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Renato Abrantes

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Feliz e Livre

15/10/2008 às 00h00

No último artigo, a inteligência e a vontade foram apontadas por nós como o constitutivo essencial da racionalidade humana. Em palavras mais simples, à pergunta “o que faz o homem ser homem”, encontramos a resposta de que são aqueles dois mecanismos psíquicos – inteligência e vontade – que fazem o homem ser homem e não ser um passarinho, um macaco, ou um cachorro.

Cachorro não tem inteligência, ele não sabe; cachorro não quer, ele age por instinto. E, mesmo quando demonstra traços de inteligência e de vontade, isto não nos permite igualá-lo a um homem. O cachorro pode até salvar a vida do seu dono, baseado no fato do instinto do perigo e no fato de que o perigo está direcionado para aquele que lhe dá ração todo dia. Nada mais.

Os amigos dos animais não precisam ficar com raiva de mim. Estou apenas demonstrando que Deus, quando nos criou, nos fez perfeitos. Estes mecanismos racionais aprimoram não apenas a vertente material do homem, mas também o espiritual, de forma que, quando bem utilizados, o conduz à felicidade.

E o que é a felicidade? Não é o mero bem estar material. Este é o simples começo. Ademais, pode haver felicidade em meio à mais terrível privação de bens. A felicidade verdadeira é um patamar mais elevado de bem estar. É mais voltada ao bem estar espiritual.

Um grande místico medieval, São João da Cruz, reformador da ordem carmelitana, em um dos seus escritos afirma que um passarinho, ainda que esteja com a perna amarrada a um tênue fio de ouro, está aprisionado. Um fio fininho e de fácil ruptura pode manter alguém escravizado por uma vida inteira.

Muitos, sem se preocupar com a sua felicidade, se deixam escravizar por pesadas correntes. Mas, isto não é o comum. O que mais tolhe a liberdade humana são os fios de ouro do cotidiano. O que dizer de uma paixão? È uma prisão das mais insalubres pois, para começar a história, não é amor. A paixão aprisiona o apaixonado ao objeto de seus sentimentos. Acrescente-se ao sofrimento do cativo o fato de não ser correspondido ou de ser enganado. Quanto sofrimento! A felicidade que pode surgir de uma paixão assim é apenas uma felicidade travestida. Na verdade, o que há como fruto é apenas e tão somente decepções, principalmente quando se confia e quando se deposita alguma confiança no outro.

Seria isto felicidade? Certamente não! Um fato deste – e como tantos outros que poderíamos analisar – não pode ser considerado fonte de felicidade para nada, pois não é indicativo de liberdade.

O uso da inteligência e da vontade visa a felicidade, e é certo que há felicidade quando há liberdade. Pode até haver felicidade na falta de liberdade material, mas nunca haverá felicidade na falta de liberdade espiritual, pois, aqui, temos a certeza de que os mecanismos racionais humanos estão sendo muito bem direcionados.

Desejo a todos os meus leitores que sejam livres de toda e qualquer amarra que os impeçam de ser verdadeiramente felizes, a partir do correto uso dos dons intelectuais dados por Deus.

Pe. Renato Moreira de Abrante

Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

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Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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