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Radomécio Leite

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Debate eleitoral II – Integração de bacias

20/06/2012 às 09h54

 Quando as águas do Rio São Francisco começarem a encher o Açude Engenheiro Ávidos, no território do município de Cajazeiras, o que faremos delas? Como iremos usufruí-la? Que benefícios ela nos trará? Vamos ter a nossa disposição, permanentemente, 255 milhões de metros cúbicos de água, mas qual o domínio que nós iremos ter sobre esta imensa e valiosa riqueza?

O que assistimos atualmente é a passagem destas águas, armazenadas neste açude, serem liberadas, via Rio Piranhas, com objetivos quase que exclusivos para beneficiar e produzir a riqueza agrícola do município de Sousa, hoje o maior produtor de coco e o de ter a maior bacia leiteira do estado da Paraíba, além de ir mais distante para também beneficiar o vizinho estado do Rio Grande do Norte que é um dos grandes produtores de frutas tropicais do Brasil.

Para nós o que é que sobra? Além do banho nas águas correntes do Rio Piranhas, que é uma delicia, pouco e quase sem representatividade tem sido a produção de legumes e frutas utilizando o processo de irrigação. Portanto a riqueza vem passando e percorrendo todo o território a leste do município e apenas a contemplamos e a deixamos ir embora para as outras regiões, desde a sua inauguração no ano de 1932.

Hoje o nosso município tem mais de 60 comunidades rurais sendo abastecidas de água em carros pipa e este é um indicativo o quanto ainda estamos atrasados e estagnados e sem estruturas capazes, de fatos desta natureza, ainda continuarem a acontecer, em pleno século XXI.
Será que se fizéssemos um estudo sério e competente não poderíamos realizar em nosso município, partindo do Açude Engenheiro Ávidos, a transposição destas águas para todo o nosso território?

O Riacho do Santo Antonio, que é o maior do município, poderia ser perenizado a partir do Açude do Bartolomeu e deste açude outras canalizações poderiam ser feitas para dezenas de riachos que existem em toda a zona sudoeste.

Mas colocar água a disposição da população é a solução para os gigantescos problemas econômicos e sociais de nossa zona rural? Claro que não, porque se assim fosse, os que moram às margens do Rio Piranhas, no território do município de Cajazeiras, viviam produzindo riqueza e nadando em dinheiro.

Infelizmente não existe uma política séria e permanente, a partir da prefeitura do município, no sentido de dotar a secretaria de agricultura de excelentes técnicos agrícolas e de agrônomos que pudessem dar uma assistência técnica voltada principalmente para a produção, porque se assim fosse seriamos grandes produtores de uva, melão, melancia, verduras e legumes a exemplo do que faz o ribeirinho do Rio São Francisco, além de grandes empresas ligadas ao agronegócio.

Nunca, na história política de Cajazeiras apareceu um gestor público que tivesse uma política forte e decisiva voltada para o agronegócio. Não seria chegada a hora do homem do campo deixar de se preocupar de ter apenas uma boa estrada e pensar em transformar o campo em lugar digno e honrado para morar com os benefícios da produção?

Este talvez seja um dos temas mais sérios que se deveria levar a debate nesta campanha que se avizinha, quando vamos eleger o futuro prefeito e os vereadores da sétima cidade da Paraíba em número de eleitores, que precisam tomar para si a responsabilidade, como cidadãos, de contribuir para o seu desenvolvimento econômico e social de nossa querida cidade de Cajazeiras.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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