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Renato Abrantes

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Natal? Que Natal?

22/12/2010 às 00h00

Às vésperas do Natal, parece que está tudo muito bem.

O Menino Jesus repousa docemente na manjedoura e nós, com ele, também dormimos.

O Brasil está desabando e não nos inquietamos com o que vem acontecendo. Paira sobre nós um clima prejudicial de conformismo e de sonolência.

Nos hospitais, vaselina é injetada na veia de quem precisa de soro. Em São Paulo, recentíssimo exame com acadêmicos de medicina reprovou cerca de 70% dos que a ele se submeteram. Com os acadêmicos de direito, a coisa não é diferente. Palhaços, cantores, boxeadores, jogadores de futebol (com todo o respeito a estas categorias) adentram a porta principal do Congresso sem sequer conhecer a estrutura estatal e legal do nosso país. Professores são mortos a facadas dentro das faculdades.

O auto-aumento astronômico dos vencimentos dos parlamentares é um absurdo sem precedentes. Belo o gesto de Dom Edmilson Cruz, emérito de Limoeiro do Norte, que rejeitou comenda dada pelo Senado Federal. Curioso como nenhum órgão representativo protestou. Nem OAB, nem CNBB, nem a imprensa, nem ninguém.

Na cidade onde moro, Quixadá, a entrada principal mais parece a superfície lunar, de tantos buracos que, há anos, “crescem” a cada dia. Os semáforos daqui simplesmente não funcionam e não fazem o “cidadão” (quem fura o sinal é cidadão?) obedecer às regras de trânsito. No entanto, festas em praça pública consomem o meu (nosso) dinheiro e ludibriam o povo, que se contenta com pouco pão e com circo de péssima qualidade. Não é nada diferente de inúmeras outras cidades do país. Por inércia dos governantes, São Paulo se transformou num mar de lama. O povo que se vire.

O pequenino de Belém tem o direito de dormir. Nós não! Não podemos continuar na inércia mortal. Temos que tomar consciência de que Deus dá a semente ao pássaro, mas o pássaro tem que bater asas e buscá-la onde estiver. Deus nos dá a possibilidade de dias novos, mas temos que batalhar por eles.

Queria um Natal de vergonha na cara, para que 2011 seja menos ruim. Já basta, não dá mais para viver assim. Estou farto, e o povo brasileiro também, de ser tratado como cachorro.

Dorme, Menino Jesus, mas não nos deixes dormir.

UM FELIZ NATAL DE VERGONHA NA CARA PARA TODOS NÓS

O SILÊNCIO É DE OURO

Renato Moreira de Abrantes

lattes.cnpq.br/3151655402304344


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Renato Abrantes

Renato Abrantes

Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

Renato Abrantes

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Advogado (OAB/CE 27.159) Procurador Institucional da Faculdade Católica Rainha do Sertão (Quixadá/CE)

Contato: [email protected]

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