Boa parte do povo tem culpa…

Urna eletrônica - imagem ilustrativa - © Fábio Pozzebom/Agência Brasil

Por Francisco Inacio Pita – A política brasileira passa por diversos momentos de contradição quando fazemos um verdadeiro relacionamento do que foi prometido pelos políticos nas campanhas eleitorais e o que vem sendo executado em favor da própria população. Triste é lembrar o pouco interesse da comunidade no momento de enfrentar os políticos e fazer as cobranças a que tem direito.

Muitos deles confundem a política com politicagem, a maioria dos representantes que escolhemos passa o mandato inteiro no palanque, perseguindo seus adversários, utilizando-se de ações até de baixo nível para atacar seus opositores. Esta ação é considerada um verdadeiro analfabetismo político ou desvio do verdadeiro objetivo de um administrador que, na verdade, seu principal objetivo é governar para o povo em geral e não para os seus eleitores.

A maioria dos desmandos administrativos é responsabilidade indireta do próprio povo, que muitas vezes se vende durante as eleições por pequenos benefícios, como: materiais de construção, pneus para carros e motos, dinheiro em espécie e outros benefícios paliativos que não levam a nada.

As leis proíbem, mas o próprio povo não denuncia e parte dos concorrentes, após eleitos, continuam administrando para os seus apadrinhados. Muitos passam o mandato inteiro contraindo bens e utilizando-se de laranjas da própria família ou de amigos para não despertar os órgãos fiscalizadores. E outro grande erro, permanecem no poder por vários anos, fazendo as maiores negociatas desonestas.

Na campanha eleitoral, os eleitores recebem as ofertas e muitos não imaginam o tamanho do erro que estão cometendo. Políticos corruptos praticam estes atos sem a menor timidez. O eleitor recebe e fica mais uma gestão inteira sem ser beneficiado, enquanto os hospitais, escolas, setores da agricultura, assistência social e outros setores continuam sem condições adequadas de funcionamento.

Os projetos comunitários ainda são a forma mais ideal de solucionar todos esses problemas, mas infelizmente vão quase todos de água abaixo, porque não têm direcionamento, porque não têm associações comunitárias ativas e comprometidas com a defesa de seus objetivos, no tocante, praticamente não têm ninguém para gerenciar esses projetos, e quando têm uma associação pronta para defender os seus associados, muitas vezes são assediadas pelos gestores, que compram com empregos e outras vantagens, alguns representantes das referidas agremiações. Nessa situação, cabe ao povo cobrar dos gestores o que foi idealizado durante a campanha eleitoral. Na verdade, é nesse período que aparecem muitas propostas bonitas, e aparentemente sem nenhum erro, o que falta é compromisso dos gestores e legisladores eleitos, cumprirem à risca ou uma grande parte das promessas de campanha.

É comum nos dias atuais e, apesar de ser imoral, na maioria das localidades rurais onde há atuação das associações comunitárias, alguns presidentes destas agregações, quando existem, se aliam aos corruptos administradores que não têm compromisso com o povo. Vemos que a maioria dos gestores nem se preocupa com as comunidades que representam.

Muitos eleitores recebem ofertas nas eleições para votar em A ou B, e terminam votando em C e muitas vezes recebem por necessidade, neste caso a culpa é da maioria dos gestores e legisladores que não procuram levar benefícios para as comunidades que representam.

O próprio povo tem culpa, nem todos, mas o desconhecimento da forma de administrar da parte de muitos é muito grande, o analfabetismo na forma administrativa de vários prefeitos, os desvios através das licitações, superfaturamentos em obras e outros erros que acontecem em quase todas as administrações, não chegam ao conhecimento do povo em geral.

Quem devia pesquisar e informar seriam os meios de comunicação como rádio e televisão, infelizmente uma boa parte deles para sobreviver se alia aos gestores e legisladores corruptos, que fazem um contrato de divulgação de sua gestão, ação que é aprovada por lei, exigem daquele meio de comunicação uma total displicência de suas faltas administrativas, e uma boa parte deles, impede a participação da população nos programas jornalísticos, que disfarçadamente se apresentam como democráticos e independentes.

Outro fato interessante: quase não aparece ninguém novo para concorrer nas eleições, seja prefeito, vereador, deputado, senador, governador e presidente da república, e quando aparece um nome que nunca administrou pelo menos uma secretaria municipal, mas está aliado ao lado de pessoas de má fé que já governaram e de forma errada, e assim vai, o povo pouco sendo beneficiado, e sofrendo as consequências desastrosas de um poder mafioso.

Quero concluir esta matéria lembrando que, enquanto o povo não se organizar num só objetivo e comunitariamente, grande parte dos nossos administradores irá brincar com os nossos direitos e será sempre beneficiada, nem todos, mas a grande maioria dos políticos no Brasil se comporta assim, lembrando primeiro de crescer as suas economias, mesmo que o povo fique na miséria. Temos poucos políticos no Brasil que trabalham em benefício do povo. É lamentável ter que lembrar desses fatos.

Mote: o eleitor vota errado
todo povo paga a conta.

Se a escolha é mal feita
todos perdem a condição
de ter uma boa gestão
e uma vida perfeita
o político se ajeita
e na sua gestão apronta
até do povo se espanta
e termina condecorado
o eleitor vota errado
todo povo paga a conta.

São coisa do meu Brasil
onde as leis que comanda
para o político é branda
e se livra bem sutil
cresce com mais de mil
e a pobreza ele afronta
para o progresso desponta
e o povo fica apertado
o eleitor vota errado
todo povo paga a conta.

Na campanha eleitoral
o candidato aparece
se possível até faz prece
de forma sensacional
deixa paro o povo o sinal
com a conversa ele encanta
se algum eleitor se espanta
ele lhe dar um trocado
o eleitor vota errado
todo povo paga a conta.

Finalizo mais um artigo
com deus na lembrança
tendo pouca esperança
e vejo muito perigo
eu quero contar contigo
e esperar o que desponta
no meu pensar aponta
que deve ser melhorado
o eleitor vota errado
todo povo paga a conta.

Muito obrigado a todos e até ao nosso próximo encontro.

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Francisco Inácio Pita

Francisco Inácio de Lima Pita — Radialista e Professor Licenciado em Ciências e Biologia pela UFPB e UFCG respectivamente. Atualmente é professor aposentado por tempo de serviço em sala de aula, escritor dos livros CONCEITOS E SUGESTÕES PARA VIVER BEM O MATRIMÔNIO, AS DROGAS E A RETA FINAL DA VIDA, VARIAÇÕES POÉTICAS, ARQUIVO DA CULTURA NORDESTINA, 102 SONETOS  e tem outros livros em andamentos, mora atualmente na cidade de São José de Piranhas – PB. Atualmente participa do Programa Radar Cidade com o quadro PAPO RETO pela TV Diário do Sertão ao lado de Dida Gonçalves, é coordenador geral da Rádio Web Vale do Piranhas em São José de Piranhas.

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