro para que os resultados sejam observados ainda no decorrer deste ano, trazendo paz e segurança para a nossa população”, disse o senador.
Assalto a agências bancárias – Vital, alerta que nos quase três anos acontecimentos nunca antes vistos nas cidades interioranas da Paraíba passaram a ser matéria constante nos programas jornalísticos e nos jornais impressos do Estado. Ele disse que atentados aos caixas eletrônicos executados por bandidos de alta periculosidade e, também, com alto nível de sofisticação da prática criminosa passaram a ser corriqueiros.
A explosão de caixas eletrônicos do Bradesco, em Natuba, no Cariri paraibano, foi a terceira investida criminosa contra bancos este mês na Paraíba. No ano são 85 ocorrências, sendo: 28 explosões (15 no Banco do Brasil, 2 na Caixa, 10 no Bradesco e 1 no Santander), 26 arrombamentos (8 no Banco do Brasil, 8 no Bradesco, 7 no Santander , 1 no Itaú, 1 no HSBC e 1 na Caixa), 12 assaltos (5 no Bradesco, 4 no Banco do Brasil, 1 no Santander, 1 na Caixa e 1 no Itaú), 11 tentativas de assalto/arrombamento/explosão (4 no Banco do Brasil, 5 no Bradesco e 2 no Santander) e 8 saidinhas de banco (2 no Bradesco, 2 na Caixa, 4 no Santander).
“Na Paraíba, nos primeiros meses deste ano, houve mais ataques a agências bancárias e caixas eletrônicos do que em todo o ano passado. O aumento da violência assusta clientes e funcionários dos bancos. Já foram 85 ocorrências no ano, maior que o total de crimes registrados em 2011”, afirmou Vital.
Propostas – Visando combater essa prática, o Senador Vital do Rêgo apresentará Projeto de Lei no Senado Federal cobrando do Banco Central (BC) formas que invalidem o dinheiro roubado nesses assaltos. Ele lembra que, só nos últimos oitos meses, houve 72 ataques a caixas eletrônicos utilizando explosivos. “Esta proposta é uma forma de combatermos essa prática criminosa de assaltos e anular o maior benefício desses delinquentes, que é justamente o dinheiro levado. Nosso projeto visa cortar essa fonte de recursos anulando as cédulas”, destacou Vital.
Segundo ele, o Banco Central vem analisando o projeto da empresa multinacional Oberthur Cash Protection, que trouxe para o Brasil um sistema que invalida o dinheiro roubado através do tingimento das notas. Porém, Vital lembra que essa concepção não tem apresentado resultados satisfatórios. “Vou requisitar do BC que pesquise novas idéias, pois entendo que esse dinheiro serve para financiar outras práticas do crime organizado”, afirmou o parlamentar.
Assalto a postos de combustíveis – Outro ponto que preocupa o senador é o considerável aumento de assaltos a postos de combustíveis na Paraíba, onde segundo o Sindicato dos Frentistas de Postos de Combustíveis de Campina Grande a quantidade de postos de combustíveis assaltados na cidade dobrou de 2012 para 2013. No ano passado, segundo dados do Sindicato, foram assaltados, nos cinco primeiros meses do ano, 34 postos de combustíveis. Este ano, no mesmo período, já são 61.
A onda de assaltos a postos de combustível de Campina Grande aumentou de forma preocupante. Os assaltos a postos de combustíveis cresceram 150% na cidade, este ano conforme levantamento do Sindicato dos Empregados no Comércio e Serviço de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Compartimento da Borborema (Sindecpetro), atestado pela polícia.
Entre janeiro e junho mais de 50 ocorrências foram registradas, o que deixa os proprietários de postos preocupados. Com medo de assalto, alguns estabelecimentos não estão funcionando a noite, o que gerou demissões. O último posto de combustíveis assaltado foi o do bairro do Bodocongó. Segundo a polícia, um casal chegou a pé e rendeu o frentista. A dupla, que estava armada com revólveres, levou a quantia de R$600,00 e também três potes de sorvete.
Vital acredita que um plano de ação de combate a estas práticas criminosas, pelo Governo do Estado partiria pela valorização dos policiais paraibanos, seja por uma melhor estrutura de trabalho, visto que o relatório feito recentemente pelo Ministério da Justiça através da pesquisa “Perfil de Instituições de Segurança Pública”, apresentou que nossos policiais têm uma quantidade insuficiente de armas e de coletes à prova de balas, delegacias sem carceragem e sem acesso à internet, policiais sem seguro de vida e um dos menores efetivos de segurança pública do Nordeste. “Esta é a situação encontrada na Paraíba e que foi revelada pelo Ministério da Justiça”, destacou Vital cobrando ações efetivas da gestão estadual.
Assessoria
Leia mais notícias no www.diariodosertao.com.br, siga nas redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e veja nossos vídeos no Play Diário. Envie informações à Redação pelo WhatsApp (83) 99157-2802.
Deixe seu comentário