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Fernando Caldeira

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Canalhas

05/09/2016 às 12h00 • atualizado em 05/09/2016 às 12h39

“Não pretendo nesta histórica sessão moderar a linguagem ou asfixiar o que penso. Não vou reprimir a indignação que me consome: CANALHA, CANALHA, CANALHA.

Assim, Tancredo Neves apostrofou Moura Andrade que declarou vaga a Presidência com Jango ainda em território nacional, consumando assim o golpe de 64.

Duvido que um só de nós esteja convencido de que a presidente Dilma deve ser impedida por ter cometido crimes; não são as pedaladas ou a tal irresponsabilidade fiscal que as comungam. O próprio relator da peça acusatória praticou-as à larga, só que lá, em Minas, não havia um providencial e desfrutável Eduardo Cunha e nem um centrão querendo sangue, salivando por sinecuras e pixulecos.”

Esse introito do discurso do senador Roberto Requião (PMDB) proferido na última terça-feira no Senado Federal dimensiona bem o tamanho do golpe que, dia seguinte, lá seria consumado contra a democracia. Contra a democracia sim senhor posto que a soberania do voto mais uma vez não foi respeitada.

Não se trata de concordar com o governo Dilma, em absoluto. Longe disso. Para maus governos o remédio são as urnas, não o golpe! Não se mata um boi porque ele tem carrapatos. Mata-se os carrapatos!

Mas no afã de vingar-se das urnas que pela quarta vez consecutiva lhe dizia não, o PSDB pediu recontagem e perdeu. Pediu auditagem nas urnas e novamente perdeu. Sem mais recursos a reclamar e impaciente para aguardar um novo veredicto popular, os tucanos aliam-se ao sempre interesseiro PMDB para, com maioria eventual criada sob bases pouco ou nada republicanas, consumar a deposição de alguém eleito pelo voto direto, secreto e universal de 54 milhões, 501 mil, 118 votos.

Votos que foram desconsiderados, invalidados, rejeitados e substituídos pela vontade de senadores. Não mais a vontade de 54 milhões de brasileiros, mas tão somente a vontade de 54 senadores.

Vocês entram na história pela porta dos fundos.

Canalhas!

S O L T A S

*A imagem que me marcou na ‘festa de posse golpista’ do sr. Temer, foi a presença risonha do senador Romero Jucá. Nela se resumia toda uma história: envolvidos em falcatruas de todas as ordens e de vários partidos políticos festejando uma janela de esperança para a salvação de suas traquinagens!

*Outra imagem que registrei bem foi o abraço, logo após a posse, do senador Cássio Cunha Lima (PSDB), ao presidente recém empossado. Logo ele, filho de pai cassado e também cassado, festejando alguém usufrutuário de cassação!

*Não pegou bem o senador Raimundo Lira (PMDB) apoiar o impeachment sendo ele um congressista sem votação. Melou ainda mais a imagem!

*Quanto ao senador Maranhão (PMDB), este está sendo chamado de ‘o rei da cassação”: cassou Cássio e agora cassa Dilma! É um ex~inio caçador!

*Neste domingo (4) O Trem das Onze é DEBATES POPULARES com Mariana Moreira, Padre Francivaldo, José Maria Gurgel e Joselito Feitosa. Tema: o impeachment ou golpe deixa alguma lição?

Francisco Caldeira


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Fernando Caldeira

Fernando Caldeira

Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

Contato: [email protected]

Fernando Caldeira

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Jornalista profissional em diversas emissoras de rádio e jornais da Paraíba, atualmente é articulista do Gazeta do Alto Piranhas (Cajazeiras), produtor e apresentador do programa Trem das Onze, apresentado aos domingos pela Rádio Alto Piranhas, colunista dos portais diariodosertão, politicapb, obeabadosertao, canalnoite, e mantém na internet o portal www.fernandocaldeira.com.br

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