Tudo certo, mas depende

Na política não se pode descartar ou assegurar coisa nenhuma. Tudo é possível no mundo dos interesses eleitorais, inclusive nada!

Significa que não dá para pontuar com alto grau de certeza quais serão as chapas que vão disputar as eleições do próximo ano na Paraíba. Mas dá para imaginar. Principalmente depois dos resultados das campanhas municipais recém findas!

Assim, não se estará cometendo qualquer desatino afirmar que Cícero Lucena (PSDB) e José Maranhão (PMDB), são cartas fora do baralho para uma disputa majoritária. Ambos concorreram às eleições de João Pessoa, maior colégio eleitoral do Estado, e foram derrotados para prefeito. Logo, governador e senador são cargos para os quais, a nosso ver, ambos estão alijados.

O PT venceu a disputa na capital e ganhou massa muscular, mas ainda em quantidade insuficiente para encarar a luta pelo Palácio da Redenção. Até porque o nome de que a legenda dispõe é o do prefeito Luciano Cartaxo, que teria que renunciar a prefeitura para entrar na disputa. E ele não fará isso!

A tese de uma terceira força com Luciano Agra (ex-prefeito de João Pessoa), em que pese sua aprovação popular ao término da gestão, não lhe projeta para além da ponte Sanhauá. Não tem vigor eleitoral para encarar uma disputa ao governo, mas pode sair senador pelo PT, numa aliança com o PMDB.

O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) é, sem dúvida, fortíssima liderança política estadual, mas carrega nos ombros a dúvida de poder ou não disputar as próximas eleições, cassado que foi há poucos anos, tendo de cumprir oito anos de inelegibilidade. Uns dizem que ele poderia. Outros asseguram que o galo de Campina é inelegível. Pelo sim, pelo não, Cássio prefere garantir, como já o fez por diversas vezes, que estará com o governador Ricardo Coutinho na sua reeleição.

O Cabeludo Veneziano Vital tem juventude e discurso, e ainda por cima o apoio da cúpula nacional do PMDB para ser o seu candidato ao Governo da Paraíba. Mas sua despedida da administração campinense deixou marcas negativas profundas que certamente o atrapalharão numa possível candidatura. Ainda assim, é o nome do PMDB!

Ou seja, “no frigir dos ovos”, a disputa se dará mesmo entre Ricardo Coutinho, buscando a reeleição, e o cabeludo Vené falando em mudança.
Ricardo certamente terá um vice de Campina, como acontece hoje na figura de Rômulo Gouveia, e Vené vai procurar um vice de João Pessoa, quem sabe Luciano Agra.

Como se vê, tá tudo certo, mas depende! Até porque esta eleição será casada com a de Presidente da República, que envolve interesses muito maiores e pode alterar substancialmente tudo o que hoje nos parece bastante previsível!

S O L T A S
*O radialista Fabiano Gomes ‘avança’ sobre as lideranças políticas sertanejas com a fome voraz dos famintos. E nesse avanço vale tudo. Para ele, pré-candidato a estadual, dizem, os fins justificam os meios!

*O Presidente da Câmara de Vereadores de Cajazeiras, Nilson Lopes (Nilsinho), tão logo confirmada sua vitória e posse, arrumou as malas e, como dizem, “deu descendo.” Está na Argentina, comendo um belo bife de chouriço acompanhado de um bom vinho de los hermanos. Afinal, ninguém é de ferro!
 

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Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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