Do sertão à eternidade, Gonzaga é felicidade
Por Aparecida Cardoso
Não há como pensar em forró, sem que logo nos venha à mente a imagem de Luiz Gonzaga, também conhecido como o Rei do Baião.
Gonzaga animou e agradou muitas gerações. E por que não dizer que até hoje, as músicas dele fazem a alegria de muitas pessoas, principalmente do povo nordestino e sertanejo, que curte o xote, o xaxado, o baião, enfim, que valoriza o forró, esse ritmo que está enraizado na mente e no coração dessa gente e que integra a arte e a cultura brasileira, nordestina e sertaneja.
Se estivesse vivo, Gonzaga hoje estaria completando e comemorando certamente seus 110 anos, porém, o propósito divino não permitiu e levou nosso Rei do Baião para tocar a sua sanfona na morada celeste.
Luiz Gonzaga já nasceu abençoado e protegido por Santa Luzia, pois seu nascimento se deu em 13 de dezembro, dia em que os católicos homenageiam essa santa, que segundo a crença, é protetora da visão.
O cantor e compositor era católico e em algumas de suas canções ele demonstrava sua fé. Um exemplo disso é ter cantado Ave-Maria Sertaneja e Frei Damião, letras de músicas nas quais torna-se evidente a fervorosa oração.
As letras das músicas de Luiz Gonzaga dialogam com a realidade do povo sertanejo e facilmente permitem nossa identificação com as temáticas por elas abordadas.
Não há como não se sentir familiarizado(a) ouvindo Asa Branca, Numa Sala de Reboco, o Xote das Meninas, Luar do Sertão, Pau de Arara, enfim, são inúmeras as letras de músicas desse cantor sertanejo que retratam a nossa realidade e identidade cultural.
Quem esqueceu de Luiz
Jamais é considerado
Um sertanejo arretado
Que com o forró é feliz
Que escuta e pede bis
Que valoriza a cultura
Que gosta de rapadura
Esse nem é do Nordeste
Nem fio de caba da peste
Não sabe o que é bravura.
O nosso Rei do Baião
Jamais será esquecido
Muito tem nos divertido
Prá muitos é inspiração
O que diz suas canções
Reflete a realidade
Luiz só cantou verdades
Em todas composições.
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