Analfabetismo e mortalidade infantil
A campanha de prefeito em Cajazeiras está começando a “esquentar”. Os dois candidatos, em seus discursos, nos comícios já realizados, têm apresentado as suas propostas, cada um com modelos com pequenas diferenças, para fazer com que esta cidade possa continuar num ritmo de progresso econômico e que a sua sociedade possa também ter ganhos positivos na melhoria das condições de vida.
A cidade de Cajazeiras tem ainda dois graves problemas, que infelizmente, ainda não ouvi de nenhum candidato propostas concretas para uma efetiva solução: o combate ao analfabetismo e a mortalidade infantil, cujos índices são preocupantes.
Por incrível que pareça, a cidade que está no patamar de sétima cidade em população e em número de eleitores e em sexto em recolhimento de ICMS, não possuir em seu sistema de saúde uma UTI infantil e que no seu Hospital Regional o berçário não funciona por falta de um médico especialista em pediatria, fica em situação difícil para erradicar de uma vez por todas a mortalidade infantil.
Vale ressaltar que entre os anos de 2004 e 2008 os números ficaram quase que no mesmo patamar: em 2004: oito óbitos (2,7%), em 2005: 9 óbitos (3,5%), em 2006: 7 óbitos (2,2%) e já no ano de 2008 morreram 3 crianças com menos de um ano de idade.
No ano de 2005 foi lançado em Cajazeiras, o Programa Criança Viva, com a presença do coordenador do Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Infantil e à época Cajazeiras era a 7ª cidade no Brasil a implantar um programa de assistência maternal e neo natal de tão grande importância para a redução do índice de mortalidade infantil na Paraíba e no Brasil.
O Hospital Infantil tem se constituindo numa instituição cujo objetivo é mais curativo do que da prevenção da morte entre crianças com menos de um ano de idade. Cabe então uma pergunta aos dois candidatos: quais as medidas que irão tomar para erradicar a morte de nossas crianças?
Vivemos hoje numa cidade em que uma das molas propulsora de seu grande crescimento tem sido a educação, com seus mais de 25 mil alunos, nos três níveis de ensino, com destaque para o terceiro grau, onde em suas diversas faculdades estão matriculados quase cinco mil estudantes, mas infelizmente ostenta um número que envergonha a sua tradição de cidade que vem educando gerações: um alto índice de analfabetismo.
Com mais de 25% de analfabetos, tem em sua população com mais de 15 anos, 10.700 analfabetos. Que tristeza! Que vergonha! Um índice elevado que atinge os jovens que poderiam estar se preparando para ingressar no mercado de trabalho. E o que temos ouvido dos candidatos com relação a esta contundente estatística? Contra os números não existem argumentos.
Que políticas educacionais serão adotadas para erradicar o analfabetismo da cidade que mais cresce na Paraíba? Só com medidas extremas e radicais é que poderemos combater esta chaga que macula o passado e o presente, além da tradição da terra do Padre Rolim, o Mestre, que através de sua escola projetou esta cidade a nível regional, nacional e até no exterior.
A campanha está nas ruas, os candidatos nos palanques apresentam as suas propostas que estão ecoando nos ouvidos de muitos analfabetos e de mães de famílias que perderam os seus filhos antes de completar um ano de idade.
A campanha está nas ruas e o povo embevecido pelo calor da disputa tem esquecido de indagar: o que fazer para colocar no centro das atenções o cidadão cajazeirense no bojo de políticas públicas que possa torná-lo cada vez mais digno de morar numa cidade que o torne orgulhoso e alegre.
Vamos cobrar dos nossos candidatos posições firmes e fortes na erradicação do analfabetismo e da mortalidade infantil de nossa urbe, afinal uma campanha política não é só festa e foguetão, arrastão e carreata. É bom pensar em outras alternativas para fazer nossa cidade crescer.
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