header top bar

Edivan Rodrigues

section content

Jacaré e leão na praia do Botafogo

08/01/2012 às 20h29

Fazia muito tempo que não passava as festas de fim de ano fora do Nordeste. Fui ao Rio de Janeiro provar a sensação de ser turista na cidade preferida dos estrangeiros para o lazer. Foram quase duas semanas de pernas pro ar. Não. Minto. De pernas no mundo. Um mundo riquíssimo, presente em ruas, praças, praias, museus, monumentos históricos, livrarias e sebos. Visitar o prédio da antiga Faculdade de Medicina e Farmácia foi momento sentimental muito particular. No antigo casarão, hoje ocupado por cursos da UFF, meu pai, Cristiano Sobreira Cartaxo Rolim (assim está escrito no quadro de formatura), concluiu o curso de Farmácia no remoto 1913. Um ano antes de ser criada a diocese de Cajazeiras!

Nas andanças pelo Rio, testei a eficiência do metrô, embora lhe falte muito para alcançar o nível dos similares europeus, em particular, conforto, tamanho da rede e do sistema de integração trem, metrô e ônibus. De qualquer sorte o caminho está aberto, e vai melhorar tendo em vista à realização da Copa Mundial de Futebol e Jogos Olímpicos. Nos deslocamentos urbanos, fui turista privilegiado. Tive como cicerones parentes motorizados. Também recorri a taxistas, que no Rio estão em todos os lugares.

O tempo foi pouco e, ainda por cima, encurtado pela chuva quase diária a perturbar o trânsito e passeios programados. Quem interrompeu por um dia seu lazer em Búzios foi Nestor Rolim, cajazeirense acariocado, tantos anos faz que mora no Rio. Sem esquecer a terrinha, claro. A presença de Cajazeiras e do sertão no seu apartamento é extraordinária. Está em todos os cômodos. Até numa placa afixada na varanda: Rua Cajazeiras… Pois bem, Nestor veio de Búzios para um almoço, por ele articulado no Real Astoria, à beira do mar com vista maravilhosa para morros, praias e bairros da zona Sul. A surpresa do nostálgico encontro foi a incorporação ao grupo do casal Ronny e Fátima Rolim, netos do patriarca Raimundo Rolim, da Fazenda São Raimundo, de Santa Helena.

Lá para as tantas, Fátima se lembrou da eleição de 1982, quando ainda criança via na disputa entre o “jacaré” e o “leão” o destino de Cajazeiras sem “zebra” que desse jeito… Refrescando a memória do leitor: “jacaré” era Epitácio, “leão”, Vituriano. E a “zebra”? Teria sido a vitória do autor desta crônica. O prefeito eleito foi Epitácio. O curioso é que Fátima Trajano, (hoje, dentista radicada no Rio) sequer guardasse na memória o símbolo usado em minha campanha, sendo ela filha de Odízio Trajano, candidato a vice-prefeito de Patrício Nogueira, na sublegenda do PMDB que apresentou como terceiro postulante Acácio Braga. Pensei com meus botões, pouco mudou desde então na política. Os métodos continuam os mesmos. Talvez, até piores.

Falou-se também do desenvolvimento atual de Cajazeiras, do ensino superior, da verticalização urbana, do aeroporto. Tudo isso e muito mais foi repassado no agradável encontro carioca. Episódios, figuras sertanejas a desfilar em nosso nostálgico papo na antevéspera da passagem do ano, sob a batuta de Nestor Rolim, um cajazeirense do Sítio Capoeiras, que se movimenta no Rio como peixe n’água.
 

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Recomendado pelo Google: