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Anúbes Castro

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A vida em tempos de pandemia

22/10/2020 às 08h15 • atualizado em 22/10/2020 às 14h25

Fome

De repente tudo parou, a vida transformou-se, caracterizou-se de outra maneira, não tínhamos mais a obrigatoriedade de sair para trabalhar, as crianças e adolescentes não podiam mais frequentar a escola, os jovens não iam mais a Universidade, levar os filhos para suas atividades extracurriculares também passou a não ser mais possível. Até o lazer, necessidade humana básica também já não era possível, aliás, muitas necessidades humanas básicas – NHBs não podiam ser mais supridas, não que antes da pandemia essas necessidades estivessem em perfeito funcionamento para todos os grupos sociais.

Todos precisavam se distanciar, não era permitido se encontrar, abraçar, beijar, sentir o calor humano da maneira que estávamos acostumados. Neste novo constructo de vida, o ideal era manter distância, se conectar através das redes, mas até “ontem” o uso excessivo de redes sociais, de computadores, de smartphones não era prejudicial? Passamos cada vez mais a um processo de conflito conosco mesmo, vivemos um momento onde o que acreditávamos ser correto passou a ser errado – Uma vida diferente.

E, essa nova realidade não se tornou exclusividade de uma só pessoa, de um só grupo, de uma determinada região, de um único país – O mundo parou! Todos se encontravam em uma mesma dinâmica, em um mesmo momento, em uma mesma conexão, vivendo “a mesma vida”, mas, que vida? Uma realidade cercada de novas regras, de novas limitações, de novas impossibilidades.

Antes podíamos, tínhamos, desejávamos, compartilhávamos, uma vida social e econômica repleta de dificuldades, mas com possiblidade de “arregaçar a manga” e tentar melhorar. Por outro lado, antes reclamávamos que não tínhamos tempo, que nos sentíamos sufocados pelas obrigações, antes entendíamos que precisávamos de muito mais do que podemos ter ou do que verdadeiramente precisamos. Hoje, nada mais faz sentido, a liberdade inalcançada passou a ser nosso maior problema, ir ao supermercado se tornou um grande desafio para aqueles que costumeiramente o faziam, imaginem como passou a ser ainda mais dificultoso esse acesso para aqueles que não tinham essa possibilidade antes.

Essa impossibilidade é uma realidade que massacra a sociedade, que traz um gosto amargo, que revela a desigualdade que todos sabem que existe, mas que muitos insistem em fingir que não estão percebendo.

Mas, o que podíamos fazer de nossas janelas? O que podíamos fazer de nossas varandas? O que foi possível fazer pelo outro? O que queríamos fazer pelo outro? O que sabemos é que  no início da pandemia precisávamos nos reinventar, nos fortalecer enquanto pessoas, e fortalecer aqueles com os quais convivíamos, se fosse possível conviver, do contrário, seguiríamos a proposta de distanciamento.

Passamos a vivenciar outra realidade, a vida que se reconstrói em um novo contexto social, com certeza de que muitas vidas foram perdidas, muito de nós ficou para trás, seja do ponto de vista físico ou psíquico, social ou econômico, cultural ou de regras de educação/etiqueta.

Somados a toda problemática vivida em virtude da pandemia, situação esta, ainda não resolvida, há fenômenos negativos crescentes: desemprego, violência, pobreza, fome e sofrimento mental associado. Fenômenos esses já partilhados, mas que passaram a ter maior visibilidade em virtude da tão mencionada empatia.

Que possamos superar tudo isso, que a pandemia chegue ao fim, que os problemas elencados tenham visibilidade e possam ser resolvidos porque cidadania é direito de todos, seja com ou sem pandemia.

Anúbes Castro

Anúbes Castro

Anúbes Pereira de Castro
Docente Universidade Federal de Campina Grande UFCG
Doutora em Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ
Mestre em Saúde Pública UFPB
Residência Médico Cirúrgica UFPE
Líder do Grupo de pesquisa Violência e saúde UFCG/CNPq
Membro do Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos CFP/UFCG
Coordenadora de Pesquisa e Extensão UAENF/UFCG
(83)987922917 / 996953684

Contato: [email protected]

Anúbes Castro

Anúbes Castro

Anúbes Pereira de Castro
Docente Universidade Federal de Campina Grande UFCG
Doutora em Saúde Pública ENSP/FIOCRUZ
Mestre em Saúde Pública UFPB
Residência Médico Cirúrgica UFPE
Líder do Grupo de pesquisa Violência e saúde UFCG/CNPq
Membro do Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos CFP/UFCG
Coordenadora de Pesquisa e Extensão UAENF/UFCG
(83)987922917 / 996953684

Contato: [email protected]

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