Conversando com os médicos cubanos
Era meu desejo encontrar-me com alguns médicos cubanos que fazem parte do programa mais médicos, do governo federal, a fim de saber um pouco do seu trabalho neste sertão paraibano. Como Deus é bom, a graça foi alcançada.
No domingo passado, em um almoço na casa da minha querida amiga Francisca Gomes, carinhosamente Tica, deparei-me com dois médicos cubanos que trabalham na cidade de Boaventura, alto sertão da Paraíba. Conversamos demoradamente. Fiz várias perguntas. Ouvi coisas lindas, emocionantes. Fiquei emocionado e feliz.
Vejam o que eles falaram sobre seu trabalho médico por este mundo afora.
São palavras emocionantes, lindas, que brotam do fundo do coração. Palavras carregadas de humanismo, de amor ao próximo.
-Padre, estou trabalhando neste sertão por amor ao povo. Sou feliz fazendo alguma coisa em prol desse povo sertanejo.
-Não me arrependi de vir para o Brasil. Somos livres. Estamos aqui por amor ao povo.
-Sou feliz com o que eu faço. Ajudar as pessoas necessitadas nos dá felicidade.
-Eu me sento no chão, num banco, na calçada, não importa onde. Há pessoas que dizem assim: doutora, a senhora é médica, sente nesta cadeira. A senhora não pode sentar no chão. Não faça isso. Fico impressionada como as pessoas reagem. Não buscamos status, mas serviço ao próximo.
-A simplicidade é o nosso forte. Ajudar o povo sofrido é nossa meta, nossa missão cidadã.
-Estamos felizes em morar em Boaventura.
-Há, Padre, não somos escravos de ninguém. Não somos tratados como escravos. Somos profissionais que nos colocamos à disposição das pessoas que precisam. Viemos para o Brasil por vontade própria.
-Estive em vários países pobres. Só queremos ajudar. Estudei para salvar vidas humanas, de quem quer que seja.
-Para nós, o ser humano está acima de tudo. O ser humano em primeiro lugar, e não o dinheiro, os bens materiais.
-Nós estamos felizes aqui. Não nos arrependemos.
-O que nos traz aqui é o desejo de ajudar as pessoas, querer fazer o bem. Levamos muito a sério o espírito humanístico.
-O sentimento de solidariedade ao povo é a força que nos move.
-Estamos aqui por vontade própria, não por imposição. Somos livres para chegar e para sair.
-Nosso dinheiro que fica em Cuba é para ajudar o povo de lá. É para ser investido na saúde, educação, moradia, saneamento etc.
-Como médico, por livre espontânea vontade, passei seis meses na Caxemira, no Paquistão, prestando assistência ao povo daquela região.
-Por questão de humanidade, solidariedade, estive em vários países pobres, sofridos, esquecidos, prestando assistência médica. Os países foram: Haiti (Um ano), Guatemala (Dois anos), Venezuela (Cinco anos). Um trabalho a serviço da Organização Pan-Americana da Saúde.
-Aqui é uma maravilha. Estou adorando.
-A gente vai para qualquer parte do mundo. Não importa onde. O que importa é que nos coloquemos a serviço das pessoas, da humanidade. Não medimos distância. Trata-se de ajuda humanitária.
-Para nós, o ser humano é prioridade número um.
Nessa longa e feliz conversa, observei nesses dois profissionais da saúde verdadeiros valores cristãos: humildade, simplicidade, espírito humanístico e desapego a status, vaidades e a bens materiais.
Parabéns aos queridos doutores cubanos, “anjos” bons, que, com tanto amor, renúncia e sacrifício, salvam milhares de vidas humanas. Verdadeiro exemplo de AMOR, de DOAÇÃO, ao próximo. Avante!
Sertão paraibano, maio de 2014.
Padre Djacy Brasileiro.
@PadreDjacy
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