Em busca de um discurso
Os últimos acontecimentos supervalorizados por parte da classe política paraibana me deram uma certeza: a oposição não tem discurso para a campanha que se avizinha e busca um a qualquer preço!
Só dá para entender desta forma a ânsia com que membros da oposição ao governo na Assembleia Legislativa foram logo acusando o gestor Ricardo Coutinho (PSB) no tal caso do projeto Jampa Digital.
O que não faltaram foram discursos inflamados, sugestões de CPI e até comentários de impeachement do governador paraibano. Mas, como todo apressado come cru e quente, esses arautos da decência e da retidão política no Legislativo esqueceram-se apenas de um ponto: Ricardo Coutinho não é indicado no inquérito policial que apura suspeita de superfaturamento naquele projeto. E aí cabem dois registros: alguém estar indiciado num inquérito policial não significa, em absoluto, que tenha culpa no cartório, como se diz. Quanto mais quem sequer indiciado está!
Ora, como deputados podem sair por aí propondo medidas restritivas, administrativa e politicamente, contra um governador que sequer está indiciado?
Há que se registrar ainda que inquérito policial tem perfil inquisitório, ou seja, nele não cabem nem defesa nem contraditório. Isso significa que um delegado vai fazendo apurações e concluindo a seu bel entendimento sem que, para tal, tenha sido dado direito de defesa a quem se supõe envolvido. Não há contraditório! Assim, basear-se num inquérito policial para tirar conclusões de culpabilidade é, ao mesmo tempo, ignorância em termos de ciência jurídica, e má fé em termos de comunicação.
Qualquer estudante de Direito sabe que não há justiça sem defesa e contraditório. É básico, é elementar. Ainda assim, na boca de alguns parlamentares, Ricardo já foi julgado e condenado. Culpado! É a sentença. Pouco importa se houve indiciamento, defesa, contraditório… . Às favas com isso. A campanha bate as portas e precisa-se de um discurso!
Também qualquer jornalista sabe que o beabá do jornalismo ético é ouvir todas as partes envolvidas, relatando fatos, não versões. “Que nada, deixa essa tal de ética pra lá”, dizem. Afinal, jornalismo para alguns não é feito de fatos. É feito de versões criadas ao sabor de suas conveniências nunca confessadas!
E tão ou mais triste que a constatação do mau jornalismo praticado por alguns e do temerário comportamento legislativo de alguns deputados, na Paraíba, é saber que tais comportamentos serão repetidos daqui até as eleições do próximo ano, à exaustão, sempre buscando o mesmo alvo.
Afinal, a oposição não tem e busca um discurso!
S O L T A S
*O então prefeito Ricardo Coutinho assinou sim o convênio com o Ministério das Cidades para a implantação do projeto Jampa Digital na capital. Claro, ele era o prefeito e cabia a ele assiná-lo. Daí a concluir, portanto, ser ele culpado por superfaturamento, que ainda está sendo apurado, há uma distância abissal!
*O esforço e os convites que a oposição faz para apartar o senador Cássio do governador Ricardo é demonstração cabal de que os oposicionistas se acham antecipadamente vencidos nas eleições vindouras.
. Se é que são três figurões que bancam o tráfico de drogas em Cajazeiras, pergunta-se: por que não estão na cadeia? Com a palavra o Ministério Público e o Poder Judiciário local!
*Deca. Eis um excelente nome para deputado federal pela região de Cajazeiras.
*Falar em Deca, neste sábado, o empresário sertanejo e sua esposa, Fátima, casam Gonzaga, o filho primogênito. Por questões familiares não poderei estar presente, como era do nosso desejo, e daqui envio a Gonzaga e Lívia, a noiva, votos de vida próspera e felicidades.
*Neste domingo tem Trem das Onze. Aguardem!
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