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Radomécio Leite

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O adeus a Dona Socorro Claudino

24/11/2011 às 23h48

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Foto: Portal O dia

Viajei a cidade Teresina, Piauí, no último dia 22, na agradável companhia do companheiro José Cavalcanti da Silva e sua esposa Ildinete, da professora Fátima Claudino e seu esposo Vicente Paulo de Galiza, dos amigos Zélia Ribeiro e Bosco Sá, para participar das exéquias de Dona Socorro Claudino, esposa do empresário João Claudino.

Durante o velório, realizado na residência do casal pude observar, não somente a presença das autoridades maiores do estado do Piauí, a partir do governador, mas de pessoas simples e, com certeza, todas atingidas pela bondade e humildade de Dona Socorro.´

Conversei com pessoas que gozavam da amizade dela desde os primórdios de sua chegada ao Maranhão e depois ao Piauí e citaram as muitas qualidades de Dona Socorro, que em silêncio, sem a presença da mídia e sem estardalhaço realizava obras de caridade, em parceria com várias instituições, principalmente as ligadas à igreja católica, onde com sua fé e devoção a Santa Eduwirges, semeava sementes que germinavam frutos que saciou a muitos.

Vi os olhos do seu filho João Vicente, o senador, Cajazeirense, marejados de lágrimas. Vi outras lágrimas quase permanentes a se debulharem nas faces das netas de Dona Socorro e tomei conhecimento que Seu João, no momento em que corpo de sua Socorro ia entrando em sua casa, pediu para que parassem por que Ele queria falar, mas não conseguiu dizer mais do que meia dúzia de palavras, foi tomado pela emoção e silenciou, mas o coração falou muito mais através de suas lágrimas.

Assisti a missa de corpo presente, celebrada pelo Padre Toni, seu grande amigo e por mais oito sacerdotes, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, igreja onde assistia suas missas aos domingos. E foi através da bela homilia do Padre Toni, que muitos dos que ali estavam presentes àquele ato de caridade cristã, tomaram conhecimento da grande fé e religiosidade e das muitas e inúmeras participações dela nos projetos sociais, não somente de sua paróquia, mas de todas, como testemunharam os padres que concelebravam.

As emoções maiores foram externadas na hora do sepultamento, realizado pontualmente às dezoito horas, quando os últimos raios de sol desapareciam no horizonte e ao som da Ave Maria, baixava a sepultura, sob aplausos, o corpo de Socorro, para cumprir o que diz a bíblia: “és pó e ao pó retornarás”.
Seu João, com coragem e bravura, “conduziu” o sepultamento e o último abraço, o adeus derradeiro e o seu gesto final foi de uma representatividade singular e bela, de quem ama de paixão e acima de tudo fez um verdadeiro gesto de gratidão e ternura: as inúmeras coroas de flores enviadas foram todas desmanchadas e as milhares pétalas de rosas iam sendo jogadas sobre o corpo de Socorro, por ele, pelos filhos, pelos netos e amigos.

Seu João, a cada rosa que jogava sobre a sua Socorro, com certeza era um gesto de agradecimento à sua companheira de caminhada de quase cinqüenta anos, que um dia vestida de sol e coroada com as estrelas do céu se tornou a rainha do seu lar, a mulher que aceitou dar a luz dos seus filhos, que viveu momentos de intensas alegrias e felicidades e choraram, no ombro um do outro, os momentos de tristeza e sofrimento. Era o adeus derradeiro, a lembrança final da presença do corpo entre nós.

A Dona Socorro, um lugar de muita luz no céu para que possa ser refletida para Seu João, todos os filhos e netos; e que esta luz possa também chegar ao coração de todos para permitir a consolação. E a saudade dos bons momentos, vividos ao lado dela, seja uma presença permanente na vida de cada um.
 


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Radomécio Leite

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Contato: [email protected]

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