Depressão não é falta de Deus e pode acontecer com qualquer um(a)

Coluna de Aparecida Cardoso - imagem ilustrativa - Foto: reprodução/internet

Por Aparecida Cardoso – Todos nós estamos suscetíveis a desencadear qualquer um dos inúmeros distúrbios psicológicos existentes. Independente da nossa formação intelectual, profissão ou classe social, os problemas nos afetam de maneira tão intensa, provocando mudanças no comportamento, interferindo no nosso convívio social, nas relações familiares e na nossa vida de maneira geral.

Não é uma “brincadeira”, não é “besteira ou nervosismo sem ver de que”, como se costuma ouvir por aí. É muito grave, tão grave que pode levar para um caminho sem volta e deixar famílias destruídas, sem chão: Mães que nunca mais verão seus filhos, irmãos que nunca mais se abraçarão, amigos que nunca mais jogarão conversa fora.

A depressão é algo triste, doloroso e pode representar o fim de uma vida se não for tratada, se não houver socorro.

A depressão não é falta de Deus, é fragilidade que muitas vezes vem do excesso de trabalho e das preocupações por ele gerada. O cérebro é um órgão do corpo como qualquer outro, coração, rins, etc. E todos os órgãos podem adoecer.

Só que com o cérebro é diferente, pois ele é acometido de um problema de maneira silenciosa. O grito de dor é interno, por isso há dificuldade em ser tratado. Ninguém traz estampado na testa que está com depressão, e se disser, quem escuta fala que é simples, que é só deixar de pensar besteira. Mas, na verdade, quem tem depressão às vezes nem consegue pensar. E pode acontecer com qualquer um(a).

Todos somos frágeis, exatamente por sermos humanos, mortais e não sermos perfeitos. Repito: A depressão não é falta de Deus, se fosse assim, uma dor no peito, uma dor na coluna, um câncer que consome o ser humano, também seria falta de Deus?

Acredito que quem julga é quem realmente não tem Deus no coração. Sejamos mais humildes e tenhamos leveza nas palavras. As palavras que não servirem para amenizar uma dor e sim para torná-la cada vez mais intensa, nem deveriam ser ditas.

Julgar menos e se importar mais com as pessoas. Observar, detectar qualquer atitude ou comportamento estranho e agir. Abraçar essa causa e agir com o coração.

Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

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Aparecida Cardoso

Aparecida Cardoso é graduada em Letras pela UFCG; especialista em Língua, Linguagem e Ensino – ISEC; mestra em Letras – UFCG; professora da Rede Estadual de Ensino da Paraíba; escritora e poetisa.

Contato: [email protected]