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Médico, enfermeira, advogado e comerciante são presos por tentar fraudar concurso da Polícia Civil no Ceará

Segundo a Polícia Civil, os quatro suspeitos se conheciam e três são moradores do Juazeiro do Norte

Por Luis Fernando Mifô

04/08/2025 às 17h21 • atualizado em 04/08/2025 às 17h29

Enfermeira foi flagrada com ponto eletrônico durante concurso da Polícia Civil do Ceará (Reprodução)

Um médico de 32 anos; a esposa dele de 33 anos, que é enfermeira; um advogado de 35 anos e um comerciante autônomo de 37 anos foram presos na tarde deste domingo (03), suspeitos de tentarem fraudar o concurso público para oficial investigador de Polícia Civil do Ceará, realizado em diferentes locais de Fortaleza. Com eles foram apreendidos um ponto eletrônico com receptador, chips e aparelhos celulares.

Segundo a Polícia Civil, os quatro suspeitos se conheciam e três deles são moradores do Juazeiro do Norte. Eles foram conduzidos para a Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) e autuados por tentativa de crime contra a fé pública.

Lacre violado e WhatsApp aberto – Segundo as investigações, a polícia localizou o comerciante autônomo na Universidade Estadual do Ceará (Uece), no bairro Itaperi, após receber uma denúncia anônima. Durante a abordagem fora da sala onde a prova era realizada, os fiscais perceberam que o lacre do saco disponibilizado para guardar os pertences estava violado. Os policiais localizaram dois celulares em posse do candidato, abertos no WhatsApp, o que indica que ele poderia estar se comunicando com alguém. Durante o depoimento, o suspeito permaneceu em silêncio.

Ponto no ouvido da enfermeira – Após a prisão do autônomo, a Polícia Civil foi chamada para verificar a enfermeira, que estava fazendo prova no anexo do Instituto Federal de Educação (IFCE), no bairro Benfica. A candidata foi encaminhada ao banheiro feminino para uma revista pessoal e com ela foi encontrado um transmissor eletrônico em uma sacola plástica em meio a várias batatas, fora da embalagem. Na delegacia, com uso de uma lanterna, foi possível visualizar um ponto eletrônico no ouvido esquerdo da enfermeira. Ela também preferiu ficar em silêncio.

Chip jogado na sala – O advogado, por sua vez, foi descoberto após um fiscal passar perto dele e escutar um barulho parecido com chiado enquanto a prova era realizada no prédio da Universidade Federal do Ceará (UFC), no campus do Pici. Os agentes passaram o detector de metais na fileira que em o candidato estava, mas nada de anormal foi encontrado. No entanto, depois que o advogado terminou a prova, o fiscal da sala localizou um chip quebrado jogado ao lado da cadeira dele. A polícia foi acionada e conseguiu capturar o suspeito ainda dentro do campus. Em depoimento, ele admitiu que pretendia enviar fotos das questões das matérias de Raciocínio Lógico, Informática e Contabilidade para uma pessoa que enviaria as respostas. Ele negou conhecer os outros dois candidatos presos.

Participação do médico – A polícia recebeu a informação de que um médico também estava envolvido na fraude. Ele foi localizado dentro de uma caminhonete que trafegava pelas imediações dos locais de prova. Em depoimento, negou envolvimento na fraude, mas informou que a esposa dele conhecia a esposa do autônomo preso. Porém, a polícia descobriu que o médico também conhecia o comerciante. Foi descoberto ainda que a chave Pix que estava no papel encontrado com o advogado preso pertence ao médico, que também era dono de um número que ligou para o advogado enquanto ele já estava preso.

A polícia solicitou à Justiça a quebra do sigilo dos aparelhos telefônicos dos investigados para aprofundar as investigações sobre o caso.

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