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Renato Abrantes

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A Paz e a Guerra

28/07/2011 às 00h00

O ato mais insano de um povo, sem dúvida, é a guerra. Não me refiro aqui à chamada “guerra justa” (se é que há…), em que uma nação, nos moldes do princípio da legítima defesa, entra em conflito com outra, para responder a uma injusta e iminente agressão. Quanto a esta, também indesejável, tolera-se.

Porém, nem todas as guerras são “justas”. Algumas – e são a quase totalidade dos atuais 14 mil conflitos em andamento, grandes e pequenos – têm por fundamento a imposição do poder e da influência nacionais, ou outros elementos que maximizam a economia, como o petróleo, a água, a terra. Em síntese, a ganância e o orgulho que, desde tempos de Adão e Eva, são a ferrugem da humanidade.

As consequências das guerras são nefastas. Pergunte a qualquer combatente (ou ex-combatente) de qualquer litígio pelas suas recordações. Certamente, lembranças nada felizes. Conheci alguns senhores, de Cajazeiras e de Natal, que combateram na II Guerra Mundial que traziam em sua psiquè os traumas de ter sentido a morte tão perto.

Famílias dilaceradas, legiões de órfãos, economias destruídas, mulheres estrupradas e mortas, cidades arrasadas, doenças, fome, revolta e, o pior, ódio, muito ódio, não somente nos perdedores, mas nos vencedores que, com sua evanescente vitória, começam a se achar “os senhores do mundo”.

A guerra é irracional: qual homem, em juízo perfeito, condenaria à morte uma mulher grávida a ter o ventre aberto à espada, mas, antes de matá-la, apostaria com os colegas qual o sexo do filho? Isso era comum nos Bálcãs em recente conflito. Ninguém que tenha o juízo perfeito aceita a guerra, seus métodos e suas consequências.

Importante não esquecermos que “guerra” não diz respeito somente aos conflitos de grande proporção (Guerras Mundiais, Guerra Fria, Guerra do Golfo etc.), mas, também e principalmente, aos pequenos. Pois são estes as fontes dos grandes. Quando um pai bate num filho, não para corrigir e disciplinar, mas por puro prazer em ver o filho sofrendo. Ou quando a violência urbana faz-nos sentir que vivemos numa sociedade sem leis.

As guerras, lamentavelmente, começam em casa. Porém, a paz, ah, a tão sonhada paz, também começa em casa. Se as famílias hoje convivessem mais (refeições em comum, pais brincando e chorando com sua prole, mães beijando os filhos…) não se ouviria mais falar em guerras. Por que a paz, nós a construímos.

Em sua casa há paz ou guerra?

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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