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Renato Abrantes

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Corrupção mata

19/10/2011 às 00h00

                                   

 O “Transparência Internacional”, organização não-governamental que tem por fim realizar pesquisas, estudos e ações que visem ao combate ao mal uso do dinheiro público, é sediado em Berlim (Alemanha) e propaga aos quatro ventos a necessidade da transparência e da integridade na administração pública.
Dentre suas iniciativas está a formulação do Índice de Percepção da Corrupção (IPC), calculado a partir de pesquisas entre os membros da comunidade civil. Este ano, a enquete contou com a representação de 102 países, qualificando-os de 0 (alto grau de corrupção) a 10 (baixo grau de corrupção).

O Brasil atingiu a “nota” 4, instalando-se no 45º lugar, abaixo do Chile (7,4), do Uruguai (5,4) e do Peru (4,4). Estatisticamente, está abaixo da média aritmética das notas dos países pesquisados, que foi de 4,6. A pior nota foi a de Bangladesh (1,2) e a melhor, como era de se esperar, a da Finlândia (9,7).

Mas, o que é a corrupção? Alguns trazem a resposta na ponta da língua, pois têm em mente a figura do político comprando votos em vésperas de eleição. E não há dúvidas de que isto também é corrupção (e crime eleitoral). Porém, poucos lembram de outra modalidade: a do eleitor que vende seu voto. Certamente, este com menos culpa que aqueles, pois, talvez, carente do par de sandálias ou da cesta básica que suprirá as necessidades momentâneas, mas manterá a miséria por mais dois ou quatro anos, afinal, “sem dinheiro, não se vence eleição”.

Temos os governantes que merecemos. Não podemos jogar tantas pedras nos políticos corruptos, se eles são por nós corrompidos. Só se compra voto de quem o vende…

O ciclo se fecha: com votos comprados, os corruptos se elegem e, nas secretarias, câmaras, prefeituras, assembleias, palácios e ministérios, os ladrões continuarão a roubar (perdão pela aparente ofensa, mas, na minha terra, quem rouba é ladrão).

E novamente vem o “Transparência” com suas nada animadoras pesquisas: cada 50 mil reais desviados do erário significam a morte de uma criança. Ou seja, ladrões que também são assassinos, já que políticos e gestores corruptos. E há muitas crianças condenadas à morte: estima-se que 40% do dinheiro público, ou é desviado (nome bonito para roubado), ou destinado a ações sem retorno para a população (tipo obras faraônicas, financiamento indireto de campanhas políticas, entre tantas outras coisas dignas de nossas lágrimas).

Estes senhores e senhoras matam mais que ditadores e, curiosamente, convivem pacificamente em nosso meio (até os chamamos de “doutores”), tidos como homens “de valor”.

Em muitas cidades, já começam a criar força os movimentos de reação a esta bandalheira. Alguns bem interessantes, sob o lema: “não vote em quem já foi votado”. Mesmo os tidos por “honestos”, que passaram pelo poder público – mas não roubaram, ou não roubaram “tanto” – e nada fizeram para mudar a situação.

No Brasil, em nossos Estados e cidades, precisamos identificar os ladrões e os assassinos que insistem em nos roubar e nos matar. Você, caro leitor, já sabe quem são os ladrões e assassinos de sua cidade?

Procure saber, pois o voto também é uma arma que nos proporciona a “legítima defesa”.

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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