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Radomécio Leite

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Cajazeiras exporta conhecimento

17/03/2012 às 10h41

No século XIX foi o padre Rolim que projetou Cajazeiras para o Brasil e para o mundo, através de seus alunos nos diversos ramos do conhecimento, a exemplo do Cardeal Arcoverde, o primeiro da América Latina.

A partir da década de 20, do século passado, o algodão, que foi exportado para diversos países, proporcionou a vinda para Cajazeiras: do trem, das linhas aéreas, do Banco do Brasil, das multinacionais SANBRA e Anderson Clayton e principalmente de duas das mais importantes instituições de ensino do país: das Irmãs Dorotéias e dos Padres Salesianos, que chegaram a Cajazeiras para dar prosseguimento a obra indelével e imortal do Padre Rolim, no setor educacional.

Poucas eram as cidades deste país que tiveram o privilégio de possuir educadores com a experiência e a importância dos Salesianos e das Dorotéias, fruto não somente da capacidade das lideranças religiosas de nossa diocese, mas e principalmente, pela força do algodão.

Estas duas instituições de ensino eram privadas e as mensalidades não eram lá tão baratas e o município tinha uma economia muito forte baseada na produção do algodão, que tornava mais forte ainda o setor comercial da cidade. Alguns estudos estão sendo realizados, por alunos da Universidade (UFCG – Campus de Cajazeiras) e com certeza, através de suas pesquisas, irá comprovar que a riqueza de nosso município foi quase toda “montada”, tendo como base o algodão.

Infelizmente, a quase totalidade dos documentos foi destruída, que iriam provar a pujança de grandes empresários deste setor, a exemplo da SANBRA, Anderson Clayton, Matos de Sá, Galdino Pires, Coronel Peba e outros.

Lamentavelmente não tivemos a capacidade de encontrar um substituto para o algodão, depois que a “praga do bicudo” o dizimou, mas os “frutos” desta lavoura ajudaram na construção de outros segmentos da economia e Cajazeiras, mais uma vez através da sua diocese, fez renascer a sua importância educacional, com a instalação, não mais no ensino médio, mas do ensino superior, quando em 1969, se tornou pioneira na implantação de cursos superiores no interior do Nordeste Brasileiro, com a criação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Cajazeiras.

Posteriormente, em 1979, chegou a Universidade Federal, depois o Instituto Federal de Educação Tecnológica e as Instituições de Ensino Particulares, que recebem alunos de várias regiões do Brasil e a tendência é de crescer cada vez mais e até o final desta década é possível que tenhamos cerca de dez mil alunos matriculados em todos os cursos de 3º Grau.

Há um compromisso do governador Ricardo Coutinho de analisar uma proposta que partiu da Sociedade Civil Organizada de Cajazeiras, para implantar a UEPB em nossa cidade, com cursos da área das engenharias e se tornando realidade, teríamos cursos em todas as áreas do conhecimento.

Cajazeiras é hoje uma cidade que não exporta mais algodão, mas sim conhecimentos para todo o Brasil.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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