header top bar

Francisco Inácio Pita

section content

A política não é politicagem

22/01/2024 às 18h38

Coluna de Francisco Inácio Pita

Por Francisco Inácio Pita – A maioria das gestões públicas brasileiras passa por diversos momentos de contradição quando observamos o que foi prometido pelos políticos nas campanhas eleitorais, e o que eles executam em favor do próprio povão após assumir a sua administração. Se mudar de agora em diante é uma glória, nota-se que vem sendo assim há muito tempo, é muita conversa e pouca ação. Outro fato triste, é lembrar o pouco interesse do próprio eleitor em enfrentar os políticos, cobrar o que eles prometeram na eleição passada, muitos eleitores ficam nas emissoras de rádios e redes sociais difamando o político, mas quando o mesmo chega em sua residência, muda de opinião, uma boa parte recebe alguma ajuda e termina votando no mesmo corrupto. Infelizmente, é com base no que foi relatado acima, que a maioria das cidades brasileiras continuam sendo mal administradas e legisladas.

É comum ver o vereador receber diversos empregos que são direcionados aos seus familiares, e a partir desse momento, passa a aprovar todas as matérias do executivo, inclusive aqueles projetos que apresentam corrupções e prejudicam a população. Muitos prefeitos quando não segue a maioria na câmara durante as eleições, a primeira ação logo após assumir a sua gestão, é oferecer vantagens para os vereadores opositores, e o pior dessa história, a maioria dos vereadores oponentes aceitam a proposta do prefeito e passam a ser aliados, evidentemente, o prefeito por sua vez fica com a maioria dos vereadores em suas mãos.

Uma ressalva importante e defensiva: aos senhores vereadores que se comportam bem e não aceitam mudar de posição em troca de benefícios para si e seus familiares, meus parabéns, continue sendo o defensor do povo e cumprindo à risca com sua obrigação.

Observa-se que prefeito, vereador, deputado, senador e governador repetem o seu mandato várias vezes, é claro, até quando é permitido por lei, e quando entrega o seu cargo, deixa uma pessoa de sua confiança, isto é, se o povo escolher o seu indicado, e nesse “jogo de cintura”, muitos deles já voltam para a gestão seguinte. Por que será que isso acontece? “Perguntar não ofende”, mas o poder é bom e a grande maioria faz de tudo para permanecer no domínio, e quando deixa, faz até o impossível para voltar e continuar crescendo os seus bens, que são registrados em nome de terceiros. Se alguém se sentir mal com estas informações, talvez seja porque a carapuça caiu em sua cabeça. Crescer usando uma parte do dinheiro público é o retrato falado na maioria das cidades do Brasil de Cabral.

Muitos políticos e seus assessores diretos confundem a política com a politicagem, são duas palavras parecidas, mas o seu efeito quando aplicado de forma correta é totalmente diferente. A política é uma coisa linda e necessária para ser vivenciada pela comunidade, são as políticas públicas bem planejadas, trabalho e ação na saúde, na educação, na agricultura, bem estar social, e outros setores de uma administração séria e comprometida com o bem social, são essas algumas das políticas do bem. Já a politicagem é traçada de desencontro, destruição, covardia, falta de interesse ao bem comum, enfim, só traz o mal, principalmente para o povão carente que está à mercê de ajuda e contribuição do poder público, que por sinal, todos os recursos públicos pertencem de forma geral, a todos os moradores da jurisdição e não ao gestor ou aos eleitores que votaram nele.

A maioria dos gestores e legisladores passam o mandato inteiro no palanque, perseguindo seus adversários, utilizando-se de ações até de baixo nível para atacar os seus opositores. Esta ação, eu considero um certo analfabetismo político ou desvio do verdadeiro objetivo de um administrador, que na verdade, seu principal objetivo é gerenciar para o povo em geral e não para os seus eleitores. Vou citar agora os principais ataques entre eles durante a gestão e principalmente no período eleitoral:

1. Apresentar na imprensa e redes sociais os erros cometidos pelos seus adversários, muitas vezes, entre um único erro tem várias ações corretas;

2. Os opositores martelam horas e horas apenas a ação ruim feita pelo gestor, como se ele que está criticando fosse um santo e a solução.

3. Um fato interessante, no momento em que vamos procurar os atos feitos por gestores que detona os outros, já se observa que ele está sendo ou foi um péssimo administrador;

4. Percebe-se uma série de denúncias em desfavor de todos, contudo, mas a maioria do povo vota e o reconduz ao poder;

5. A maioria é como dizia o meu vovô, “é farinha do mesmo saco”.

E agora o que fazer? Arriscar a sorte e escolher bem, pesquisar o passado e o presente da pessoa que você pretende votar. O eleitor precisa ter cuidado com os assessores dos concorrentes, eles têm interesses próprios, entre seus empenhos, estão o de permanecer recebendo o seu salário e as vantagens que tem na gestão, alguns até prejudicam os seus amigos para defender o gestor que ele presta serviços.

A maioria dos desmandos administrativos é responsabilidade do próprio povo que muitas vezes se vende durante as eleições por pequenos benefícios, como: materiais de construção, pneus para carros e motos, dinheiro em espécie, e outras benfeitorias paliativas que não levam a nada. As leis proíbem, mas o próprio povo não denuncia e os concorrentes aos cargos de gestor e legislador na sua grande maioria continuam administrando em causa própria e para os seus apadrinhados.

Muitos passam o mandato inteiro contraindo bens e utilizando-se de laranjas da própria família para não despertar os seus adversários e os órgãos fiscalizadores. Permanecem no poder por vários anos, fazendo as maiores negociações desonestas.

O pior de uma campanha eleitoral são as ofertas direcionadas aos eleitores, por debaixo do pano e esse por sua vez termina recebendo, o eleitor recebe e comete um crime que não é denunciado, e infelizmente a justiça só age quando recebe a denúncia com todas as provas. Este crime eleitoral e ato de corrupção cometido entre os proponentes aos cargos de gestor e legislador e uma parte dos eleitores tem desvirtuado o verdadeiro objetivo de uma boa gestão. E boa parte do povo fica prejudicado no meio do jogo e sem receber os benefícios necessários que a ele pertence. Os projetos comunitários se vão quase todos de água a baixo, por não ter ninguém para cobrar.

Na maioria das localidades rurais onde tem a atuação das associações comunitárias, alguns presidentes deixam de assumir a sua gestão direcionada para os seus associados e passam para o lado dos corruptos como: prefeitos e vereadores, e nem se preocupam com as comunidades que representam. Muitos eleitores de diversas localidades recebem ofertas nas eleições para votar em A ou B, e terminam votando em C, e muitas vezes recebem por necessidade, a culpa nestes casos, são dos próprios gestores que não procuram levar benefícios diretamente para as comunidades.

Quero concluir esta matéria lembrando, enquanto o povo não se organizar num só objetivo e comunitariamente, grande parte dos nossos administradores vão deixar de cumprir com os seus deveres, brincar com os nossos direitos e serem sempre os beneficiados, nem todos, mas a grande maioria dos políticos no Brasil se comporta assim, lembrando primeiro de crescer as suas economias, mesmo que o povo fique na miséria. Temos poucos políticos no Brasil que trabalham em benefício do povo. É lamentável ter que lembrar desses fatos, mas infelizmente essa é uma pura realidade brasileira.

O mote: se o povo votar certo / tudo pode melhorar.

A culpa é sempre do povo
que vota em troca de algo
vai ficando sempre mago
e não chega nada novo
é como um pinto no ovo
apertado e sem lutar
nada de bom vai chegar
e seu caminho é incerto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Só o eleitor tem o jeito
de fazer tudo mudar
procure sempre votar
em alguém que tem proveito
você vai ver o efeito
e tudo pode mudar
muita coisa vai chegar
no seu caminho correto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Escolha bem seu gestor
e o vereador também
só assim a gente tem
a bondade e o valor
não seja interlocutor
de receber prá votar
assim ele só vai voltar
quando a eleição tiver perto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

A vez é do eleitor
pesquisar bem o passado
nunca votar enganado
alguém por ser um doutor
procure o seu valor
e saiba se controlar
procure sempre ajudar
prá não ficar descoberto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Cuidado em politicagem
de alguém sem fundamento
procure ter argumento
quando ouvir a mensagem
tenha sempre a coragem
de cobrar o que faltar
nunca pode descuidar
e tenha um papo aberto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Procure votar direito
não recebe pra votar
não esqueça de pesquisar
o que no passado foi feito
procure o quase perfeito
não vá se embelezar
busque sempre observar
se ele é justo e correto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Finalizo o meu repente
com a força da paixão
muito amor no coração
nosso povo é competente
vamos lutar para frente
só assim pode mudar
se um ao outro ajudar
nada ficará incerto
se o povo votar certo
tudo pode melhorar.

Muito obrigado a todos e até o próximo trabalho.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: