Pesquisa traz relação do brasileiro com dinheiro e investimentos
Por Elan Nascimento Apolinário
Assessor de Investimentos credenciado à XP Investimentos
Foi divulgada nessa semana a 7ª edição da Pesquisa Raio X do investidor brasileiro. Essa pesquisa traz uma amostra bastante diversa, que nos permite ter um panorama geral do comportamento da população brasileira a respeito de poupar e investir.
A pesquisa realizada pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e Datafolha, ouviu 5.814 pessoas das cinco regiões do país, entre os dias 6 e 24 de novembro de 2023. Foram entrevistados brasileiros e brasileiras de 16 anos ou mais, das classes A/B, C e D/E e estima-se que essa amostragem corresponda a 160,1 milhões de habitantes.
De acordo com a pesquisa, o percentual de pessoas que não conseguiram economizar caiu de 32% em 2022 para 30% em 2023 e o principal destino para o dinheiro economizado (42%) foram aplicações em produtos financeiros, como renda fixa, títulos públicos, ações, poupança e previdência privada.
O estudo revelou que 37% da população brasileira investe. Os investidores e as investidoras vivem, em sua maioria, na região Sudeste do país (52%), seguidos pelo Nordeste (20%), Sul (15%), Centro-Oeste (7%) e Norte (6%). O perfil do investidor brasileiro são homens (51%), onde, 75% trabalham, 33% concluíram o ensino superior e 36% são das classes A/B, com renda familiar média de R$ 5.464,00.
A caderneta de poupança continua sendo referência no quesito investimento pessoal. É o produto mais citado espontaneamente pela população, com índice de 22% (2023). O segundo lugar fica para as ações na bolsa de valores, com 11%. Em seguida, estão os títulos privados e os fundos de investimento, que alcançaram 10% cada. A previdência privada e as moedas estrangeiras ficam no fim da lista, com 2% e 1% de menções, respectivamente.
A pesquisa também mostra que ainda que a tecnologia e a internet, especificamente, já sejam parte do cotidiano das pessoas, 28% da população investidora prefere procurar a gerência do banco ou a assessoria de investimentos para tomar decisões sobre suas aplicações. A consulta de amigos e parentes sobre os produtos de investimento ocupa a segunda posição de preferência, com 18%. Ainda 12% das pessoas que investem priorizam os sites de notícias ao decidirem pelos produtos de investimento. É o mesmo percentual de quem busca como primeira opção os aplicativos e sites de bancos ou corretoras para escolher suas aplicações. Uma pequena parcela de pessoas investidoras (9%) não buscou nenhum tipo de informação ou não possuía um meio preferido em 2023 para escolher o investimento que mais lhe agradava.
Usar o rendimento das aplicações para comprar um imóvel é o principal desejo da população investidora. Em seguida, 20% das pessoas que investem preferem manter o dinheiro aplicado no banco. As opções de fazer viagem, passeio e atividades de lazer (10%); comprar um carro, moto ou caminhão (10%); usar na velhice e na aposentadoria (9%); interesse de investir em um negócio próprio (8%); pagar contas e dívidas e investir em saúde (2%). Já 5% das pessoas entrevistadas não sabem o destino que darão para o retorno de suas aplicações.
Essa edição da pesquisa trouxe duas novidades, pela primeira vez ela passou a investigar o nível de estresse da população em relação às suas finanças e o uso dos aplicativos de apostas online, conhecidas como bets.
No tocante ao estresse financeiro, o estudo mostra que uma em cada três pessoas (34% da população) teve gastos acima da sua renda nos seis meses que antecederam as entrevistas para a pesquisa. O interessante é que entre quem investe em produtos financeiros, o percentual é menor (23%), enquanto entre quem não investe é de 40%. Apenas dois em cada dez brasileiros (21%) gastaram menos do que a própria renda.
Já os aplicativos de apostas, popularizados como bets, têm ganhado cada vez mais espaço no Brasil. Só em 2023, cerca de 22 milhões de pessoas (14% da população) dizem ter feito pelo menos uma aposta do tipo. O índice supera os percentuais de utilização da maioria dos produtos de investimento, como vimos nesta mesma pesquisa, o uso de títulos privados, fundos de investimento, títulos públicos e planos de previdência, por exemplo, têm aderência de 5%, 4%, 2% e 2% dos brasileiros, respectivamente. Os 14% de brasileiros apostadores se dividem em 3% que afirmaram utilizar frequentemente os aplicativos de bets (5 milhões de pessoas), 5% de vez em quando (8 milhões) e 6% raramente (10 milhões).
A Pesquisa Raio X do investidor brasileiro tem se consolidado a cada ano como a principal pesquisa realizada no sentido de fornecer insights sobre o comportamento, preferências, objetivos e perfil do investidor brasileiro e os resultados dessa mais recente edição mostram a importância de se promover a educação financeira no Brasil.
REFERÊNCIAS
ANBIMA. Raio X do Investidor Brasileiro. Disponível em: https://www.anbima.com.br/pt_br/especial/raio-x-do-investidor-brasileiro.htm Acesso em: 03 mai. 2024.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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