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Maria do Carmo

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A Trajetória da nação negra no Brasil

01/12/2021 às 16h12 • atualizado em 03/12/2021 às 16h30

Foto: Tânia Rêgo / Agência Brasil

Por Maria Carmo

Esta gente vitimada pelo um passado perverso, injusto na condição de escravos sem nenhum direito trabalhista, humilhados e violentados. O sangue derramado, as lágrimas, as mutilações e as mortes do povo negro são registros de um  longo período obscuro e tenebroso causado pelo colonizador português através da implantação da escravatura do  no Brasil.O preconceito racial que até hoje é um desrespeito à população negra, mesmo com  a resistência  na organização e mobilização, a conquista do empoderamento do afro-descendente cresce com a política de combate ao racismo na sociedade brasileira.

O africano tinha o seu modo de viver: cultura, religião família, moradia e trabalho foram arrancados do seu torrão natal para serem vendidos no Brasil como animais irracionais. Nos porões dos navios, se iniciava o clamor de mulheres e homens negros cujas dignidades eram desrespeitadas com as torturas: (acorrentados e açoitados). Vendidos nos portos brasileiros aos seus senhores, os quais com  critérios humilhantes e desumanos  selecionavam os escravos para o trabalho, as senzalas: local da pobreza e da miséria; o tronco o principal instrumento para os castigos chefiados pelos capataz de seus senhores.

Nas lutas pela libertação dos negros  cativos aconteceram movimentos causando fugas e insurreições e  representavam prejuízos econômicos e ameaçavam a ordem vigente se tornando objeto de violência e repressão tanto da parte senhorial, estado e seus agentes. Mesmo assim, surgiu a formação dos quilombos onde os escravos se abrigavam e fugiam das senzalas e o Quilombo dos Palmares se destacou através do grande líder negro Francisco Zumbi, o “Zumbi dos Palmares”que foi assassinado na serra da Barriga, estado de Alagoas, no dia 20 de Novembro de 1695 numa emboscada pelas tropas portuguesas e sua cabeça exibida em praça pública na cidade.Atualmente Zumbi faz parte do livro dos heróis no Panteão da Pátria e da Liberdade.

A insistência das organizações de representatividades da nação negra  no  enfrentamento para a cor de sua pele ser respeitada e não serem interpretados como diferentes, é uma constante no Brasil.O dia 20 de Novembro é uma forma de lembrar a morte  de Zumbi, as celebrações nesta data foi idealizado pelo  poeta, professor e pesquisador gaúcho Silveira Oliveira, fundador do grupo Palmares, associação que reunia militantes e pesquisadores da cultura negra brasileira. Foi deste grupo negro que na segunda metade dos anos de 1970, no âmbito das lutas dos movimentos sociais contra o racismo consolidou como “O dia da Consciência Negra”.

A década de 1970 foi o marco para a organização de várias representações e valorização da cultura negra de combate ao racismo  e da memória do africano priorizando a ideia da negritude e a importância da consciência étnica racial no Brasil.“O Dia Nacional de Luta Contra o Racismo” dia 07 de Julho de 1978 foi também organizado pelo (MNU), pólo de agregação de várias lideranças.Esses movimentos ativistas conseguiram reforçar a identidade, a etnia e influir na criação de legislação resgatando a memória, valores e tradições como também a expressiva literatura e o processo de revisão no ensino de história sobre a importância da cultura negra e suas contribuições na construção do país, assim como  a derrubada da desvalorização da imagem do negro.

Com o Movimento Negro Unificado (MNU) em 1997 a data foi transformada em “Dia Nacional da Consciência Negra”, uma forma encontrada pela população negra para homenagear o líder da época dos quilombos fortalecendo mitos e referencia históricas da cultura negra no Brasil e também reforçando as lideranças atuais. A data 20 de Novembro “Dia Nacional da Consciência Negra” foi oficializada pela Lei 12.519 de 2011 sendo Alagoas o primeiro estado brasileiro a decretar feriado desde 1955 por ser o município alagoano na época o lugar de nascimento de Zumbi.Em 2003 o “Dia da  Nacional Consciência Negra” entrou no calendário escolar com a lei que obriga o ensino de história e cultura afro-brasileira nas escolas e em 2011 a data 20 de Novembro passou a ser oficializada como: “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”.

O resquício de racismo no Brasil ainda há nos tempos atuais e também muitos debates  na defesa da dignidade negra  e o combate ao racismo está influenciando nas mudanças nos costumes, atitudes e na linguagem brasileira. Palavras e expressões nas quais o xingamento não está na palavra em si, mas no significado caracterizando o racismo  contra à pessoa negra:a ressignificação, de algumas palavras, o cuidado de apagar do vocabulário certas expressões consiste uma das  vias de combate ao preconceito racial na maneira de falar. Certas expressões como: serviço de preto, cara de empregada, coisa de preto, negra feia, a coisa ta preta e meia tigela devem ser abolidas do vocabulário uma vez que estes estereótipos desrespeitam a pessoa negra. Assim como substituir: cabelo duro por cabelo diferente, a coisa ta preta por a coisa ta ruim, dia de branco por dia de trabalho, criado mudo por mesa de cabeceira como também a ressignificação dos pejorativos que associam o negro a coisa ofensiva, ao invés de (mercado negro) mercado clandestino, (denegrir) por difamar, caluniar, enxovalhar, macular.

O orgulho negro deve ser reforçado por todos, construindo a diversidade e o respeito às diferenças. A negritude constitui parte da população: respeitar a mesma deve  é de grande contribuição para a construção de  uma sociedade mais igualitária.Conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos em seu artigo primeiro diz:”Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidades e direitos”.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras, 29 de Novembro de 2021

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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