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Edivan Rodrigues

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Mudanças no ministério de Dilma

25/11/2011 às 18h45

Em menos de um ano, já se foram seis ministros. O sétimo, Carlos Lupi, está no forno. Caiu um ministro por mês, em média, considerando que o primeiro tombo, o de Antônio Palocci, ocorreu no dia sete de junho. Um indicador de instabilidade alarmante, sobretudo, porque o afastamento se dá em meio a um festival de matérias desfavoráveis, suspeitas de malfeitorias, a oposição sentindo-se a dona do pedaço, protagonista de crise na base de sustentação política do governo petista.

Era de se esperar, portanto, forte desgaste junto à população do governo Dilma Rousseff. Isso não aconteceu até agora. Ao contrário, houve aumento de sua popularidade, em particular, nas áreas mais desenvolvidas (Sul e Sudeste do País), crescimento atribuído, em parte, às substituições feitas no primeiro escalão e à percepção popular de que as mudanças ministeriais distanciam Dilma dos focos de corrupção.

Dos seis ministros desalojados do poder, a maioria saiu sob pesadas suspeitas de malversação do dinheiro público, supostamente envolvidos em esquemas de arrecadação ilícita de recursos. No atacado, o substituto tem perfil menos político, mais próximo do técnico, ou, no mínimo, com mais disposição para o trabalho, como foi o caso da troca, no Ministério do Turismo, quando o inapetente e provecto deputado Pedro Novais cedeu lugar a seu colega de bancada, Gastão Vieira, muito embora sejam, ambos do PMDB, ligados a José Sarney. A ascensão de Aldo Rebelo (PC do B) contribuiu para valorizar o Ministério dos Esportes, graças à projeção nacional do ex-presidente da câmara dos deputados. Ora, isso significa que dois entes mal vistos pela população (agremiações políticas e líderes políticos) foram o alvo das “punições” aplicadas pela presidente da República. Por isso, Dilma recebe mais aplausos do que reprovação, ao substituir ministros ligados à coalizão partidária que lhe dá apoio.

Tudo bem, mas existe outro ponto a favor de Dilma: os efeitos da crise mundial ainda não aportaram aqui, com força. Ainda, bem entendido. Os sinais da chegada da crise, porém, já são visíveis. Aproximam-se com a desaceleração da economia européia e americana e, já agora, dos países emergentes, incluindo a China, hoje nossa maior parceira comercial, responsável pela importação de boa parcela da produção brasileira de insumos agrícolas e minerais.

Até lá, ou seja, até que se instale a crise em nosso dia a dia, soa ridículo ver e ouvir gente da oposição cantar de galo, arvorando-se em responsáveis pelas mudanças no ministério. Soa ridículo o senador paranaense, com sua voz empostada de locutor de rádio, argüir com ironia ministros transformados em réus, circunstancialmente. Soa ridículo acompanhar o enorme esforço daquele jovem deputado baiano do DEM em elevar o tom de voz, esticar o pescoço, empinar-se todo, para fugir da sombra para avô ACM! Soa ridículo mais ainda diante dos altos índices de aprovação popular de Dilma.
 

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

Contato: [email protected]

Edivan Rodrigues

Edivan Rodrigues

Juiz de Direito, Licenciado em Filosofia, Professor de Direito Eleitoral da FACISA, Secretário da Associação dos Magistrados da Paraíba – AMPB

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