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Lidiane Abreu

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Avaliação de governo e rejeição como fatores determinantes

19/11/2010 às 18h12

A eleição para governador da Paraíba serviu para ratificar a tese da previsibilidade das disputas eleitorais, que muitos ainda teimam em não aceitar. A alta rejeição do governador derrotado José Maranhão e a avaliação negativa de governo fizeram com que ele não ultrapassasse os 50% mais 1 dos votos, necessários para ser escolhido de forma soberana como governador.

Fora o fato de Maranhão ter um governo não muito bem avaliado, pesava ainda o fato de ele ter assumido o governo pela metade, o que certamente não o ajudou, pois o eleitorado não tinha conseguido estabelecer uma identidade clara daquele mandato que se iniciou por força judicial no início de 2009. A estratégia retórica da continuidade não colou.

O potencial de crescimento de Maranhão também era pequeno, já que sua popularidade era muito grande, ou seja, não tinha para onde crescer. É muito simples, se Maranhão é conhecido por quase 100% do eleitorado e ainda tem uma rejeição alta, obviamente que ele não terá novos segmentos eleitorais para crescer. Ao contrário do governador eleito Ricardo Coutinho, que não era completamente conhecido por toda a Paraíba e conseguiu conquistar novos eleitores.

E mesmo que Maranhão tentasse crescer nos nichos eleitorais que o rejeitava, ainda não teria muito êxito, pois diminuir rejeição é a pior e mais difícil tarefa do marketing político. Vide o resultado eleitoral de Campina Grande, cidade que mais rejeita o maranhismo.

E se as eleições são previsíveis, posso aqui fazer algumas previsões sobre Campina Grande e João Pessoa. Levando em consideração a avaliação de governo das duas prefeituras e a conjuntura que se desenha para 2012, tenho certeza que João Pessoa irá optar pela continuidade administrativa, elegendo Luciano Agra ou outro sucessor, talvez o vereador Bira, que figura hoje como o melhor nome depois de Agra.

Campina Grande é diferente. Com o péssimo governo de Veneziano, sua cassação e a falta de um bom nome para a sucessão, o mais óbvio é que o eleitorado de Campina Grande eleja um candidato da oposição, provavelmente Romero Rodrigues, que desponta hoje como a opção mais segura para a volta do grupo Cunha Lima à prefeitura.

Reforçando a tese da previsibilidade, temos a eleição de Dilma Roussef como exemplo. Lula, com uma aprovação recorde e um governo muito bem avaliado, conseguiu eleger um poste para sucedê-lo; uma completa desconhecida de grande parte do eleitorado. Dilma começou a pré-campanha com menos de 4% dos votos e acabou ultrapassando o ‘favorito’ Serra antes do início da propaganda eleitoral na TV.

Só existe uma explicação para isso: avaliação positiva de governo. O eleitor não quer correr risco, é conservador e vota pela continuidade de um governo que ele avalia positivamente. Ainda em 2008 eu afirmava que, sem uma forte crise econômica, ou seja, com estabilidade, Lula conseguiria eleger quem ele quisesse. E isso aconteceu.

Portanto, as eleições são previsíveis.

Lidiane Abreu

Lidiane Abreu

Estudante do curso de Licenciatura em História (UFCG) e redatora do portal Diário do Sertão.

Contato: [email protected]

Lidiane Abreu

Lidiane Abreu

Estudante do curso de Licenciatura em História (UFCG) e redatora do portal Diário do Sertão.

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