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Maria do Carmo

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Família: esclarecimentos e sugestões

26/04/2023 às 16h24 • atualizado em 26/04/2023 às 16h30

Coluna de Maria do Carmo - foto: ilustrativa - reprodução/internet

Por Maria do Carmo – Será que a delinquência juvenil tem relação com a falta de orientação na fase infantil e a adolescência no contexto familiar? São sérias complicações com os conflitos e comportamentos prejudiciais ao jovem e a própria sociedade. Atitudes de caráter terrorista e criminosa com assassinatos de pessoas indefesas: crianças, professores e até mesmo os pais estão sendo vítimas destes ataques.

Nas premissas dos direitos da família, as contribuições da psicologia, dos educadores e as próprias religiões vêm constantemente apontando os nortes a fim de que a célula-mãe da sociedade caminhe bem, acompanhando os avanços da modernidade, crescendo com as transformações e ressignificação da vida familiar. O século XIX, mostra modificações na instituição familiar que vão além do casamento e herança genética; os laços afetivos determinam as relações familiares exercendo uma grande força de valores culturais, éticos, morais e espirituais sendo ainda o principal espaço de socialização dos indivíduos.

A instituição familiar é o núcleo básico da sociedade, porém coexistindo na amplitude da ideia de família plural com a função de permitir a cada a proteção, a realização dos projetos pessoais, a possibilidade da solidariedade, a afetividade e a felicidade entre cada um de seus membros. No campo do direito da família, o sujeito “é peça fundamental independente da constituição familiar que se encontre no seu âmago”, é o lugar para a valorização da dignidade, desenvolvimento da personalidade enfim; é o espaço em que deve possibilitar progresso humano e existencial

A psicologia emocional aponta a importância da família para o desenvolvimento e a formação das crianças e adolescentes: “a família é o porto seguro”, que de forma consciente e inconsciente são absorvidas pelas mesmas, as atitudes e comportamentos dos adultos. Nesta fase, as crianças necessitam do desenvolverem as habilidades sócio emocionais, as quais pertencem à complexidade da inteligência: pensar antes de agir e reagir, colocar-se no lugar do outro (empatia), ser capaz de superar perdas e frustrações, interpretar comportamentos e sentimentos próprios e os dos outros.

Ressalta Augusto Cury que “promover a autoconfiança, auto estima, autocrítica, são funções e habilidades capazes de levar as crianças a desenvolverem relações intra e interpessoal saudáveis embasada na ética e na honestidade sem esperar demais a contrapartida”. A criança precisa ser orientada para gostar de si mesmo, acreditar na sua própria capacidade na realização das tarefas doméstica ou na escola e ao mesmo tempo entender que seus erros precisam ser corrigidos. As crianças precisam crescerem sabendo respeitar as diferentes perspectivas: debater e não impor ideias, resolver conflitos, trabalhar em equipe e outras situações do universo infantil a sua frente se tornando   “líderes de si mesmos”.

Outra vertente ligada ao seguimento católico sugere também que o ambiente familiar é importantíssimo para o desenvolvimento da criança, no entanto, precisa ser saudável no sentido de propiciar à mesma, o clima do ordenamento das atitudes. Cabe aos pais oferecerem aos filhos a orientação e as regras que precisam ser seguidas, ensinando-os o que deve ou não deve fazer, a se comportar no lar e na escola; os pais precisam entender que deixar a criança à vontade demais é prejudicial a mesma. A psicologia comprova que a criança exposta a desordem, o cérebro vai liberando substâncias impedindo o desenvolvimento emocional enquanto criança, comprometendo o relacionamento social na adolescência e no futuro adulto.

A educação moral começa na família com a orientação doméstica partindo dos pais ou responsáveis pelas crianças, o cumprimento dos horários para: as refeições, o levantar, o deitar, o banho, as brincadeiras, realização das tarefas escolares; o silêncio em respeito ao direito alheio e de como   se comportar ao servir-se à mesa, a se relacionar bem com os irmãos e amigos aprendendo a se respeitar e respeitar o outro, assim como saber ouvir com presteza, respeitar as pessoas e seus próprios pais. É preciso desenvolver na criança a autossuficiência para tomar banho, se vestir sozinho, atar os sapatos: são autonomias adquiridas no momento e idade certa, mas que precisam ser encaminhadas no ambiente familiar.

Um lar com ordens não é um quartel, as regras devem ser firmes sobre orientações consistentes e ao mesmo tempo com tranquilidade, sem confundir bondade com frouxidão, advertindo sempre para fazer respeitar o que deve ser respeitado em todos os sentidos. Pensar que deixar a criança sem encaminhamentos do que a mesma deve aprender, é prejudicial porque o amor às mesmas não existirá, o “bem” está exatamente na preparação que elas necessitam aprenderem; elas são dotadas de capacidades as quais as habilidades precisam ser desenvolvidas na formação infantil, importante alicerce para um adulto equilibrado.

Na realidade, os pais estão precisando aprenderem educar seus filhos, independente da formação acadêmica ou outros graus do conhecimento, ser pai e mãe atualmente requer grande responsabilidade. Expressar carinho, saber equilibrar a permissividade e a rigidez, compreender o que é preciso possibilitar as condições para o prazer na liberdade das crianças para as descobertas, mas ensiná-las que há obrigações a serem cumpridas, são preparações na convivência em casa, enriquecedora de forma positiva na escola e futuramente na sociedade.

Professora Maria do Carmo de Santana

Cajazeiras, 25 de abril de 2023


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Maria do Carmo

Maria do Carmo

Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

Contato: [email protected]

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Professora da Rede Estadual de Ensino em Cajazeiras. Licenciatura em Letras pela UFCG CAMPUS Cajazeiras e pós-graduação em psicopedagogia pela FIP.

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