Marketing eleitoral é…
Por Alan Kardec
A moderna campanha eleitoral, que faz uso do marketing político, pode ser definida pela tríade pesquisa, estratégia e comunicação. Para entender melhor esta afirmativa, vamos analisar a campanha do Collor, 1989, tida como “divisor de águas” entre a campanha tradicional e a moderna.
Collor não tinha uma ideologia sólida; representava um partido sem expressão; vinha de uma experiência como governador de um estado pobre e minúsculo (Alagoas) e não era conhecido por todo o Brasil. No entanto, conseguiu fazer uma campanha quase perfeita e venceu Lula e a esquerda brasileira no segundo turno de 89.
A campanha de Collor seguiu basicamente a tríade: pesquisa – estratégia – comunicação. Antes de tudo, a equipe “collorida” utilizou pesquisas de opinião para detectar os anseios, medos, necessidades, esperanças e valores do povo brasileiro. Em seguida, transformaram essas informações no discurso central da campanha, materializando-as em propostas de governo. Por último, a comunicação eficiente, clara e objetiva conseguiu dialogar com o povo brasileiro e fazer com que o mesmo entendesse a mensagem. Apenas lembrando: comunicação não é o que a gente fala, é o que os outros entendem!
Na contramão da campanha moderna estava Lula, falando apenas o que o PT e a esquerda brasileira queriam escutar. Se esquecendo que o “povão” é quem elege candidatos majoritários. O discurso do PT – mesmo sendo aceito por quase a metade do eleitorado – não procurou detectar os principais desejos e necessidades do povo brasileiro. A estratégia (ou falta de estratégia) não era baseada em informações relevantes e confiáveis. Mas apenas no que a ideologia seguida pelo PT defendia à época (moratória, anti-imperialísmo, reforma agrária, etc). Bandeiras louváveis, mas que assustava o eleitor médio, de baixa informação.
O conteúdo do discurso petista não era todo equivocado. O maior erro estava na forma como os ideais e propostas eram apresentadas pela equipe de comunicação do Lula. Duda Mendonça, ao assumir a pré-campanha de Lula em 2002, fez esta mesma crítica. Duda afirmava que, no geral, o PT possuía um discurso que o brasileiro apoiava (fim da corrupção, aumento salarial, não à privatização, saúde pública, etc.), mas errava na forma (comunicação) em que transmitia o discurso.
Enfim, marketing eleitoral não é nenhuma fórmula mágica que vai eleger ou derrotar um candidato de um dia para o outro. Marketing eleitoral é pesquisa, estratégia e comunicação. É saber o que falar; para quem falar e como falar. Um bom planejamento de campanha deve levar em consideração os três pilares do marketing eleitoral.
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